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SUPERHOT VR

Superhot é um daqueles jogos que, com uma ideia muito simples, conseguem criar algo grandioso. A proposta de o tempo correr apenas quando o personagem se movimenta já foi utilizada em outros jogos, porém, a maneira com que ela é executada em Superhot juntamente com o design bem elaborado e criativo de suas fases, dão originalidade e excelência ao título.

Inicialmente lançado para PC em fevereiro de 2016, Superhot chega ao PlayStation em dobro, trazendo sua versão original para PS4 e outra para PSVR, totalmente refeita com fases pensadas para se aproveitar da liberdade proporcionada pela realidade virtual e pelos controles de movimento. Esta é a análise para a versão de PSVR (você pode conferir a análise de PS4 aqui).

Superhot é uma mistura de FPS com estratégia/puzzle. Nele, o jogador é colocado em situações críticas e desvantajosas, cercado por inimigos, geralmente armados, tendo que se defender com o que o cenário oferece. O que o diferencia dos demais jogos de FPS é que aqui o tempo anda somente quando o jogador se move, ou seja, parado tudo fica imóvel, inclusive as balas disparadas em sua direção.

A primeira impressão é a de que o jogo é fácil. Afinal, basta ficar parado para analisar como melhor sair de uma dada situação e até mesmo desviar de balas. No entanto, o design das fases é feito de maneira a não deixar o jogador confortável. Os inimigos estão sempre próximos e podem aparecer de diferentes lugares, muitas vezes chegando de surpresa. Caso demore a responder adequadamente à situação, é muito provável que o jogador logo fique cercado por tiros de todos os lados. Desse modo, cada movimento dado deve ser meticuloso e bem calculado.

Os gráficos e a ambientação em geral de Superhot são bem minimalistas: nos cenários há o predomínio da cor branca e um sombreamento para delinear os objetos, os inimigos são vermelhos enquanto itens que podem ser utilizados, pretos. Tudo contribui para não desviar a atenção do jogador para além do que é necessário – algo muito valioso, pois algumas situações são tão tensas que você vai depender de sua visão periférica para encontrar o que é possível utilizar contra os inimigos sem tirar os olhos deles e de balas vindo em sua direção.

O jogo é dividido em 19 fases que, em conjunto, formam uma campanha com uma pequena história. Cada fase consiste de alguns estágios, em que o jogador avança sendo posicionado de forma automática em diferentes partes dentro de um mesmo cenário. Morrer faz com que se volte ao início do cenário do estágio corrente (e acostume-se logo à ideia de que você irá morrer muito). A morte se dá ao ser atingido por uma bala ou por um golpe do inimigo.

Embora nunca seja agradável voltar ao começo de um cenário (especialmente quando se está na última parte dele), isso abre oportunidade para experimentar abordagens diferentes. Não há um jeito correto de se resolver cada situação, então o jogador pode sempre testar uma nova estratégia toda vez que volta ao começo, se especializando cada vez mais no que dá ou não certo.

Finalizando a campanha uma vez (o que ocorre em cerca de duas horas), são abertos diferentes desafios e modos extras de jogo que aumentam sua longevidade. Os desafios realmente fazem jus ao nome, pois acrescentam um grau de dificuldade alto às mesmas fases da campanha, trazendo restrições como somente headshots contarem para derrotar inimigos ou finalizar cada fase em um tempo muito curto. O endless mode é um modo extra que traz cenários à parte da campanha com o objetivo de testar até onde o jogador consegue ir derrotando inimigos sem morrer.

Para enfrentar os inimigos é possível usar os punhos e socá-los quando estão próximos. Há também armas brancas e de fogo, disponíveis de maneira esporádica no cenário, sendo também possível roubá-las de inimigos quando chegam muito perto. Por fim, existem objetos variados que podem ser jogados, no entanto, o ato de jogar algo tem uma resposta muito ruim e imprecisa. No PSVR deve-se executar o movimento real de que está jogando, mas os objetos quase nunca irão parar no lugar (ou na cabeça) desejado.

