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Análise – Battle Princess Madelyn

A viabilidade comercial é o que costumeiramente dá sinal verde a maioria dos projetos. A paixão e o entusiasmo contam, mas é preciso preparo e estudos que demonstrem o potencial de vendas do produto. Na contramão disso estão as iniciativas via Kickstarter, como é o caso de Battle Princess Madelyn, em que bastaram a dedicação de um pai coruja, o desejo da filha participar de um videogame e, claro, o apoio financeiro de contribuidores via Kickstarter para que a aventura de Maddi fosse concretizada.

Além de uma homenagem a própria família, Battle Princess Madelyn resgata a fórmula de Ghouls’n Ghosts da Capcom, um clássico que não é tão simulado atualmente. Contudo, o novo jogo da Causal Bit Games ousa e introduz novidades na fórmula original por meio de um modo história, contendo alguns elementos comuns de produtos mais modernos.

Seu modo história não é limitado por divisão de fases e uma progressão linear, há um mundo interconectado com diversas atividades paralelas e os objetivos exigem um pouco de backtracking, quebrando a linearidade típica de Ghouls’n Ghosts. A ideia é ótima e deveria revigorar o gameplay, mas a execução não atende as demandas de um projeto mais ambicioso.

Seu universo é apresentado por uma narrativa simples e diálogos com tom infantil, sua história dificilmente vai cativar a atenção de jogadores mais maduros. Os gráficos são pobres; os sprites não casam bem em TVs grandes devido a sua baixa resolução. Ressalta-se também a dissonância entre os fundos de determinados cenários com seus demais componentes, não há uma harmonia devido a baixa qualidade de alguns backgrounds. A trilha sonora oscila entre o bom e o ruim e os efeitos sonoros desapontam.

Battle Princess Madelyn ao menos salva (com ressalvas) no aspecto mais importante de um jogo: no gameplay. Sua jogabilidade é de fácil aprendizado e os 60 frames por segundo deixam a experiência bem agradável. É um jogo de ação que vai exigir pulos precisos e atacar inimigos de forma constante. O ataque se dá por meio de lançamentos de armas, então as lutas são mais a base de projéteis do que a curta distância.

Além do modo história, o game traz uma abordagem tradicional com o modo Arcade. Nesta modalidade, a experiência é similar ao clássico da Capcom do qual serviu de inspiração para o jogo. Há a separação por fases e uma trajetória direta e contínua. No entanto, percebe-se que é no Story Mode que houve mais dedicação empregada e mais inovação.

A campanha nesse formato principal poderia ser interessante e robusta, lembrando inclusive a experiência de bons indies metroidvanias. Todavia, conforme mencionado anteriormente, a execução foi aquém do que era preciso. São muitos detalhes negativos que enfraquecem a diversão no game.

Um aspecto vital em que Battle Princess Madelyn decepciona é no level design das dungeons. Ainda que as regiões que as antecedem apresentem um nível aceitável, as cavernas, catacumbas e outros lares escondidos possuem uma estrutura excessivamente repetitiva. Um imediato exemplo é a caverna da bruxa, um dos primeiros desafios do game. Tal local apresenta pedras escaláveis ao longo de todo o cenário e a diversidade de inimigos é bastante limitada; uma demonstração precisa do que o jogador vai encarar nas horas seguintes.

A repetitividade frustra e o tamanho prolongado das áreas do game validam o lema bauhasiano de que menos pode ser mais. Há muitas decisões estranhas em Battle Princess Madelyn, como é o caso de sua progressão enigmática, no pior sentido possível. O jogo não oferece muitas informações para onde o jogador deve ir e “empacar” nessa trajetória é praticamente inevitável. Esconder itens essenciais da jornada principal no que o jogo indica ser uma quest opcional é uma decisão controversa e aborrecedora, especialmente porque o jogo não traz criatividade alguma nas suas tarefas opcionais – são todas horríveis.

Os confrontos contra os chefes poderiam ser o clímax do jogo, mas boa parte destas batalhas são simples e exigem mais “macetes” do que habilidades no controle. A quantidade de ataques dos chefes costuma ser bem limitada, facilitando muito os desafios e eliminando a graça da conquista.

O jogo também carece de polimento, principalmente no áudio e no contorno de alguns bugs. A ausência de efeitos sonoros que indiquem o contato com algum item ou a destruição de um inimigo passa a sensação de um produto feito pela metade. O efeito visual da destruição de alguns inimigos e de partes do cenário também é vergonhosa. Felizmente os bugs podem ser contornados pelos generosos checkpoints e autosave do jogo.

Há ainda algumas implementações questionáveis em Battle Princess Madelyn. A economia é estranha, sendo que o dinheiro tem pouco uso e rapidamente fica obsoleto na campanha. O arsenal da princesa Maddi também poderia ter aplicação mais variada, no geral, vale a regra do quanto mais tarde você adquirir, mais forte e eficiente é a arma.

Veredito

Embora a existência do Arcade Mode traga uma experiência mais agradável e em conformidade com a expectativa dos retrogamers, é lamentável que a extensão das fases e a repetitividade comprometam a diversão do ambicioso modo história. A aventura de Madelyn é problemática e precisava de mais tempo no forno. O potencial existe, só faltou mais cuidado na sua realização.

Jogo analisado com código fornecido pela Causal Bit Games.

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Veredito

68

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Veredict

Although the existence of an Arcade Mode offers a more enjoyable experience and should please retrogamers, it is unfortunate that the length of the dungeons and the repetitiveness compromises the enjoyment of the ambitious story mode. Madelyn’s adventure is problematic and needed more development time. The potential is there, it just needed a bit more of effort.