A grande maioria dos lançamentos de jogos nos dias de hoje são de sequências. As produtoras têm cada dia mais custos, em termos de recursos financeiros e humanos, para desenvolver um jogo para a geração atual, fazendo com que o risco de investir em uma propriedade intelectual nova seja alto o suficiente para elas apostarem na repetição de fórmulas já estabelecidas, inundando o mercado com jogos de franquias já conhecidas. Resta às produtoras independentes surgirem com algo novo. É nesse cenário que Joe Danger se destaca, não somente por ser um jogo novo, mas por ser um excelente jogo desenvolvido por apenas quatro pessoas.
A fórmula é inspirada no clássico Excitebike, do Nintendinho (NES), com alguns elementos dos jogos da recente série Trials. O jogador controla Danger em sua motocicleta e deve percorrer diversas pistas em uma visão sidescrolling (bidimensional). A moto só se movimenta para frente e para trás, mas em alguns pontos específicos da pista é possível alterar entre 3 planos, um mais ao fundo e outro mais à frente. Há um botão para pular e outro para usar um turbo, acumulado com as manobras realizadas tanto no chão (empinando a moto) quanto no ar, usando L1 e R1. É tudo muito simples de ser executado e é possível encadear manobras para multiplicar os pontos.
Os controles são simples e permitem ao jogador focar nos diversos objetivos das fases, que incluem terminar a fase em determinado tempo, coletar todas as mini-estrelas ao longo da pista e encontrar as estrelas secretas. Esse último traz um elemento inovador ao estilo, lembrando jogos de plataforma, pois estimula a exploração das fases além do tradicional acelere-e-termine. Algumas estrelas exigem que se navegue por contruções com vários andares, indo e voltando até que se alcance o item. Esses objetivos nunca ficam frustrantes, mesmo os mais difíceis, que exigem diversas tentativas. O jogo permite recomeçar a fase com o aperto de um botão (Select), e ao errar um pulo ou uma manobra é possível voltar pro início no mesmo instante. Além das ótimas pistas do modo principal, é possível criar as suas próprias em um editor muito simples de ser utilizado e que lembra o de LittleBigPlanet. O jogo permite trocar pistas com seus amigos da PSN, aumentando ainda mais a sua vida útil.
Joe Danger tem um belo visual, bem cartunizado e que ajuda a firmar o estilo lúdico do jogo: ele não se leva a sério em nenhum momento, dos cactus dançantes no fundo do menu principal aos tubarões que atacam Danger quando ele tem o azar de cair em seus tanques. A trilha sonora é animada, mas nada de espetacular, apenas ajuda a manter o clima de aventura do jogo.
O principal elemento do jogo, aquele que com certeza vai fazer você voltar pra ele pouco tempo depois de desligá-lo, é a diversão. É simplesmente muito bom jogar Joe Danger. Há muitas fases a serem exploradas, cada uma com diversos objetivos, e todos são desafiadores, principalmente os de manter um combo de manobras por toda a extensão de uma fase, que exigem habilidade e concentração. Quando você falha, tentar novamente é muito simples e rápido, o que o estimula a tentar novamente enquanto for necessário. Joe Danger nunca se mostra como um fardo, ele é um jogo que está ali para entretê-lo sempre que você quiser.
Mesmo em um ano recheado de grandes lançamentos Joe Danger se destaca, não somente como um dos melhores jogos da Playstation Network, mas como um dos melhores jogos disponíveis no Playstation 3 como um todo. A diversão garantida, aliada ao multiplayer local, leaderboards, novas fases que podem ser baixadas de outros jogadores, sem contar os troféus que podem ser obtidos, fazem de Joe Danger um jogo obrigatório para qualquer dono de Playstation 3. Já se fala sobre conteúdo novo adicionado via DLC, como novas fases oficiais, possibilidade de gravar replays e multiplayer online, então o que já é bom pode ficar ainda melhor.
