Streets of Rage 4 – Mr. X Nightmare – Review

Streets of Rage 4 foi uma bela surpresa lançada em 2020. Pessoalmente, foi mais do que uma surpresa – mas sim um dos melhores jogos indie do ano passado. Você pode ler a minha análise com todos os comentários a respeito neste link. Agora, mais de um ano depois, a Dotemu, Lizardcube e Guard Crush nos trazem o DLC Mr. X Nightmare (O Pesadelo de Mr. X), junto com uma atualização gratuita.

Primeiramente, precisamos esclarecer o que esse update gratuito adiciona. Ou seja, todos os donos de Streets of Rage 4 recebem um novo nível de dificuldade mais desafiador para a campanha chamado Mania+, um novo modo de treinamento para você aprimorar as suas habilidades, opções de trocar as cores dos personagens (quatro para cada) e balanceamentos gerais.

São ótimas adições gratuitas, mas as principais novidades estão no DLC pago Mr. X Nightmare.

O DLC Mr. X Nightmare adiciona três personagens jogáveis: Estel, Max e Shiva. Os três aparecem na campanha principal e, portanto, são adições naturais ao elenco. O mais incrível dos três é como eles funcionam naturalmente quando comparamos com a jogabilidade que os outros 5 personagens do jogo base oferecem. Foram três personagens muito bem implementados, únicos e gostosos de controlar. Shiva, por exemplo, que é um personagem bastante adorado pelos fãs da série, é bem apelão e possui várias mecânicas interessantes, como combos aéreos e especiais que causam animações diferentes dependendo de onde você acerta no inimigo. Para balanceá-lo, Shiva não usa armas – ele simplesmente as arremessa se pegá-las.

Além dos personagens, o DLC oferece o modo Sobrevivência. É aqui que temos a verdadeira experiência pela qual você estará pagando (apesar de Estel, Shiva e Max serem ótimos também). Podendo ser jogado em 2 no online ou em 4 no offline, o Sobrevivência é um modo de “ondas”. Ou seja, você deve eliminar todos os inimigos presentes para seguir para a próxima fase (ou onda).

A cada fase, você pode escolher entre duas melhorias, que variam entre coisas como o golpe com o “frente, frente e quadrado” causar efeitos como eletricidade ou envenenamento, ou ganhar vida ao bater nos inimigos, mas impossibilitando de recuperá-la com itens. São vários tipos e sempre aparecem a cada fase concluída, além de irem se acumulando. Se estiver jogando com mais jogadores, apenas um pode pegar, o que significa que você precisa conversar com seu parceiro para definir o que cada um quer pegar.

Nesse modo temos diferentes fases, inclusive algumas com visuais retrô e que pegam cenários de batalhas clássicas da série, como a final de Streets of Rage 3. Ao mesmo tempo, temos fases inéditas com gráficos do próprio Streets of Rage 4. É um modo bem completo e polido, oferecendo bastante variedade.

Mas tenha em mente uma coisa: o modo Sobrevivência é gerado aleatoriamente. Isso significa que toda vez que você jogá-lo, as fases, inimigos que aparecem nela e principalmente as melhorias entre elas são completamente aleatórios. Para quem busca algo mais fixo, a Dotemu oferece um Modo Semanal em que as fases são fixas e, a princípio, é trocado a cada sete dias (no momento desta análise, ainda não se passou uma semana desde o lançamento para vermos uma segunda sequência fixo).

O modo Sobrevivência, a princípio, é infinito. Há um troféu – desafiador, diga-se de passagem – que pede para chegar no nível 30 (chegamos no 33 no vídeo do topo desta análise). Mas esse é apenas o único desafio? Não. A Dotemu trouxe diversos golpes novos para todos os personagens do jogo – inclusive os retrô. Ou seja, conforme você joga o Sobrevivência com os personagens, ganha pontos que liberam esses movimentos especiais.

Você pode trocar os movimentos especiais no triângulo (neutro, para frente e no ar), o “frente, frente, quadrado” e até mesmo o “Super” com bola e triângulo. E não acaba por aí: depois de destravados, você pode usar nos outros modos também, sem problema algum. Ou seja, o jogo fica com um ar de novo com todos os personagens.

O modo Sobrevivência pode ficar bem caótico nas fases mais avançadas, com diversos inimigos na tela e o seu personagem com inúmeros upgrades (veja imagem acima). Dito isso, o jogo no PS5 não apresentou queda alguma na taxa de quadros por segundo, porém meu colega online disse que o seu PS4 base estava com queda notável nos frames. Portanto, tenha isso em mente dependendo do console que for jogar.

Há também novas armas nesse modo Sobrevivência, mas em sua maioria são simples e não chamam tanto a atenção assim, como uma bola de boliche ou alguns tipos de espada. Por fim, há novas músicas de Tee Lopes (Sonic Mania, League of Legends).

De forma geral, o DLC Mr. X Nightmare é expecional e obrigatório para quem gostou do jogo base. A única crítica é que não há nenhuma novidade na campanha principal (como uma fase nova ou algo do tipo) ou nem mesmo uma mini-campanha para os novos personagens. Se você jogar com Shiva, Max ou Estel na campanha, quando chegar na batalha em que luta com eles próprios, o inimigo ficará com um visual “holográfico” digamos assim e essa é a única diferença.

O Sobrevivência não deixa de ser um ótimo lugar para brincar com os três personagens (assim como o Treinamento que a atualização gratuita adiciona), mas jogar a campanha mais uma vez, a qual já terminamos várias vezes no passado (ainda mais se você foi atrás do troféu de platina) não passa um ar de novidade o suficiente.

DLC analisado no PS5 com código fornecido pela Dotemu.