The Knight Witch – Review

The Knight Witch é um metroidvania que mistura Bullet Hell para se destacar num gênero que recebe um número cada vez maior de excelentes lançamentos. The Knight Witch se distancia dos metroidvanias usuais ao dar a completa liberdade de se movimentar verticalmente, ou seja, voar pelos cenários. Essa característica, por si só, também não é nova, mas aliada com bullet hell e outros sistemas, faz de The Knight Witch um título inesperadamente engajante. 

O título acompanha Rayne, uma mulher que havia treinado para se tornar uma Knight Witch durante uma guerra, mas acabou ficando como uma reserva. Anos após a guerra, uma nova invasão acontece e num momento em que as demais Knight Witches estão desaparecidas. Rayne, portanto, assume a posição para defender a população do exército de máquinas inimigas que os atacam. O poder de uma Knight Witch é proveniente do agradecimento da população, portanto, quanto mais gente Rayne ajuda, mais forte ela se torna. 

A história é simples, mas com uma narrativa bastante agradável. É o tipo de história que se espera de um cartoon infantil e que, inesperadamente, toma rumos consideravelmente mais sérios e com questionamentos mais interessantes próximo ao seu fim. Rayne (e várias das pessoas que a cercam) são interessantes por terem suas relações com a personagem principal bem definidas onde ambas as partes se apoiam. Rayne tem o apoio emocional de seu marido e o defende do perigo. Rayne tem que acatar as ordens do governo e, por sua vez, organiza campanhas de marketing para torná-la mais forte. Como Rayne recebe seu poder diretamente do agradecimento das pessoas, nenhum NPC parece desnecessário para a trama.

Apesar da narrativa ser facilmente acompanhada, a jornada para aproveitá-la não é. The Knight Witch é um jogo bastante desafiador e com alguns picos de dificuldade consideráveis. Não há uma opção para diminuir a dificuldade, sendo que a única opção semelhante é um conjunto de trapaças disponíveis no menu (e que desligam os troféus do título). Apesar de ter um mapa explorável, a estrutura do jogo tem fases bem definidas e em ordem sequencial e isso também acaba limitando o quão forte Rayne pode se tornar em cada parte do jogo. Como as melhorias de Rayne são dadas a conta-gotas, dificilmente há uma alternativa para treinar ou obter itens que tornem a personagem mais forte para facilitar algum desafio. A melhor alternativa é comprar uma armadura que absorve um ou múltiplos ataques e depois é destruída. 

Apesar de se intitular um metroidvania e realmente ter um mapa interligado, exploração não é uma característica forte no título. O jogador retorna a ambientes já visitados algumas vezes, mas servem para buscar um item opcional ou alcançar uma área mais além e que o teletransporte não alcance ao invés de uma exploração aberta e ampla. A exploração também sofre pela falta de certos pontos básicos para o gênero, como transporte rápido entre os pontos de salvamento ou um mapa melhor detalhado de onde estão os segredos remanescentes. 

The Knight Witch se destaca pelo seu combate que é também a principal fonte de desafio, diversão e frustração do jogo. Minha proficiência com Bullet Hell nunca foi das melhores, mas garanto que melhorou consideravelmente após zerar esse jogo. Rayne pode mirar e atirar automaticamente no inimigo mais próximo ou pode tentar mirar manualmente para ter um bônus de dano. Seu tiro normal é inicialmente curto e fraco e, infelizmente, os inimigos já têm uma vida considerável desde o início da aventura. O poder de Rayne, no entanto, está em seu baralho que garante ataques especiais, melhorias temporárias e muito mais. As cartas são puxadas aleatoriamente e consomem uma quantidade de energia, sendo que esta pode ser reposta utilizando o tiro normal e/ou derrotando inimigos. 

A dinâmica do combate, portanto, se resume a utilizar as cartas para causar grandes quantidades de dano ou destruir inimigos ao seu redor e o tiro normal para repor a energia gasta. A dinâmica funciona muito bem, mas a aleatoriedade das cartas é algo que particularmente não gostei muito e, pessoalmente, preferiria que fossem poderes pré-definidos para uso. O combate abre seu potencial após o jogador conseguir alguns poderes de Rayne que ajudam em sua mobilidade e após conseguir cartas que podem ser facilmente abusadas para derrotar as hordas de inimigos. 

O jogo é bastante agressivo quanto ao número de inimigos em tela e cada inimigo tem um padrão distinto de tiros. Isoladamente, cada inimigo não é problemático, mas as hordas fazem com que padrões de projéteis possam se tornar, literalmente, impossíveis de escapar. O jogador pode optar por tentar desviar (se possível) ou utilizar cartas defensivas, mas, em minha experiência, a melhor estratégia foi destruir os inimigos o mais rápido possível antes que os padrões de ataque se tornassem um problema. Uma vez que o jogador tem o domínio de suas cartas e da movimentação de Rayne, o combate flui muito bem. Há um travamento que ocorre quando o jogador derrota inimigos e, apesar de ser breve, é algo bastante crítico num jogo que depende de reflexos rápidos. 

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Team17.

Veredito

The Knight Witch foi uma agradável surpresa. Seu combate interessante engaja com seu desafio e a história simples faz querer ver a jornada de Rayne até sua conclusão. O jogo tem seus problemas (como picos de dificuldade), mas certamente é uma recomendação para aqueles que gostam de bullet hell com uma pitada de exploração.

85

The Knight Witch

Fabricante: Super Awesome Hyper Dimensional Mega Team

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Bullet Hell / Metroidvania

Distribuidora: Team17

Lançamento: 29/11/2022

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim

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Veredict

The Knight Witch is a pleasant surprise. Its interesting combat engages with its challenge and the simple story makes you want to see Rayne’s journey to its conclusion. The game has its problems (such as difficulty spikes), but it’s certainly a recommendation for those who like bullet hell with a touch of exploration.