Viewfinder – Review

Na última edição do The Game Awards, entre tantos grandes anúncios, um deles chamou minha atenção por sua ideia um tanto quanto criativa. Esse jogo era Viewfinder. Desde então, estava bastante ansiosa para poder finalmente conferir o game e descobrir se era tudo que eu esperava.

Desenvolvido pela Sad Owl Studios, Viewfinder é um game narrativo em primeira pessoa no qual, enquanto vamos descobrindo detalhes da trama, devemos resolver uma série de puzzles através da manipulação da realidade por meio de fotografias e ilusões de ótica.

Viewfinder

A história de Viewfinder, apesar de simples, é também envolta em bastante mistério. De início é complicado entender onde estamos e o que estamos fazendo, mas após algumas fases ficamos cientes de que estamos explorando uma espécie de mundo virtual, onde cientistas se refugiaram para tentar encontrar uma solução para os problemas climáticos do mundo real. Nosso objetivo é encontrar o que quer que seja que esses cientistas desenvolveram. Durante a exploração, encontraremos vários gramofones que contém áudios falando um pouco das ideias, processos e convivência entre os pesquisadores. Eles são opcionais e estão lá para criar um background e até mesmo uma espécie de vínculo entre nós, jogadores, e os pesquisadores. Entretanto, o game falha ao tentar trazer essa aproximação visto que alguns desses áudios são bastante desinteressantes.

Viewfinder brilha muito em sua gameplay extremamente simples, intuitiva e original. Dividido em cinco grandes áreas, cada uma delas com uma quantidade diferente de fases, iremos explorar essa outra realidade manipulando imagens, pinturas, esboços, quadros famosos e dando vida a elas usando nossa criatividade. Vamos poder rotacionar as imagens e escolher onde colocá-las remodelando por completo os cenários. Em fases posteriores, teremos uma câmera que aumentará ainda mais as possibilidades e em outros momentos dominar ilusões de ótica será a chave para prosseguir. Espalhadas pelas fases também encontraremos algumas fotografias que são easter eggs muito criativos, como por exemplo, um código de barras que quando trazido à vida se torna uma floresta que podemos explorar.

Viewfinder

Com o decorrer do game, os puzzles vão ficando um pouco mais complexos – nada que nos frustre ou pareça impossível de resolver – fazendo com que nunca estagnemos nas resoluções, sempre pensando em maneiras diferentes já que o game também vai apresentando novos conceitos, desde câmeras com timer até cenários que são construídos com um material que não aparece nas fotos. E se os puzzles vão ficando mais complexos, a chance de cometer erros também aumenta. Para contornar essa questão, Viewfinder conta com um sistema de retroceder o tempo, numa pegada bem Sands of Time, mas sem limite, podendo retroceder, até mesmo,  para o início da fase caso seja necessário. Isso traz ainda mais liberdade para que possamos testar diferentes soluções.

Durante a gameplay, além da beleza dos diferentes lugares, teremos também a companhia de CAIT, uma inteligência artificial que toma a forma de um charmoso gatinho. Ele sempre estará interagindo com nosso personagem, seja comentando sobre os lugares e os cientistas a até mesmo nos incentivando e elogiando nossas soluções. E tudo isso cercado de uma trilha sonora muito confortável num estilo lo-fi que contrasta muito bem com a premissa do game.

Viewfinder

Viewfinder também conta com um sistema de dicas que aparece após passar um determinado tempo preso no quebra-cabeça. Entretanto, as dicas oferecidas ora são bem rasas e não chegam a ajudar, ora funcionam como um estalo abrindo nossos olhos para outras possibilidades. Um outro “problema”, por assim dizer, está na última fase. É nela que somos introduzidos ao conceito de fases com limite de tempo e só depois de errarmos várias vezes é que o jogo surgirá com a opção de desabilitar a função. Acredito que essa informação poderia ser apresentada bem antes, evitando possíveis frustrações justo no final do game.

De fato, Viewfinder é um game que cumpre muito bem sua proposta e acabou se tornando um dos meus favoritos no quesito puzzle. Com uma duração ideal, uma trilha sonora relaxante e quebra-cabeças que incentivam nossa criatividade, o mundo de Viewfinder fica completamente a mercê do jogador para que possamos criar nossas soluções enquanto apreciamos um belíssimo game.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Thunderful Games.

Veredito

Viewfinder é um daqueles jogos que merece destaque pela sua simplicidade e execução de ideias. Um game com uma narrativa simples, puzzles criativos e que vão ficando cada vez mais interessantes. Tudo isso acompanhado de uma trilha sonora relaxante e lindos gráficos, além, é claro, do simpático CAIT que torna nossa jornada por Viewfinder ainda mais agradável.

85

Viewfinder

Fabricante: Sad Owl Studios

Plataforma: PS5

Gênero: Puzzle / Adventure Narrativo

Distribuidora: Thunderful Publishing

Lançamento: 18/07/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Viewfinder is one of those games that deserves to be highlighted for its simplicity and execution of ideas. A game with a simple narrative and creative puzzles that keep getting more and more interesting. All of this is accompanied by a relaxing soundtrack and beautiful graphics, in addition, of course, to the friendly CAIT that makes our journey through Viewfinder even more pleasant.