Como já mencionado, movimentar-se faz com que o tempo ande. Na versão para PSVR, o que mais conta são os movimentos dos braços, com a velocidade da movimentação também importando. O tempo acelera em movimentos mais rápidos, inclusive ao atirar. Enquanto balas dos adversários param ao ficar imóvel, o mesmo não vale para disparos dados pelo jogador; neste caso, disparar faz com que o tempo flua de maneira contínua até sua bala atingir um alvo ou objeto, devendo-se tomar este cuidado extra durante a partida.

A versão para PSVR traz outros diferenciais, que, em minha opinião, tornam o jogo muito melhor do que sua versão original. O primeiro é a liberdade de usar braços (e corpo) para interagir com o jogo de uma maneira muito imersiva. À exceção de jogar objetos (como dito, algo muito ruim e impreciso), as outras ações são intuitivas e respondem bem. Atirar e socar inimigos passa uma sensação próxima do real, inclusive quando eles chegam muito próximos dá até uma sensação de desconforto.

Outro aspecto muito divertido é desviar de balas. É impagável a sensação de se sentir como o Neo em Matrix, desviando-se das balas em slow motion. Da mesma forma, dependendo do seu grau de imersão, ser baleado no corpo e na cabeça chega a assustar pela impressão de que você foi realmente atingido, com o corpo respondendo a este estímulo por meio de contrações involuntárias.

As fases para PSVR foram pensadas tendo em mente a realidade virtual e controle de movimentos. Diferente de sua versão original, não há comando para se locomover – o jogador é deixado em um local ligeiramente aberto, podendo se locomover fisicamente, estando limitado ao seu espaço físico e também pelo alcance da PS Camera. Pelo fato de o jogador estar imerso no ambiente virtual, inimigos podem surgir de diferentes direções: pelos lados, de frente ou até do alto. Desse modo, para se ter uma experiência divertida e segura é necessário um espaço físico amplo, livre de objetos e longe de paredes.

Apesar de todos os diferenciais que deixam a experiência de Superhot VR mais divertida, infelizmente ainda existem alguns problemas causados principalmente pelo tracking limitado do PSVR. Como este é um jogo em que o jogador se movimenta bastante, a câmera algumas vezes se perde no rastreamento das mãos, sendo necessário uma recalibragem eventual. Além disso, objetos que caem no cão ou que estão muito embaixo geralmente ficam inacessíveis de serem pegos, pois a câmera não consegue reconhecer este movimento de forma adequada. Por fim, existe um problema ocasional do jogo em não tratar muito bem colisões e profundidade durante o combate mano a mano. Alguns socos não contam como válido, mesmo quando atingem o adversário. Apesar disso, os problemas são pontuais e nem de longe tiram o brilho da diversão proporcionada pelo jogo, fazendo de Superhot VR um título obrigatório para todos que possuem um PSVR.

Veredito

O que já era um jogo excelente atinge um novo patamar com a realidade virtual. Superhot VR é um título muito divertido e imersivo que, a partir de uma ideia simples, consegue criar fases bem elaboradas e pensadas para colocar o jogador em situações críticas, em que cada movimento é precioso. Embora o rastreamento não seja sempre perfeito, a liberdade de mexer as mãos e até o corpo é algo gratificante, principalmente ao se sentir um herói da Matrix desviando-se graciosamente de balas em slow motion. É um título obrigatório a todo dono de um PSVR.

Jogo analisado com código fornecido pelo SUPERHOT Team.


 

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Veredict

What was already an excellent game reaches a new level with virtual reality. Superhot VR is a very entertaining and immersive title that, based on a simple idea, manages to deliver levels well designed and elaborated, placing the player in critical situations, where each movement is precious. Although tracking is not always perfect, the freedom of moving your hands and even your body is satisfying, especially when you feel like a hero in Matrix, gracefully dodging bullets in slow motion. It is a must-buy to every PSVR owner.


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