“Nos meus sonhos agitados, eu vejo aquela cidade. Silent Hill. Você prometeu me levar de volta para lá um dia. Mas nunca me levou. Bem, agora estou sozinha nela… No nosso ‘lugar especial’… Esperando você…” Há cerca de 23 anos lemos pela primeira vez a carta que James Sunderland recebeu de sua falecida esposa Mary o convidando a Silent Hill. Teria ela realmente morrido como consequência de sua doença terminal? Ou será que existe alguma possibilidade de ainda estar viva esperando por James na cidade? Este é apenas o início do que então se tornaria um dos jogos de terror mais aclamados de toda a história.
Voltando um pouco mais no tempo na história da franquia, em 1999 tivemos o seu primeiro título, Silent Hill, com uma equipe especial da Konami que era focada apenas no projeto, o Team Silent. Em uma época que jogos de survivor horror estavam em ascensão, logo o título ganhou destaque e tivemos o Team Silent trabalhando nos jogos 2, 3 e 4. Após esse quarto lançamento em 2004, a equipe foi desfeita, com o objetivo de ter estúdios ocidentais produzindo o futuro da franquia. Origins (0) foi lançado em 2007 pela Climax Action como um prequel do primeiro título. Após isso, de continuações da série principal tivemos Homecoming (2008, Double Helix Games) e Downpour (2012, Vatra Games), com ambos sendo um pouco esquecíveis dado a qualidade do conteúdo que tivemos até então. Alguns outros spin offs aconteceram nesse período, dois filmes hollywoodianos (apesar de podermos fingir que o segundo nunca existiu) e alguns projetos cancelados, incluindo Silent Hills (direção de Hideo Kojima) que nos deixou aterrorizados com sua demo, P.T., em 2014. Desde então, apenas silêncio e rumores sobre o futuro da franquia.
Por muitos anos os fãs precisaram se contentar com qualquer migalha de Silent Hill para se sentirem agraciados, seja através de uma skin em algum outro jogo da Konami ou então a parceria com o multiplayer assimétrico Dead by Daylight. Até que em outubro de 2022 a franquia finalmente ressurge com o anúncio de quatro jogos (Silent Hill f, Silent Hill: Townfall, Silent Hill: Ascension e um remake de Silent Hill 2) além de um novo filme, Return to Silent Hill, que também seria baseado no segundo título da franquia. Ascension foi lançado em um formato de “série interativa” começando em outubro de 2023 e terminando em abril de 2024, sendo algo que prefiro nem comentar. Por fim, também tivemos The Short Message, um jogo gratuito de terror psicológico lançado em 2024. Ainda sem fazer muito barulho e dividindo a opinião dos fãs, o grande retorno de Silent Hill estaria então nas mãos do próximo título, o remake previsto para 2024.
Silent Hill 2 sempre foi o título mais famoso da franquia. Seu sucesso se deu tanto que ocasionalmente o vemos em listas de melhores jogos de terror ou de videogame no geral. Seu vilão mais famoso, o Pyramid Head, virou marca da franquia e um ícone de terror da cultura pop, participando também dos dois filmes já lançados até o momento, mesmo nenhum sendo de fato do jogo 2. Em 2012, a primeira tentativa de reviver este clássico se deu na coletânea de remaster HD Collection, que incluía este jogo e o 3, lançada para PS3 e Xbox 360. O título foi uma verdadeira piada, com diversos problemas de frame rate e bugs, que foram em parte corrigidos no PlayStation, mas nunca no Xbox. Muitos sonhavam com um port melhorado desse remaster desde o PS4, mas nada feito. As pessoas queriam apenas poder jogá-lo bem, não necessariamente um novo jogo. Agora então um remake, que seria já o segundo da franquia, sendo Shaterred Memories (2009, Climax Studios) uma espécie de reimaginação do primeiro título.
Ao contrário de Shaterred Memories, a proposta do Silent Hill 2 de 2024 da Bloober Team (Layers of Fear, Blair Witch, The Medium) era exatamente ser o mais fiel possível do original de 2001, mas trazendo uma modernização para a geração atual de consoles. Durante o processo de desenvolvimento do jogo e conforme a desenvolvedora ia fazendo divulgações na mídia, minha expectativa por esse projeto mudava drasticamente. Em alguns momentos parecia que seria uma grande bomba, em outros que estava lindo demais. Depois que os desenvolvedores pareciam perdidos e também um pouco de decepção ao ver um dos primeiros gameplays. Porém, algo que foi me acalmando foi perceber que conforme o público fazia comentários sobre o que via, os desenvolvedores iam melhorando o que foi criticado. Tudo isso alinhado com a utilização de consultoria de membros da equipe original do Team Silent para apoiar. Nas últimas semanas o material voltou a parecer promissor e, apesar de não ser tão fã de nenhum outro título da Bloober, só bastava esperar para ver e torcer.
