Just Dance chega a sua edição 2018 com mais 40+ novas músicas e coreografias para animar a festa no quarto dos jogadores. O jogo traz poucas novidades de fato, aproveitando-se mais do reuso e readequação de algumas funcionalidades, mas isso acaba mascarado devido a uma reorganização de seus menus e remodelagem de sua interface, tornando-a mais limpa e funcional. As mudanças dão ao jogo um ar mais moderno, ágil e facilitado para ir direto ao objetivo principal: dançar.
Uma pergunta sempre recorrente é: "O que preciso para jogar?". Aqui não há novidades, mas vale a pena explicar. Além do jogo, é claro, é necessário que o jogador possua somente um dos seguintes periféricos: um PlayStation Move, OU a PlayStation Camera, OU um smartphone compatível com o aplicativo Just Dance Controller.
Desta vez, consegui testar o jogo nos três periféricos, sendo que ainda sinto mais segurança e consigo melhores pontuações com o PSMove. O aplicativo para smartphones, por sua vez, tem um ótimo sincronismo com o jogo, além de apresentar como vantagem usar sua tela para interagir com os menus de maneira facilitada. Vale a recomendação de utilizar o smartphone com uma pulseira de segurança, para evitar arremessá-lo em coreografias mais animadas.
Por fim, a PS Camera facilita em termos de dançar livre de qualquer aparelho nas mãos, no entanto, achei a opção mais fraca das três no PS4; ela falha em reconhecer vários movimentos e às vezes até mesmo não "me encontra" no meio da música. Acaba sendo necessário um grande espaço para que a câmera funcione de maneira adequada, especialmente quando se joga em grupo.
A interface é um dos destaques em Just Dance 2018. Foi dada uma bela enxugada na tela inicial, além de uma reorganizada em seus modos e menus, eliminando comandos desnecessários. Até mesmo a música e os sons dos comandos estão mais discretos, contribuindo para uma experiência mais moderna e profissional. A tela principal agora possui apenas três opções: Just Dance, com o modo tradicional; Kids, uma versão feita especialmente para crianças; e o World Dance Floor, responsável pela interação online e que não recebeu mudanças. Vale mencionar que é possível aproveitar o World Dance Floor sem a necessidade de uma assinatura da PlayStation Plus.
As mudanças tornaram o acesso às músicas bem mais fácil e rápido, enquanto que outras opções ficaram um tanto quanto escondidas dentro dos menus. Em compensação, alguns botões agora servem como atalho para algumas funções. O PlayStation Move recebeu algumas modificações bem-vindas em seus comandos, facilitando a navegação e tornando-a mais precisa (por exemplo, para substituir a falta do R1 no controle de movimento, utiliza-se a combinação de gatilho + triângulo).
O Modo Kids é a nova adição ao jogo principal. Títulos separados para crianças já foram lançados há alguns anos atrás e uma função semelhante está inclusa no Just Dance Unlimited. Mesmo assim, ter um espaço especialmente dedicado e adaptado aos pequenos na edição 2018 é algo que gostei (Just Dance é o jogo que eles sempre pedem quando tem festa aqui em casa e que me deixa com certo receio quando eles tentam algum passo arriscado).
Kids reúne não somente músicas, mas é todo pensado para agradar os jogadores mirins, com cenários coloridos e cartunizados, menos informação visual na tela e coreografias mais acessíveis. O sistema de pontuação segue uma abordagem positiva, com frases como Yay, Wow, etc. para cada passo dado, sem apontar erros. Com mais de dez músicas à disposição, é garantia para manter as crianças ocupadas por um tempo.
Alguns modos se mantiveram, mas ficaram escondidos em menus. Temos o Sweat, que agora é simplesmente uma funcionalidade que, quando ativada, contabiliza quantas calorias vão sendo gastas durante as danças. Há também o Dance Lab, que na versão anterior era chamado de Just Dance Machine. O Dance Lab é dividido em episódios, cada um reunindo cinco pequenas rotinas baseadas não só em músicas, mas também em diferentes estilos artísticos, esportes e coreografias inusitadas, servindo realmente como um laboratório de experiências divertidas.
As Dance Quests, que funcionavam como um "modo campanha", ficaram de fora em Just Dance 2018, bem como o Video Challenge, o modo competitivo assíncrono contra outros jogadores. Particularmente, não sinto falta das Dance Quests, pois não tinham tanto sentido assim e metade ficava bloqueada para assinantes do serviço Unlimited, mas o Video Challenge era um modo que eu gostava bastante por ter esse lado de compartilhar e disputar pontuação e até zoar/parabenizar outros jogadores ao final da rotina.
