The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer – Review

The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer é uma visual novel, desenvolvida pela Mages e publicada no Ocidente pela Spike Chunsoft, lançada originalmente no Japão em 2021 e agora chegando ao Ocidente junto do segundo jogo da série, o The Quintessential Quintuplets – Five Memories Spent With You.

The Quintessential Quintuplets, também conhecido como As Quíntuplas no Brasil, conta a história de Futaro Uesugi, um jovem colegial bastante estudioso e um tanto excluído, que de um dia para outro, aceita a função de tutor e professor de cinco jovens, as quíntuplas, para ajudar nas finanças de sua família. Essa sua nova função de ajudar as cinco colegas nos estudos se provará um enorme desafio, tanto de habilidade como de paciência.

A história foi inicialmente lançada em mangás, depois sendo adaptada em duas temporadas de anime e um filme, fechando todo o conteúdo original. The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer, no entanto, se trata de uma história nova, criada especificamente para o jogo, quase como um episódio adicional que se passaria depois das duas primeiras temporadas do anime.

Esse talvez seja o primeiro grande obstáculo de The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer: para apreciar de fato o que está acontecendo no jogo, o jogador tem que estar minimamente inteirado do assunto, tendo assistido as duas temporadas do anime, totalizando vinte e quatro episódios.

O jogo não tenta nem introduzir o jogador ao que aconteceu na história até aquele ponto, ele simplesmente começa a história e o jogador que se vire tentando entender a dinâmica entre Futaro e cada uma das quíntuplas, além da sua missão em ensinar as garotas as matérias da escola e de sua relação com Raiha, sua irmã mais nova.

The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer conta uma história em que Futaro, durante as férias de verão da escola, é convidado pelas quíntuplas para visitar a ilha particular das cinco, para passar um final de semana diferente de descanso dentre tantas sessões de estudos, além de poder levar sua irmã mais nova para curtir essa folga também.

Pouco tempo após os sete personagens chegarem na ilha, uma grande tempestade atinge a ilha, deixando o grupo efetivamente ilhado, sem poder sair da ilha, pelo menos até que o mar se acalme e alguma embarcação possa resgatá-los. É assim, então, que acontece a história de The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer, quando um final de semana se torna duas semanas presos numa ilha isolada.

Apesar de não ser lá a premissa mais original da história, e depender muito de uma noção prévia das relações entre os personagens, The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer teria um potencial bem grande de contar uma história divertida, já que o material de origem é um mangá de comédia com toques de romance bastante interessante, mas então chega o grande pecado do jogo: seu gameplay.

Cometendo o mesmo grande erro que já cometeu em outros jogos baseados em animes e mangás já existentes, a Mages, ao invés de desenvolver uma visual novel tradicional apenas com escolhas, ou mesmo com elementos leves de gameplay, decidiu incluir um gameplay totalmente obtuso, intrusivo e enfadonho, para compensar o fato de que, história mesmo, o jogo teria pouquíssimas horas de duração.

Não é uma novidade para quem jogou KONOSUBA – God’s Blessing on this Wonderful World! Love For These Clothes Of Desire!, uma outra visual novel da Mages, adaptando outro anime famoso, que as introduções de gameplay feitas pela empresa são totalmente inadequadas e irritantes, mas aqui consegue ser ainda pior.

O sentido da jogabilidade começa e termina aí, só na premissa: como tutor das quíntuplas, o jogador deve organizar seus estudos nos períodos da manhã, tarde e noite, decidindo qual matéria cada uma estudará, se alguma delas irá buscar mantimentos na ilha, ou mesmo se descansará ou terá um tempo livre. Parece algo simples, mas a questão é que 80% do jogo é apenas isso, um simulador aleatório de status de cada personagem.

O pior é que esses status, ou melhor, as notas de cada uma, dita se o jogador irá ou não acessar a segunda metade do jogo, onde de fato encontrará mais história e menos enrolação. Digamos que finalmente o jogador alcançou a segunda metade, fez a rota de uma delas e zerou o jogo. Agora quer voltar e acessar as demais rotas – pois ele terá de engajar de novo, do zero, com a dinâmica de organizar suas agendas de estudos, uma por uma.

Essa é uma grande falta de respeito com o tempo do jogador, pura e simplesmente. Ao invés de introduzir alguma mecânica de que, ao passar com as notas na primeira vez, o jogador pudesse apenas rejogar mudando as opções de diálogo que ditam qual rota irá acessar, o jogo demanda que ele faça tudo de novo. Uma vez, duas vezes, até mesmo sete vezes.

Por mais que a arte e o fator de “orçamento” seja um avanço em relação ao KONOSUBA – God’s Blessing on this Wonderful World! Love For These Clothes Of Desire!, a gameplay consegue ser muitas vezes pior, desperdiçando o tempo do jogador. Aliás, mesmo falando em “orçamento”, não tem explicação do protagonista não ser dublado, enquanto todos os demais personagens são dublados pelo mesmo elenco do anime.

Tenho um enorme respeito para a empresa que talvez seja a minha desenvolvedora favorita de visual novels, que também calha de ser meu gênero favorito de jogos, mas não tem como passar pano para The Quintessential Quintuplets – Memories of a Quintessential Summer.

A audiência desse jogo teria de ser fãs da história, que já tenham finalizado e conheçam ela por completo, que gostem de visual novel e que não liguem com uma dinâmica propositalmente desenvolvida para enrolá-los. Se for encarar de fato esses números, duvido muito que existam jogadores o suficiente que justifiquem a localização desse jogo.

Jogo (versão de PS4) analisado no PS5 com código fornecido pela Spike Chunsoft.