Sendo bem objetivo, o remake de Silent Hill 2 é extremamente fiel ao original. A melhor forma de definir é dizer que é uma versão expandida e modernizada do título de 2001, com aproximadamente o dobro do tempo (trocando a média de 8 para 16 horas). Toda a história se mantém, não há reimaginações, apenas mais conteúdo a se explorar. Em alguns casos até o texto utilizado em cenas é exatamente o mesmo do original, o que já pode ser visto em diversos trailers divulgados. Os puzzles de uma maneira geral foram bem atualizados e aproveitados para refletirem no que de fato haveria mais ou menos dificuldade nos dias de hoje. Não há nenhum grande cenário faltando (lembranças para você, Clock Tower de RE) e qualquer pequena mudança em questão de localização ou itens funciona para a melhor. E, não, nada foi desperdiçado. Aquilo que não foi aproveitado como utilizável ou então de certa forma modificado aparece ainda em algum momento no jogo, provavelmente no exato local onde deveria estar em seu original, como uma espécie de “vislumbre do passado”. Um bom exemplo disso, que pode ser visto no nosso vídeo de gameplay é o local onde no original você encontraria o primeiro monstro. Ao interagir no espaço que iniciaria a cena, um som acontece e você consegue visualizá-lo um pouco melhor. Isso ocorre até o fim do jogo e é uma boa forma de mostrar o grande zelo e respeito que o time teve com seu material original, não descartando totalmente nada.
Para quem não está familiarizado com Silent Hill 2, a história gira em torno de um homem comum chamado James que acredita que sua esposa (que faleceu há 3 anos) pode estar viva após receber uma carta supostamente escrita por ela. Nisso ele vai para Silent Hill em busca de pistas de seu paradeiro. Silent Hill é uma cidade pequena no interior do Maine que de alguma forma atrai as pessoas para ela e transforma seus medos e culpas em monstros e outras aparições. Além de James, na cidade também encontramos Angela Orosco, uma mulher um tanto aflita que busca por sua mãe; Eddie Dombrowski, um homem que parece estar fugindo de algo; Laura, uma criança travessa que não parece gostar muito de James; e Maria, uma mulher que lembra bastante Mary, porém tem um estilo mais atirado e sexual. James cruza com todos eles diversas vezes pela cidade e durante o percurso vai entendendo mais os motivos que os fazem também estarem presentes por lá.
Um grande diferencial que o original tinha, ao contrário de outros títulos do gênero, e segue como ponto forte hoje neste remake é o grande foco no psicológico de cada personagem. Eles não estão ali apenas para dar volume ou um contexto maior, mas sim fazem parte da experiência como um todo. Além disso, a franquia gosta de usar personagens que são pessoas comuns, sem nada exagerado. Elas poderiam ser eu ou você. Ninguém é um espião poderoso ou uma pessoa com treinamento militar. Silent Hill 2 nunca foi um título que preza ou foca em combate e inúmeros inimigos, mas sim como cada um se sente nesta tentativa tanto de encontrar o que procura como em sobreviver e lidar. Munição mesmo pode ser escasso se você não explorar bastante e estiver numa dificuldade elevada. Sem dar spoilers, a narrativa se baseia muito no luto, culpa e traumas pessoais, fazendo ganchos com temas de saúde mental e como cada pessoa lida ou é afetado por situações pesadas que vivencia. As temáticas são como um todo bem fortes e podem gerar algum tipo de desconforto ou tristeza, como parte do terror psicológico.
Tendo já uma história rica e personagens muito bem definidos desde 2001, agora em 2024 com os gráficos atuais e novas tecnologias para modelos de personagem, a imersão fica ainda melhor. Todos os personagens parecem que estão muito mais bem construídos e com pequenos detalhes, como a imperfeição dos dentes de James ou a forma que Laura se comporta, que dão um toque especial na história. Angela, por exemplo, é um grande destaque. A forma como você percebe sua evolução durante a jornada junto com seus trejeitos, olhares e modo de fala fazem com que ela pareça ainda mais real e seja possível perceber em sua feição diversos sentimentos e coisas que estão em sua cabeça. Ponto alto para a cena do seu segundo encontro com ela (que também já foi divulgada em vídeos anteriores). Maria emana muito mais sexualidade. Seu olhar, forma de andar e até mesmo a atuação da dublagem aumentam e muito a definição dessa personagem. Particularmente não gostava da sua saia antiga e o visual atual está dando um banho no anterior. As expressões faciais de Laura e Eddie estão impecáveis. E por fim, um parabéns especial para o excelente trabalho que Luke Roberts teve ao interpretar James.
