Thief é um jogo focado no elemento "stealth" e desenvolvido pela Eidos Montreal. Trata-se de um renascimento de um antigo clássico – portanto é, na verdade, o quarto título da série. Apesar de não ser o primeiro, você não precisa ter jogado os antigos para entender o que acontece neste novo.
Os jogadores controlarão Garrett, um exímio ladrão que gosta de roubar dos ricos. Na história, Garrett esteve ausente de sua cidade natal (que se chama "The City") por muito tempo e, quando volta, ela está governada por um tirano chamado "The Baron". Além disso, a cidade está sofrendo de uma praga e os ricos continuam vivendo de forma isolada e com fartura. Os pobres estão fazendo diversos protestos contra as autoridades e Garrett espera usar toda essa situação a seu favor.
A história acontece centenas de anos mais tarde dos eventos da série original, mas é no mesmo universo ainda. Este novo conto começa quando Garrett está com sua ex-aprendiz, Erin. Eles acabam aceitando o mesmo trabalho dado por Basso, seu contato. No entanto, algo terrível acontece e a história se desenrola a partir disso.
De forma similar aos antigos títulos, os jogadores precisam usar e abusar do "stealth" em Thief, ou seja, não podem ser vistos pelos inimigos e só devem usar a violência como último recurso. Aliás, o jogo pune bastante o jogador que não for discreto – se um único soldado encontrar você, ainda é possível sobreviver, mas com dois ou mais pode ir se preparando para dar "reload" em seu último save.
No começo, Thief parece ser apenas um jogo de "siga do ponto A para o ponto B". Porém, mais tarde, você começa a entender sua estrutura. Garrett possui uma "base de operações" (a "clock tower"). Nela você tem acesso aos itens que coletou e inclusive pode estocar os que são consumíveis. Conforme o jogo evolui, você tem acesso a diferentes capítulos. Ou seja, quando você sai da base, estará em uma área que funciona como uma espécie de hub e terá acesso aos capítulos dependendo de onde você se encontra na história.
Os capítulos, no entanto, são poucos (apenas 8), o que nos leva a cerca de 10 horas de gameplay ou um pouco mais que isso se você gostar de analisar bem os cenários em busca de itens. Dessa forma, o esquema do gameplay de Thief é basicamente isso: chegue em uma área e veja se há inimigos. Nocauteie-os sem ser detectado ou simplesmente passe por eles. Observe ao seu redor sempre se há itens que podem ser pegos que funcionam como dinheiro. E continue avançando dessa forma, tendo que realizar algumas vezes outras tarefas simples, como abrir portas com um "lockpick".
Os comandos são simples e usam bastante os gatilhos. No caso, L2 serve para correr e pular (pense no "freerun" da série Assassin's Creed – é praticamente idêntico, mas em primeira pessoa) e R2 para atacar fisicamente, por exemplo. A única coisa não muito natural é que pressionar L3 é o agachamento (e não correr, pois é o L2 que faz isso), mas você se acostuma. Há outros comandos, obviamente, como o R1 usar o arco de Garrett.
Garrett carrega consigo um item chamado "blackjack" (pense numa espécie de bastão) que é usado para nocautear os inimigos. Há também o arco, como foi mencionado, que possui diferentes flechas (todas não causam mortes aos adversários). Todos os itens são acessados através do Touch Pad do DualShock 4. "Entender" como usar no início é um pouco complicado, mas depois se pega o jeito: você deve pressionar para que apareça o menu, deslizar na posição desejada (não pense como um mouse, e sim como um menu localizado exatamente na mesma posição do controle) e aí, sim, usar o item escolhido.
Entre os itens temos uma espécie descartável, que pode ser arremessada para distrair os inimigos. Esse elemento mostra que o jogo possibilita inúmeros caminhos para que o jogador chegue ao objetivo proposto. Mas em todas as situações é necessário usar o ambiente como "arma principal".
A inteligência artificial é algo que agrada e desagrada ao mesmo tempo. Se eles descobrirem que você está nas redondezas, os inimigos procuram áreas que você realmente pensaria em se esconder. Porém, a "sombra" é algo muito surreal neste jogo. Se você está nela, a CPU pode passar do seu lado que não vai perceber sua presença. É algo muito estranho. Joguei na dificuldade "Normal" – talvez em dificuldades elevadas isso não aconteça.
Um elemento referente à sombra: é um simples toque na HUD que mostra uma luz branca em sua barra de vida. Essa luz indica se você está em área iluminada e consequentemente visível aos inimigos. Além da luz (que nos leva a coisas bacanas como apagar velas para poder atuar de forma discreta em uma área), temos vidro quebrado no chão que também pode entregar sua posição.
Outro elemento do jogo que muitos outros games têm adotado é, neste caso, o "Focus". Apertando triângulo e gastando uma barra, você pode ver os elementos de interesse na área ao seu redor. Portanto, pense como o modo de detetive da série Batman: Arkham ou o instinto de Lara em Tomb Raider. É a mesma coisa, mas tem uma barra que permite não abusar disso. Há, porém, um adicional que explica essa limitação: o "tempo" fica mais lento ("slow down"), o que permite realizar muitas coisas, como roubar mais facilmente o dinheiro de algum guarda distraído.
Thief oferece um elemento inovador. Você pode montar sua dificuldade. Ou seja, pode escolher quais elementos podem aparecer na tela, desde coisas simples, como sua vida, ou mais cruciais, como "para onde ir". As GIFs abaixo mostram vários elementos que aparecem e podem ser ligados ou desligados.
Veredito
Thief é um bom jogo de stealth. O título pune o jogador que não for discreto, mas há inúmeras maneiras para que você não seja detectado. É relativamente curto, mas sua experiência é recompensadora, além de oferecer elementos inovadores ao gênero.
Jogo analisado com código fornecido pela Square Enix.