Sonic X Shadow Generations – Review

A principal atração do ‘Ano do Shadow’ pode ser o filme Sonic 3, mas Sonic X Shadow Generations é um pacote que precisa estar no radar de qualquer fã.

Desde o seu anúncio, não ficou muito claro qual a ideia da parte de Shadow: é apenas um conteúdo que seria um DLC ou algo mais elaborado? Com esta análise, fico feliz em esclarecer que é basicamente um jogo novo de Shadow em um pacote que também inclui um dos melhores títulos de Sonic remasterizado.

Sonic Generations

Antes de detalharmos melhor toda a parte de Shadow Generations, precisamos falar primeiramente sobre Sonic Generations.

Sonic Generations em Sonic X Shadow Generations é basicamente o mesmo jogo que você conhece de 2011, mas com alguns aprimoramentos.

Primeiramente, a mais óbvia: o título roda a 60 quadros por segundo, inclusive na versão de PS4. Pode parecer algo simples para os tempos atuais, mas a versão de PS3 possuía essa limitação (de 30 fps na época).

Além disso, para quem se acostumou com o gameplay de Sonic Frontiers, você pode utilizar os mesmos comandos: R2 para o boost e quadrado para o Homing Attack. No entanto, tanto para Sonic Generations quanto para Shadow Generations, é possível escolher o controle ‘legado’, que deixa o boost no quadrado e o Homing no X. Também existe o Drop Dash agora em Sonic Generations e, sinceramente, chega a atrapalhar em alguns momentos se você usar o controle legado (o X se segurado por um instante acaba virando o Drop Dash, ao invés de um pulo extra horizontal).

Ainda sobre as novidades, Sonic Generations teve suas cutscenes reformuladas em alguns momentos. São pequenas alterações para que a história faça mais sentido, mas honestamente se você não lembra bem da história original, vai parecer a mesma coisa. São detalhes pequenos, como na conversa de Sonic e Tails na Chemical Plant (agora, os dois citam a West Side Island, que é o local que se passa o game de Mega Drive; no original não havia essa citação). Mas a história em si e as cutscenes de forma geral são as mesmas.

Por fim, temos os Chao. Basicamente são mais um tipo de colecionável espalhado por todas as fases (há três em cada). Portanto, além dos Red Rings, também temos os Chao para serem achados e coletados. É uma forma simples de aumentar ainda mais o tamanho do jogo.

Para quem nunca ouviu falar de Sonic Generations, precisamos explicar brevemente a estrutura do jogo: você deve concluir 9 fases diferentes com dois atos cada. O Sonic moderno, com seu gameplay que mescla 3D e 2D, além de ter o boost, deve concluir um dos atos, enquanto que o Sonic clássico, com um gameplay exclusivamente 2D inspirado nos jogos antigos deve completar o outro. Há também chefes baseados no passado do ouriço, assim como vários desafios que aumentam a longevidade do título. Todo o conteúdo, ainda que inspirado, é criado completamente para o jogo.

Sonic Generations já era um ótimo título quando foi lançado e ainda permanece sendo. As mudanças citadas são todas bem-vindas e ainda é um excelente jogo. Um dos problemas do original, no entanto, era a sua duração, e isso agora é consertado com Shadow Generations.

Shadow Generations

Shadow Generations é basicamente um jogo novo. Sinceramente, a melhor forma de descrevê-lo é um “Shadow Frontiers”.

A história é bem mais detalhada que a vista em Sonic Generations, explorando mais o passado de Shadow. Não vamos entrar em detalhes aqui, mas o que você precisa saber é que Black Doom está de volta e Shadow fará de tudo para que ele seja eliminado novamente.

A estrutura de Shadow Generations é uma mistura da ideia de Sonic Generations com Sonic Frontiers. Se você jogou ambos, entenderá facilmente o que quero dizer.

Existe uma região chamado o Espaço Branco (White Space). É um local de “zona aberta” como a que você viu em Sonic Frontiers. Em outras palavras, é um mundo aberto com vários itens a serem interagidos, como molas, anéis, loopings, grinds, etc e repleto de colecionáveis. Além de, obviamente, dar acesso às fases em si.

Boa parte do gameplay de Shadows Generations é explorar esse mapa, encontrando diferentes baús e colecionáveis. Os baús devem ser abertos com chaves encontradas nas fases normais e nas fases de desafios, enquanto que os colecionáveis que citei são peças da nave de Cubot e Orbot. Há também desafios no próprio mapa, que pedem para que você colete um número de anéis ou chegue a diferentes pontos em um tempo determinado.

Obviamente, Shadow Generations possui fases inspiradas no passado do personagem, da mesma forma que Sonic Generations. Ou seja, enquanto que o Espaço Branco é uma ideia vinda de Sonic Frontiers, as fases são de Sonic Generations. O que quero dizer com isso é que não espere fases curtas como as Cyberspace, são fases de tamanho similar às que encontramos em Sonic Generations.

E o gameplay de tudo isso é muito bom e sensacional. As fases de Shadow são divertidas, desafiadoras (recomendamos que jogue Shadow Generations apenas depois de concluir Sonic Generations, caso nunca tenha feito isso) e nostálgicas o suficiente para relembrar o passado dele (mesmo que esse passado inclua jogos como Sonic the Hedgehog de 2006).

Um dos motivos que deixam o gameplay de Shadow divertido e, principalmente, diferente dos dois Sonic, são os chamados poderes Doom. Shadow e Black Doom são interligados por motivos que não vou explicar, mas conforme você avança na história, mais poderes se tornam disponíveis para Shadow, variando bastante seu gameplay.

Shadow acaba tendo acesso a golpes como a Lança Doom, que, ao segurar o botão, paralisa os inimigos e ativa determinados botões. Também temos habilidades de surfe para andar livremente na água, uma forma bizarra que permite “nadar” em determinadas superfícies (inclusive na vertical) e até mesmo asas para voar.

Uma habilidade que não citei ainda e que Shadow possui desde o início é o Chaos Control. Característico do personagem desde a sua introdução em Sonic Adventure 2, essa habilidade, após encher uma barra durante o gameplay, permite que Shadow pare o tempo e caminhe livremente pelo mundo paralisado – inclusive em cima de coisas que explodiriam como mísseis. Também é possível usar o Chaos Control para seguir um rastro e ser teletransportado para pontos específicos.

São essas habilidades que tornam o jogo de Shadow interessante, pois caso contrário acabaria sendo “mais do mesmo” e dificilmente diferenciaria Shadow de Sonic. E, sem dúvida, a Sonic Team fez um bom trabalho com essas habilidades, tornando-as interessantes.

A duração de Shadow Generations é longa na medida certa. Apesar de não ter muitas fases, elas são longas, possuem dois atos e são bem construídas pelos desenvolvedores. As batalhas contra os chefes também são muito boas. Os desafios de fase seguem a mesma lógica dos desafios em Sonic Generations, com objetivos específicos criados com o layout da fase e há um número considerável deles também.

O Espaço Branco é que acaba aumentando bastante a vida útil de Shadow Generations, pois há muita coisa a ser explorada nele (são quase 200 colecionáveis).

Por fim, a trilha sonora de Shadow Generations é ótima. Pessoalmente, a de Sonic Generations já era uma das melhores de toda a série do ouriço, então o que mais fosse adicionado acabaria sendo mais músicas num pacote que já se destacava por si só.

Sonic x Shadow Generations foca no melhor que Sonic e Shadow têm a oferecer, entregando um excelente pacote. Pode não agradar quem não é fã dos ouriços, mas se tem o mínimo de interesse nos personagens, esta é a melhor porta de entrada para isso.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela SEGA.