Análise – Dangerous Driving

Dangerous Driving foi desenvolvido por uma pequena equipe de sete integrantes e tem um propósito bem definido, ser o sucessor espiritual da série Burnout. Não é incomum ver indies tentando imitar títulos clássicos e trazê-los para a nova geração com um nome diferente. O que é incomum, no entanto, é o sucesso desses já que muitos acabam por criar jogos que falham em replicar a experiência dos clássicos em que se baseiam. Dangerous Driving é o raro caso que a pequena equipe conseguiu, e muito bem, replicar a experiência de Burnout, mas com diversos contratempos que são produtos das limitações da produção do jogo atual.

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Dangerous Driving conta apenas com um modo single-player que contém 68 eventos sendo estes divididos em corridas, campeonatos, corridas contra o tempo, estágios no qual é necessário sobreviver ou destruir os seus oponentes, entre outros. As pistas são trechos de grandes áreas tematizadas com desertos, montanhas congeladas, pantanais e planícies. Os desenvolvedores foram bastante inteligentes no uso dessas regiões e no uso dos trechos que compõem as pistas, fazendo com que a reutilização de cada região não fique aparente e muito menos cansativo. Existem planos para um modo online para ser adicionado futuramente, mas o foco aqui está na campanha e em bater os tempos de outros jogadores em cada evento.

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O maior sucesso dos desenvolvedores está na jogabilidade, pois ela replica muito bem a sensação de velocidade descontrolada da série Burnout e, em partes, a destruição dos carros. Nas corridas de Dangerous Driving, cada carro tem uma quantidade de nitro/boost que é preenchida ao se realizar manobras perigosas como derrapagem ou correr em contra mão. É possível aumentar o limite dessa quantidade de nitro destruindo os carros de outros competidores jogando-os para fora da pista, contra outros carros no trânsito e muito mais. Isso faz com que o jogador não deva se preocupar apenas com a pista, mas também em destruir e evitar ser destruído pelos seus oponentes. As pistas, por sua vez, são interessantes e detalhes como o piscar dos carros na contramão facilitam o entendimento da pista durante uma corrida. O sistema de iluminação poderia ser melhor, sendo que as reflexões do Sol em alguns trechos do deserto ou em pistas molhadas quase cegam o jogador.

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Existem duas diferenças consideráveis se comparado ao clássico da EA. A primeira é que destroços dos veículos destruídos permanecem na pista até o final do evento e, francamente, não consigo afirmar se essa é uma mudança positiva ou negativa. Em eventos com muitas voltas e muita destruição, navegar pela pista enquanto se desvia dos demais carros e dos destroços fica virtualmente impossível e frustrante. Por sua vez, isso também dificulta e muito a vida dos demais oponentes e pode servir como elemento estratégico por parte do jogador. A segunda mudança é que existe um foco muito maior nas derrapagens, sendo estas absolutamente necessárias para se obter bons tempos em cada corrida.

Conforme mencionei anteriormente, Dangerous Driving foi produzido por uma pequena equipe e com um orçamento provavelmente pequeno, portanto, o título também é bastante limitado mesmo se comparado aos Burnout da época do PS2. O modelo de destruição dos veículos é extremamente limitado, mesmo se comparado com os jogos de PS2, e as físicas do jogo usualmente são comportadas, mas existem momentos que se descontrolam completamente, resultando em seu carro sendo arremessado por longas distâncias ou cair num buraco sem fundo ou o mundo sumir ao seu redor e demais bugs que encontrei. Na maioria dos casos são pequenas distrações, mas existiram as vezes que estes problemas influenciaram o resultado de uma corrida.

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O problemático de se reiniciar uma corrida é que algumas dessas são particularmente longas, requirindo uma forte concentração por parte do jogador por um período de tempo consideravelmente longo. A Inteligência Artificial, em especial, também é surpreendentemente cretina com uma aplicação absurda do efeito rubberband (elástico) que traz seus oponentes para perto quando o jogador está longe. O que evita que o título se torne excessivamente frustrante é que a rubberband também é aplicada quando o jogador está perdendo, permitindo que seja possível recuperar corridas cujo início foi desfavorável. A AI também comete erros ao invés de serem motoristas perfeitos, portanto de alguma forma, existe um semblante de balanceamento na experiência de jogo.

Outro ponto que devo mencionar é que não existe uma trilha sonora no jogo, sendo esta tarefa delegada ao Spotify. O texto do jogo dá a entender que utilizar o Spotify dentro do título requer uma assinatura Premium e isso, felizmente, é um equivoco. Os desenvolvedores implantaram uma troca rápida de músicas utilizando os comandos do jogo e, esta capacidade específica, requer a assinatura. Para os que não possuem uma assinatura, é possível utilizar o aplicativo do PS4 do Spotify de maneira gratuita e ouvir suas músicas enquanto se joga. Não acho que seja uma solução ideal para a falta de uma trilha sonora, mas serve seu papel.

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Jogo analisado com código fornecido pela Three Fields Entertainment. 

Veredito

Dangerous Driving não chega a qualidade dos clássicos Burnout por uma questão de polimento, mas ele cria uma excelente base para que a série se torne o sucessor espiritual que o clássico merece.

75

Dangerous Driving

Fabricante: Three Fields Entertainment

Plataforma: ps4

Gênero: Corrida

Distribuidora: Three Fields Entertainment

Lançamento: 09/04/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

Dangerous Driving doesn’t reach the quality of Burnout classics because of its lack of polish, however, it creates an excellent foundation for this series to become the successor the classic series deserves.