Theatrhythm Final Bar Line – Review

Difícil dizer que o anúncio de um novo jogo de ritmo vindo da Square Enix não me deixaria animado, afinal, seu último lançamento musical, Kingdom Hearts Melody of Memory (2020), foi uma boa surpresa que mostrou bastante carinho com o gênero, mas acabou pecando ao deixar algumas faixas de fora. Dito isso, Theatrhythm Final Bar Line caminha para o lado oposto, entregando um dos pacotes mais completos dentro do estilo.

É fácil de sentir algo especial em Final Bar Line logo ao ligar o título: uma linda abertura que reúne todos os heróis e vilões da franquia enquanto tocam o tema principal trazem à tona o tom de celebração que o jogo possui. Assim como em Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin (2022), seu foco aqui é comemorar os 35 anos da franquia.

Diante de uma tarefa tão importante, foi crucial que a indiezero fizesse com que fãs de todas as gerações da franquia se sentissem representados, e felizmente, foi exatamente isso que foi alcançado. Não foram apenas os jogos principais que conseguiram ser selecionados, spin-offs, remixes e até mesmo complicações foram incluídas. Com um repertório gigante de 385 músicas, é difícil pensar em algum Final Fantasy que não tenha sido inserido.

A escolha de músicas por título também foi impecável, indo de hits famosos como Fight On, Battle on the Big Bridge, Dancing Mad e Sunleth Waterscape até músicas mais obscuras como God in Fire, Crimson Blitz e Mambo de Chocobo. Se você algum dia foi fã de Final Fantasy, com certeza existe algo aqui que vai agradá-lo.

O processo de desbloquear novas músicas é muito fácil. O jogador tem total liberdade de escolher quais títulos ele quer focar primeiro, sem nenhuma restrição ou dependência prévia. É possível liberar faixas avulsas sem se dedicar a um “Final Fantasy específico” no modo Music Stages, onde o jogo sempre sorteia uma grande quantidade de opções dentro de um certo tema.

Assim como Hatsune Miku: Project DIVA Future Tone (2017), Final Bar Line se baseia em sua versão original, Theatrhythm Final Fantasy All-Star Carnival, mas adaptada para os consoles. Notas virão na horizontal e, de acordo com o ritmo, o jogador pode usar qualquer botão do controle para acompanhar a música. Essa liberdade dá o conforto para cada um escolher a melhor forma de jogar, e ao mesmo tempo criar dificuldades extremamente desafiantes nos níveis mais altos.

Existem até mesmo modificações que normalmente são exclusivas aos jogos mais competitivos do gênero. É possível mudar a velocidade das notas, sombrear e tampar a arena e claro, ajustar o timing caso seja necessário. É evidente que a equipe responsável pelo título conhece bem o gênero e deu a ele um cuidado maior do que muitos imaginavam.

Esse carinho também se estende a grande quantidade de personagens e itens desbloqueáveis presentes. Além de ser possível montar sua equipe dos sonhos com os 107 protagonistas presentes, jogadores que gostam de completar todos os aspectos do jogo irão passar centenas de horas liberando todas as lindas imagens de cada título incluído.

Se tivesse que apontar o único defeito do título, seria no modo como sua edição de colecionador foi montada. O jogo possui 27 faixas que estão incluídas já no lançamento e só são liberadas caso o jogador esteja disposto a gastar mais. Para piorar, muitas dessas músicas são favoritas como Zanarkand e Melodies of Life, o que acaba fazendo com que fãs desses títulos se sintam forçados a perder 150 reais adicionais, sem contar na promessa de três passes de temporada por vir.

Faz anos desde a última vez que vi jogo de ritmo ter tanto cuidado assim, como grande fã não só do gênero mas também da franquia, Theatrhythm Final Bar Line acabou se tornando a fusão perfeita dos dois mundos. Sendo a forma perfeita de celebrar os 35 anos da série, o título é imperdível para todos que em algum momento já se encontraram cantarolando as icônicas músicas de Final Fantasy.

Jogo (versão de PS4) analisado no PS5 com código fornecido pela Square Enix.