Tails of Iron – Review

Títulos que usam de inspiração as diversas obras de sucesso da indústria existem ao monte. Entretanto, são poucos os jogos que apenas se inspiram e usam isso para criar sua própria trajetória e apresentar seus pontos únicos, sem ser necessariamente uma cópia ou apenas uma versão diferente.  Esses últimos quase sempre se destacam de forma positiva, como é o caso de Tails of Iron.

A Odd Bug Studio entrega um jogo de ação em 2D, alegando inspiração na série Souls para o combate punitivo e difícil, mas ainda arriscando com leves toques de metroidvania. A história consiste numa batalha que já acontece por tempos entre um reino de ratos que é constantemente invadido por sapos invasores. Nessa batalha, um jovem rei garante anos de paz para os ratos, mas isso desaparece quando a idade chega e um novo herdeiro precisa assumir o posto e a defesa do reino. O jogador assume o papel do jovem príncipe Redgi, que após diversos acontecimentos precisa sair e enfrentar os perigos encontrados na busca da solução definitiva dessa batalha.

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Ainda que a proposta não seja inovadora, a história é divertida de acompanhar. Alguns segredos realmente surgem de forma surpreendente e encanta pela mensagem mais perto do fim. Mesmo o jogo não sendo longo, próximo de 8 a 10 horas para conseguir concluir 100% tudo, alguns aspectos poderiam ser melhor desenvolvidos, como um pouco mais de destaque para personagens secundários com uma importância relevante.

A exploração acontece de forma 2D como um metroidvania, com lugares bloqueados até que se encontre um aparato ou outro para alcançar esses pontos. Além disso, há um backtracking relevante aqui, seja pela missão principal, secundárias ou itens que farão o jogador explorar diversos cantos do mapa. De toda forma, ainda que não seja o foco do jogo, é bastante exagerado quando forçado pelas missões secundárias quando o jogador precisa ir diversas vezes na mesma área apenas para eliminar inimigos importantes.

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Até aqui, tudo o que foi falado é bem executado no jogo, ainda que não perfeito. Mas é realmente no combate que o título se destaca. Apesar de dizer que o jogo é fortemente inspirado na série Souls, não é bem assim que acontece. Importante lembrar que a dificuldade elevada em jogos vem de antes da From Software existir e ela não inventou a roda quando produziu inicialmente Demon’s Souls ou Dark Souls. Tails of Iron tem um combate difícil e justo, com inimigos que usam vários tipos de ataques no qual o jogador precisa ficar atento.

Cada inimigo tem 4 tipos de ataques básicos. O padrão, que pode ser evitado ou bloqueado, um que apenas pode ser bloqueado, um que apenas pode ser evitado e um último em área na qual o jogador só pode ficar longe ou sofrerá dano de toda forma. Cada um tem um identificador visual, mas acontece tão rápido que reflexos e reação instantânea é o que vai ditar o sucesso no fim.

Da parte do jogador há mais um sistema de equipamentos que indica mais o estilo de combate. São 2 estilos de arma no jogo, uma e duas mãos, assim como 3 tipos para cada, sendo divididos em espadas, martelos/machados e lança, além de um escudo que acompanha a arma de uma mão. É possível atacar e defender com qualquer tipo de arma, uma ou duas mãos, assim como realizar uma espécie de contra-ataque. Cada arma tem alcance e tipos de ataques diferentes, cabendo ao jogador usar o que melhor se encaixa com seu estilo.

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Há também armaduras que se dividem em 3 peças, com um sistema de peso que impacta no tempo e frames da esquiva, assim como também bônus de defesa contra determinados tipos de inimigos. As combinações serão o ponto chave em diversos duelos, mas o jogador precisa pensar antecipadamente no que usar, já que não é possível alterar os itens a qualquer momento e somente em caixas espalhadas pelo mapa.

O sistema de equipamentos poderia ir além do só equipar e usar, como possuir algum tipo de aprimoramento. Isso também faria melhor uso da economia do jogo, que parece ficar de lado em diversos pontos com recursos quase não utilizados e que sobram no inventário.

A combinação de equipamentos com o combate brutal e punitivo, além das diversas formas de abordar o ataque, funciona bem integrado e em ótima combinação. É possível sentir  desafio em cada batalha, cada chefe e cada encontro com inimigos diferentes, do início ao fim do jogo.

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Outro aspecto positivo é a arte apresentada. Sombria, com tons escuros e fortes, com iluminação mais restrita e que retrata bem o pensamento da fantasia dark que o jogo quer passar. Mesmo a brutalidade do combate, sangue, vísceras e mais é retratada muito bem visualmente. Não há uma restrição sobre mostrar a brutalidade mesmo com um visual 2D e isso é bem importante para manter o estilo do jogo.

Tails of Iron é uma soma de fatores bem executados, ainda que alguns sejam mais simples que outros. A experiência como um todo é bastante positiva e o jogo só peca por não ir além daquilo que faz, sem se arriscar ou complementar áreas que gritam por isso. O jogo é um ótimo indie, que se inspira numa franquia famosa mas sem deixar de apresentar sua marca.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela United Label.

Veredito

O grande destaque de Tails of Iron é seu combate divertido e desafiante. O título é uma grata surpresa e um dos melhores jogos indies do ano.

85

Tails of Iron

Fabricante: Odd Bug Studio

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: United Label, CI Games

Lançamento: 16/09/2021

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Tails of Iron’s biggest highlight is its fun and challenging combat. The title is a pleasant surprise and one of the best indies games of the year.