Silent Hill 2 sempre teve um foco na exploração, te dando uma grande liberdade em visitar diversos locais da cidade. Agora isso está ainda maior, com pontos que antes eram apenas visuais e inacessíveis podendo ser visitados seja para a busca de itens ou com alguma parte complementar da história. Apenas andar pela cidade já é uma experiência rica, em especial ao prestar atenção nos detalhes do chão, cada loja, letreiros, pôsteres, a densidade das nuvem nos céus ou o pequeno detalhe em algum objeto. A cidade toma mais forma, criando pequenos elementos de apoio do que em algum momento era antes uma pacata vida no interior. Existe também uma opção de desativar totalmente a HUD do jogo, dando a impressão de ser um filme. Como forma de se orientar é possível reparar que James irá olhar para algum ponto onde é possível interação. O mapa de cada local (que é preciso ser coletado sempre) além de ajudar na orientação também serve como ponto para ver seus objetivos ou pequenas dicas, com marcações que James faz com um marcador vermelho conforme vai explorando a cidade.
Essa ambientação aprimorada ajuda a setar o tom do jogo desde seus primeiros minutos. Os elementos de névoa na cidade ou a escuridão em ambientes fechados aumentam ainda mais a tensão, dando uma sensação de que a qualquer momento algo terrível pode acontecer. Silent Hill 2 não é focado em jumpscares que usam de barulhos como apoio para o susto. Muito pelo contrário: é comum se assustar no total silêncio. Seja com um manequim pulando em você ao abrir uma porta ou então ao se deparar com Pyramid Head te observando silenciosamente no fim de um corredor. Outros elementos que acrescentam para o horror são os texto encontrados em paredes, livros ou bilhetes espalhados pela cidade e também alguns cenários com excessivos insetos ou sangue. Ainda assim, reforço: o terror é majoritariamente psicológico.
Outros elementos da nova geração do PlayStation 5 que são muito bem aproveitados além de toda a capacidade gráfica que chega a 4k (incluindo ray tracing, os reflexos em poças no chão estão belíssimos) são todos os efeitos do controle DualSense e a reprodução de som em áudio 3D. O feedback háptico reage muito bem ao receber ou causar danos, além de também permitir sensações como vibrações do prédio, a aproximação de um inimigo grande ou até mesmo a chuva. Os gatilhos adaptáveis funcionam para golpes físicos e a distância e a barra de luz dinâmica do controle te ajuda a identificar como está sua vida (já que não existe uma barra oficialmente, apenas o display do controle e a tela ficando cheia de sangue caso esteja muito machucado). O rádio que te avisa um ruídos quando tem alguma criatura perto tem seu som todo pelo controle, com o tom variando conforme você está mais próximo ou não do inimigo. O som saindo do DualSense alinhado com a vibração gradual parecem brincar com a nossa tensão, principalmente se em algum momento tudo simplesmente parar e você não encontrar o que causou estas sensações. O áudio 3D está magnifico e muito preciso. Recomendo fortemente que jogue utilizando algum fone, TV ou equipamento de som que possua a tecnologia.
Akira Yamaoka retorna como compositor para este título, ou seja, mais uma trilha sonora épica para seu currículo. A forma como ele recriou seu trabalho de 2001 e ainda soube utilizar em conjunto com as cenas reforça como seu trabalho é uma obra de arte. Reforço como exemplo a cena do segundo encontro com Angela (no quarto espelhado) onde é possível perceber perfeitamente a forma como o som é trabalho alinhado com as emoções do personagem e clima do momento.
Existem duas principais configurações para os gráficos em Silent Hill 2: modo qualidade e performance. O primeiro, focado em gráficos em 4k com maior definição rodando a 30fps e o segundo que sacrifica um pouco dos visuais para rodar a 60fps. Tenho o costume de jogar sempre no modo performance, priorizando o desempenho do jogo e assim o fiz por cerca de 1/3 da história. Não existe qualquer problema com a performance e tudo é muito fluido e sem quedas. Porém, tive a reflexão de que o título nunca foi focado em combate e então resolvo migrar para o modo qualidade e achei a experiência muito melhor. Os visuais que já eram bons ficam ainda mais detalhados e fiquei satisfeito com a performance. Não tive lag ou crashes, até mesmo em locais com muita névoa, chuva e diversas informações na tela. Batalhas comuns e contra chefes não são tão complexas a ponto dessa diferença de quadros prejudicar em algo. Finalizei a campanha e ainda fiz outra inteira neste modo e não me vejo mais em momento algum sacrificando os visuais desta obra. Recomendo que cada um faça o teste por alguns minutos para seguir com o que agradar durante a jornada.
