The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition – Review

De inúmeros jogos que recebem versões definitivas nos novos consoles, confesso que The Outer Worlds era o que via ser o menos provável acontecer. Anos após o lançamento e sua última expansão, um título que não preza pelo impacto visual ou performance ao extremo e também toda a questão da aquisição da Obsidian pela Microsoft me fizeram duvidar disso. Entretanto, aqui estamos com The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition no PS5 e com a promessa de ser a melhor versão possível para o jogo num pacote completo com todo conteúdo possível.

The Outer Worlds trouxe em 2019 um estilo de RPG que teve sucesso considerável pelas mãos da Bethesda Game Studio e da própria Obsidian. A primeira pelo sucesso nas séries Fallout e The Elders Scrolls e a segunda por um único trabalho de destaque imenso com Fallout: New Vegas. Ainda que a fórmula do estilo tenha nascido com a BGS e foi impecável até o lançamento de Skyrim, Fallout 4 mostrou que não foi o suficiente para fãs de longa data e Fallout 76 não era um produto a se pôr na prateleira em seu lançamento. Mesmo que a Obsidian tenha tido contato apenas com New Vegas, o sucesso do jogo impulsionou o estúdio a aplicar seu aprendizado ali em demais projetos, que posteriormente se mostrou um sucesso com The Outer Worlds.

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O RPG com visão em primeira pessoa já teve uma análise no PSX Brasil que cobriu diversos aspectos do jogo de forma geral, como sua história, narrativa, companheiros, combate e mais. A Spacer’s Choice Edition tem como grande trunfo as diversas melhorias técnicas, ajustes pontuais para o jogo, uso do DualSense e a inclusão das expansões Peril on Gorgon e Murder on Eridanos junto do jogo base.

Como um resumo básico do jogo, em The Outer Wolrds o jogador é um cientista que foi acordado após 60 anos de uma expedição a um sistema solar que não deu muito certo, mas que criou um novo reduto para os humanos chamado Bonança. Despertado por outro cientista de nome Phineas Welles, maluco e procurado pelas autoridades, o jogador embarca na jornada de ajudar a descongelar seus demais companheiros da espaçonave Esperança e lutar contra a opressão do Conselho, a corporação que tenta administrar a região.

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Conseguindo uma nave e tripulação, realizando tarefas malucas, encontrando personagens únicos e histórias incríveis são apenas os primeiros passos encontrados aqui. De forte ênfase na história e narrativa, com diálogos e decisões tendo impacto em quase qualquer situação, The Outer Worlds se sobressai indo muito além da alcunha de um Fallout/Skyrim no espaço, mas sim tendo identidade única e entregando um novo universo que instiga o jogador a explorar e entrar de cabeça na sua história.

Poucos problemas foram relatados quando do lançamento original do jogo e alguns acabaram por não ser no aspecto técnico. Interface não prática ou intuitiva, problemas com tamanho dos textos, mecânicas pouco responsivas como stealth e outros pontos se sobressaíram a problemas técnicos mais severos. Mesmo assim, houveram pequenas reclamações de na oscilação de taxa de quadros, texturas de baixa qualidade e mais, que, em teoria, não deveriam mais acontecer na versão nativa da geração atual.

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Feito na Unreal Engine, o trabalho da Obsidian já era de qualidade no jogo base e agora é possui um destaque maior ainda na parte visual e técnica. A começar temos 2 modos de execução, sendo os tradicionais Qualidade, resolução 4K com melhorias visuais e taxa de quadros a 30fps, e Performance, com foco nos 60fps e maior resposta nos comandos. Ambos cumprem seu papel e entregam o que prometem, principalmente quando falamos de visual, e temos aqui uma qualidade de imagem ainda maior, mais limpa e que enaltece a paleta de cores e estilo artístico do jogo. A taxa de quadros parece estável em ambos os modos, mas há problemas aqui quando jogamos selecionando o desempenho. Ao que parece, em determinadas áreas do jogo que são mais abertas e mais notáveis nos mapas de Terra 2, há severos engasgos ao movimentar a câmera que mais parece stuttering do que quedas na taxa de quadros. Não era um problema que esperava acontecer no PS5, ainda mais usando a versátil Unreal Engine, mas é evidente que não houve um polimento de destaque nisso e não é agradável os engasgos ao jogar. Confesso que em determinados momentos, principalmente nos mapas informados, preferi mudar para o modo Qualidade, que acabou sendo o mais consistente deles.

