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Análise – Maitetsu: Pure Station

A onda de portar visual novels para consoles que foram originalmente lançadas para PC começou com força nessa geração e Maitetsu: Pure Station, desenvolvido pela developer Lose, marca o mais recente lançamento deste mercado, graças ao apoio da publisher Circle Ent.

Maitetsu: Pure Station começa contando a tragédia que ocorreu na infância do protagonista Soutetsu, quando durante um acidente de trem que levava sua família para uma viagem pelo interior do Japão, ele acaba perdendo sua família inteira: seus pais e sua irmã gêmea Michiko.

Agora adulto e cursando faculdade, Soutetsu decide dar uma pausa e voltar para a cidadezinha do interior chamada Ohitoyo, lugar onde foi criado pela família Migita depois do acidente, que o adotou e criou por todos esses anos. O protagonista toma essa decisão de retornar por conta do avanço nos planos de construção de uma fábrica de Aircra na região, o que traria muita poluição nos rios e toda natureza em volta da cidade.

Aircra, no contexto do jogo, é uma tecnologia avançada de transporte de indivíduos, quase como se fosse seu próprio “carro voador”, por assim dizer. Também por conta desse avanço tecnológico, trens e empresas ferroviárias em geral entraram em crise, logo se tornando obsoletos e mantidos pelos poucos entusiastas que ainda restam.

Chegando na cidade, enquanto organizava o quarto lotado de pertences do seu falecido avô, Soutetsu encontra Hachiroku, uma “rail lord”, que estava esquecida e desativada por anos no meio da bagunça. “Rail lords” são robôs idênticos aos humanos, com personalidade própria, programadas para ajudar os maquinistas que conduziam os trens durante a época em que as ferrovias no Japão ainda eram o principal meio de transporte da população.

Ativada novamente, Hachiroku decide por nomear Soutetsu, responsável pela sua reativação, como seu novo mestre, e Soutetsu, vendo o desgosto de sua “rail lord” acordando anos depois e descobrindo que os trens não são mais uma parte essencial da vida das pessoas, decide unir o útil ao agradável e escolhe o renascimento das linhas de trem de sua cidade como plano principal para impedir a construção da fábrica de Aircra em sua cidade.

Sendo essa a trama principal da história, o jogo também conta com o aspecto de romance entre o protagonista e as demais personagens. São três principais escolhas românticas, cada uma com a sua rota específica, além de mais algumas rotas das garotas que fazem parte do elenco secundário.

A versão para consoles é classificada como all-ages, um termo utilizado para descrever versões apropriadas para “todas as idades” de jogos cujas versões originais possuem conteúdo adulto. Apesar da versão de console ser apropriada para todas as idades, o jogo não deixa de contar com algumas sérias problemáticas.

As três principais escolhas românticas do protagonista são Hachiroku, uma “rail lord” com uma aparência de criança; Hibiki, irmã postiça mais nova do protagonista (filha biológica de seus pais adotivos) e Paulette, a prefeita e encarregada da empresa de trens da cidade. Não precisa pensar muito para ver que, fora Paulette, existem problemas sérios com as outras duas rotas, sem contar que as rotas secundárias contam com os mesmos problemas (Nagi e Fukami são crianças e Makura é a irmã postiça mais velha do protagonista).

Vai de cada jogador decidir o que é aceitável ou não, algumas rotas foram mais “toleráveis” por assim dizer do que outras, mas é bem incômodo jogar uma rota em que você explora um romance sério com a sua irmã, que além de ser adolescente e estar na escola… Continua sendo sua irmã.

A arte do jogo foi o que me chamou mais atenção quando a versão para consoles foi anunciada e algo que não deixou a desejar no lançamento. Os retratos dos personagens se movem pouco, porém são todos designs bem elaborados e as CGs em especial são muito bem desenhadas. Fora isso, o detalhe que foi colocado nas imagens de plano de fundo foi bem maior do que se costuma encontrar em outros jogos do gênero.

O jogo é inteiramente dublado em japonês, com opções de legendas em inglês, japonês e chinês. Até fica o fato curioso que se você assim optar, pode ler o diálogo com dois idiomas ao mesmo tempo, o que pode ser uma oportunidade de aprendizado para quem está aprendendo alguma outra língua e quer conferir o significado ou tradução das palavras.

Depois de conferir todas as rotas, o jogador então abre a opção da “grand route”, que acaba unindo tudo que foi construído nas demais rotas num único final, servindo como o desfecho definitivo. Algumas trinta e cinco horas depois, posso dizer que Maitetsu: Pure Station conta com uma premissa bastante interessante, alguns pontos bem problemáticos, porém acaba sendo uma experiência válida para fãs do gênero.

Veredito

Maitetsu: Pure Station traz a tranquilidade de uma cidade do interior do Japão, a força de seu povo, a tragédia que moldou seu protagonista e a premissa ferroviária do antigo tentando sobreviver no mundo moderno, tudo num único pacote.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Circle Ent.

Winz.io

Veredito

70

Maitetsu: Pure Station

Fabricante: Lose

Plataforma: ps4

Gênero: Visual Novel

Distribuidora: Circle Ent

Lançamento: 16/01/2020

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

Maitetsu: Pure Station brings the tranquility of a rural japanese city, the strength of its people, the tragedy that shaped its protagonist and the railway premise of the old trying to survive in the modern world, all in a single package.