Além da interface, outra característica que foi repensada e ganhou novas funções foram os Mojos, a moeda do jogo. Anteriormente, os Mojos eram utilizados para comprar avatares, estilos e coreografias alternativas de dança. Em tese, eles ainda servem para isso, só que agora, ao invés de escolher e comprar aquilo que o jogador desejar, ele deve passar pela Máquina de Presentes.
A Máquina de Presentes tem o funcionamento semelhante àquelas máquinas de brinquedinhos existentes em alguns supermercados. Coloca-se 100 Mojos na máquina e ela dá um item do jogo aleatório, inclusive uma música adicional. Essa aleatoriedade pode não agradar a todos, pois já não é possível escolher o que ganhar. Em compensação, agora se gasta apenas 100 Mojos para qualquer coisa, sendo que antes alguns itens chegavam a custar 10.000.
Embora haja mais de 230 itens a serem resgatados na Máquina de Presentes, ganhar Mojo é algo fácil (e, felizmente, não existem microtransações). Eles são dados como recompensa de acordo com seu desempenho nas danças, ao subir de nível ou dançar no World Dance Floor. Além disso, Just Dance 2018 apresenta um "sistema de desafios" que, quando completados, garantem mais um tanto de Mojos. Os desafios são uma série de atividades variadas que envolvem coisas como fazer certo número de Gold Moves, criar uma Playlist, dançar uma música específica, etc., o que mantém o jogador engajado por mais tempo.
No jogo anterior, foi apresentado um novo rank de pontuação chamado de Superstar, recebido ao ultrapassar os 11.000 pontos. Na edição 2018, o desafio aumenta com o rank Megastar, atingido após os 12.000 pontos. Foi também incluída uma nova avaliação de passo intermediário: o Super, que fica entre o Good e o Perfect. É uma pequena alteração, mas que adiciona mais variação à pontuação para aqueles que levam a competição a sério.
As coreografias continuam bem variadas, cheias de estilo e divertidas, com performances solo e em grupo e versões alternativas. Algumas são bem inusitadas como, por exemplo, dançar em cima de uma bicicleta. As versões extreme, com passos profissionais, continuam presentes para algumas músicas, inclusive recebendo uma seção personalizada no menu de busca, junto de outras seções separadas por temática e recomendações.
Just Dance 2018 traz uma lista de músicas com bastante destaque a hits recentes, com quase metade formada por canções lançadas este ano, incluindo sucessos como Despacito e Shape of You. O Brasil, infelizmente fica de fora (na verdade, houve uma notável ênfase em artistas americanos desta vez). Shakira retorna com Waka Waka, que fez sucesso na Copa do Mundo de 2010 e é bem divertida de se dançar. E para os fãs de K-Pop e J-Pop, há a presença de HyunA (Bubble Pop!) e Hatsune Miku (Love Ward).
A estreia de Just Dance 2018 foi também acompanhada de uma atualização do Just Dance Unlimited, o serviço pago da Ubisoft que oferece danças por streaming, à la Netflix. O catálogo agora conta com mais de 300 músicas, incluindo algumas faixas exclusivas e danças vindas de jogos anteriores. A aquisição do jogo oferece generosos três meses para os usuários experimentarem o serviço, um mimo proveitoso.
Vale apontar que praticamente toda a lista de Just Dance 2017 foi disponibilizada na atualização de Just Dance Unlimited, o que me leva novamente a achar que a Ubisoft está criando uma concorrência para seu próprio título anual, já que, em termos financeiros, o serviço pago é mais acessível do que adquirir o novo jogo. Mesmo assim, a interface remodelada, a presença do Modo Kids e a grande quantidade de músicas atuais torna a edição 2018 de Just Dance tentadora.
Nota: Você pode conferir as novas mudanças de interface e o modo Kids no vídeo no início desta análise, ou diretamente clicando aqui.
Veredito
Com uma interface e funcionalidades remodeladas, Just Dance 2018 traz um ar de novo ao jogo de dança da Ubisoft, ficando mais moderno, enxuto e acessível. A adição de um modo dedicado às crianças é muito bem-vinda, já que este é um público cada vez mais interessado no jogo e que merecia uma atenção especial. Embora não traga nenhuma novidade incrível, as pequenas modificações, juntamente com uma lista de músicas bem variada e atual, e uma generosa assinatura de três meses de Just Dance Unlimited, justificam a aquisição da nova edição.
Jogo analisado com cópia física fornecida pela Ubisoft.
Veredito
Veredict
With its interface and features redesigned, Just Dance 2018 brings a breath of fresh air to Ubisoft’s dancing game, more modern, lean and accessible. The Kids Mode, a section specially designed to children, is a very welcome addition to the game. Even though this edition does not bring any incredible new feature, the small modifications, along with a set list very up to date and a generous three-month subscription to Just Dance Unlimited, justify the purchase.