Apesar disso, as melhorias técnicas e visuais são consideráveis e muito bem recebidas, que devem ser mais sentidas ainda por aqueles que aproveitaram o jogo original e querem voltar à Bonança na melhor oportunidade possível. Loadings são mínimos e nenhum chegou perto de 10 segundos de espera, o que era bem diferente antes. Outro ponto de grande destaque é a maior ênfase na iluminação e sombras, que vão ter suas melhorias notadas em qualquer parte do jogo. Apesar disso, problemas que continuam me incomodando são os menus e interface que podem ser irritantes às vezes, com diversos submenus surgindo e informações úteis não muito explícitas. Problemas esses que poderiam ser melhorados nessa versão atual.

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O uso do DualSense, como acontece em diversos jogos, segue utilizando muito pouco do potencial do controle e repetindo técnicas básicas sem muita profundidade. Relembrando sempre o que foi alcançado com Astro’s Playroom, mais de 2 anos atrás, fica difícil encontrar algo de destaque até hoje. As funções estão lá, com o feedback tátil e os gatilhos, mas não se sobressaem como algo notável.

A inclusão das duas expansões no pacote reforçam a versão completa do que é oferecido. Além da campanha base, considere algumas boas horas explorando o asteroide Gorgon e o planeta Eridanos, com novas histórias e personagens de destaque, novas narrativas e mais que completam o jogo e expandem seu universo.

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Quanto ao combate, a grande novidade é a melhoria na IA dos seus companheiros e inimigos. Há uma certa inteligência a mais em procurar alternativas diferentes para atacar inimigos por parte dos companheiros, além da opção de poder ajustar o comportamento de cada um. Inimigos em si vão tentar se defender de forma mais contida quando podem, se escondendo mais e mudando de cobertura quando não são programados para atacar loucamente em direção ao jogador. Funciona de forma mais correta, mas nada também não há uma grande revolução nisso.

De forma geral, as melhorias encontradas em The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition são as esperadas e já vistas em diversos jogos que seguiram o mesmo caminho antes. Há mais opções visuais para o jogador, com melhorias técnicas pontuais e a inclusão de todo o conteúdo num único pacote. Com certeza é a versão definitiva para o título, mas também é uma oportunidade desperdiçada para aprimorar e melhorar questões menores como interface e mecânicas não muito exploradas. Se a intenção era só a pincelada visual e técnica, sem se distanciar do material original, a versão de PS5 é mais recomendada para novos jogadores do que para aqueles que desejam voltar ao sistema de Bonança e suas histórias únicas. Ainda é um excelente jogo e um dos melhores RPG’s do tipo, talvez até podendo dizer ser o último assim já que dificilmente veremos jogos da Obsidian ou Bethesda saindo para consoles PS5 no futuro.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Private Division.

Veredito

The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition se mostra como a versão perfeita para aqueles que ainda não puderam aproveitar o jogo e suas expansões anteriormente. Não há muitos atrativos para os que querem voltar nesse universo além das melhorias visuais e técnicas já esperadas, ainda que haja problemas notáveis na performance que ainda precisariam de atenção.

90

The Outer Worlds: Spacer's Choice Edition

Fabricante: Obsidian / Virtuos

Plataforma: PS5

Gênero: RPG / FPS

Distribuidora: Private Division

Lançamento: 07/03/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition proves to be the perfect version for those who haven’t been able to enjoy the game and its expansions previously. There’s not much to appeal for those who want to return to this universe beyond the expected visual and technical improvements, although there are notable performance issues that would still need attention.