Tirando a parte relacionada a técnica, logo no início também existe uma espécie de filtro de “anos 90” que muda um pouco as cores e ambientação do jogo. Outros filtros ficam disponíveis ao finalizar a campanha pela primeira vez, mas no geral apenas este primeiro achei realmente bonito. Há também diversas opções de acessibilidade, incluindo adaptação de cores para daltonismo e tamanho/estilo de fonte para disléxicos. Para os desafios/puzzles e batalhas existe a opção de dificuldade fácil, normal e difícil, sendo a dos desafios vinculada do início ao fim em um jogo enquanto o de batalha podendo ser trocado a qualquer momento no botão de pausa. Não há troféus de dificuldade, por isso escolha o modo que melhor se adapte. A dificuldade dos desafios afeta não só a dificuldade em si na resolução, mas altera as senhas/respostas e também troca o local que alguns itens estão. Já tive gameplays nos três modos e algumas coisas mudam de uma forma que parecem até outro enigma. No geral, o menu de configurações e bastante customizável e vale passar um tempo verificando todas as opções para ter a melhor experiência possível.
Como já disse algumas vezes, Silent Hill 2 não era um jogo focado em batalhas. Apesar de ter alguns chefes marcantes, as lutas eram relativamente simples e sem muitos detalhes. Nesse novo título as lutas foram modernizadas para se adaptar ao estilo de câmera acima do ombro (que antes era com câmera fixa em diversos pontos), bem similar ao trabalho que foi realizado em Resident Evil 2. As armas clássicas como o cano, a pistola, espingarda e até mesmo a motosserra que aparece em partidas de New Game+ estão de volta e todas as jogabilidades atualizadas. Agora existe também um botão de esquiva, algo essencial para sobreviver em alguns locais. Os inimigos estão mais agressivos (malditos manequins rápidos e enfermeiras resistentes) e os chefes ganharam uma maior complexidade. O cenário de batalha de todos foi transformado e aumentado, já que antes a maior parte deles ocorria em um cubículo. Com isso novas estratégias são necessárias e diversas mecânicas incrementadas. Um bom exemplo que já pode ser visto é a luta contra o Lábio de Carne, que foi divulgada recentemente pela Konami. Sem dar muitos spoilers para quem não conhece, uma que para mim evoluiu muito bem foi o chefe ao terminar a exploração da prisão.
Para os caçadores de troféus/conquistas, neste título as coisas estão um pouco menos difíceis do que na versão remaster do PS3. Digo menos difícil, mas não menos demorado, tendo em vista que o jogo é conhecido por seus múltiplos finais e será preciso terminá-lo algumas vezes para conseguir diversos troféus. Minha primeira jogada, explorando bem, demorei pouco menos que 16 horas para terminar. Já na segunda, sem usar arma de fogo e com dificuldade reduzida e fazendo pouca exploração, finalizei com 8. Acredito que a depender do ritmo de cada um seja possível platinar em algo em torno de 50 horas. E por falar em finais, a única coisa que posso dizer sobre isso é para não esperarem apenas os clássicos existentes na versão original: existem novos.
Tendo um trabalho com muitas expectativas geradas para relançar um jogo tão aclamado como Silent Hill 2, a Bloober Team não só conseguiu honrar seu legado como também expandir o universo do jogo, provando que algo que é uma história que ainda pode ser contada por muito tempo, conseguindo ainda ser um exemplo para o gênero do terror. É muito bom ver que temos dois excelentes jogos retratando a narrativa de James Sunderland, gerando até mais expectativas para sua futura adaptação cinematográfica. Nosltalgia ou apegos de lado, um título não desmerece o outro. Para quem estava ansioso para ter essa experiência reformulada, o remake será um prato cheio daqui para frente. Para quem sente falta do original, ele sempre estará disponível nos consoles antigos (mas ainda queremos no PS Classics). Após uma década turbulenta a franquia conseguiu renascer da forma que merecia e só nos resta esperar pelos futuros títulos já anunciados e quem sabe até um remake do 3. E seja você um retornante de 2001, 2012 ou que somente agora terá essa experiência pela primeira, é muito bom poder finalmente dizer: Bem-vindo a Silent Hill.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Konami.
Veredito
Honrando o legado do que é considerado por muitos um dos melhores jogos da história, a Bloober Team faz seu melhor projeto até o momento recriando, atualizando e expandindo Silent Hill 2 de uma maneira majestosa sem afetar sua essência ou arte. Com um design de som impecável que abusa do áudio 3D, efeitos imersivos do DualSense e a riqueza de detalhes de cenários e expressões dos personagens, a experiência da narrativa que sempre foi emocionante e psicologicamente pesada torna-se ainda mais intensa, profunda e aterrorizante.
Veredict
Honoring the legacy of what is considered by many to be one of the greatest games in history, Bloober Team delivers its best project to date by recreating, updating and expanding Silent Hill 2 in a majestic way without compromising its essence or art. The game has an impeccable sound design that makes use of the 3D audio, immersive DualSense effects, lots of details and a narrative experience that has always been exciting and psychologically heavy becomes even more intense, deep and terrifying.