Scott Pilgrim vs. The World: The Game Complete Edition – Review

Scott Pilgrim vs. the World: The Game foi um jogo do gênero beat ‘em up desenvolvido e publicado pela Ubisoft, lançado para consoles em Agosto de 2010. Baseado na série de HQ de mesmo nome, o jogo foi criado para coincidir com o lançamento do filme Scott Pilgrim vs. The World, que chegou aos cinemas do mundo inteiro naquele mesmo mês.

Pouco mais de quatro anos após seu lançamento, Scott Pilgrim vs. the World: The Game foi removido das plataformas digitais pela Ubisoft em Dezembro de 2014, e como não haviam sido publicadas cópias físicas do jogo à época, a adaptação da série em formato de game havia ficado na história.

Após vários anos em que os fãs tentaram contato com a Ubisoft, com Bryan Lee O’Malley (criador da HQ) e com a Universal Pictures, então detentora dos direitos das adaptações da HQ, em Setembro de 2020 foi anunciado o relançamento do jogo, na versão remasterizada chamada Scott Pilgrim vs. the World: The Game – Complete Edition.

Scott Pilgrim vs. the World: The Game – Complete Edition, assim como a versão original, é um beat ‘em up lançado para o PlayStation 4, que dessa vez conta não apenas com todos os modos incluídos na versão original, como também com os DLCs que haviam sido lançados após o jogo base, como personagens adicionais e o modo online.

Scott Pilgrim vs. the World: The Game – Complete Edition conta por cima a história de Scott Pilgrim, um jovem de 23 anos, e de seus amigos da banda Sex Bob-omb, na luta para conquistar o direito do protagonista ficar com Ramona Flowers e derrotar seus sete ex-namorados durante sete fases do jogo.

Inspirado em jogos da época dos arcades desse mesmo gênero, Scott Pilgrim vs. the World: The Game – Complete Edition foca muito mais na jogabilidade do que em contar a história do filme ou da HQ. De certa forma, é uma vantagem para o jogo, que permite que até pessoas que nunca ouviram falar do filme ou da HQ possam aproveitar o jogo tranquilamente.

A jogabilidade beat ‘em up coloca os jogadores, seja Scott Pilgrim, Ramona Flowers, Kim Pine, Stephen Stills ou outros personagens de DLC, em cenários familiares àqueles que curtiram a HQ ou o filme, lutando contra várias levas de inimigos durante a fase, até chegar ao final de cada fase e batalhar contra o chefe daquele ato, um dos ex-namorados de Ramona.

Cada personagem possui uma lista de golpes diferente, o que torna um pouco dinâmico o combate e faz com quem cada pessoa possa escolher um personagem que melhor se adapte. Fora os personagens já habilitados do jogo base, a versão atual inclui também os personagens lançados como DLC na versão original, como Knives Chau e Wallace Wells.

Um ponto negativo de Scott Pilgrim vs. the World: The Game – Complete Edition é que a Ubisoft permite que o jogador acesse todo conteúdo que era DLC (personagens e modo online), desde que seja feito login na plataforma Ubisoft Connect. Ou seja, apesar do conteúdo DLC ter sido incluído “de graça” na versão atual, você precisa ter uma conta da Ubisoft e fazer login para destravar esse conteúdo.

Ainda quanto à jogabilidade, os personagens sobem de nível conforme sejam derrotados seus inimigos ao longo das fases, destravando mais golpes para sua lista e também aumentando seus atributos. Um problema na curva de dificuldade fica bem claro quando se inicia um jogo single-player pela primeira vez, com qualquer dos personagens habilitados.

A quantidade de inimigos nas primeiras fases é grande demais para um único jogador, sem contar que eles causam muito mais dano em você do que o contrário, fazendo com que se perca vidas muito rápido e mesmo não se alcance o chefe final da primeira vez que se joga aquela fase.

Existem várias maneiras de “quebrar” o jogo, seja comprando upgrades para aumentar a força dos seus personagens, ou mesmo usando truques para conseguir dinheiro infinito e maximizar todos os atributos e níveis. Apesar de gostar dessa opção para quem quiser tornar o jogo ridiculamente fácil, a curva de dificuldade, ainda na dificuldade mais fácil, não perdoa jogadores que optam por não aderir a esses truques.

De toda forma, a jogabilidade é bastante divertida, talvez mais durante os encontros com os chefes do que ao longo das fases, que mesmo adicionando novidades no percurso, continua tendo o mesmo padrão de derrotar os mesmos inimigos e avançar a tela para um dos lados até o final.

O gráfico em sprites 2D era extremamente detalhado e bonito quando a versão original foi lançada e continua da mesma forma em seu relançamento. A atenção aos detalhes é enorme, seja às armas que pode se pegar no chão, aos inimigos comuns que se batalha durante às fases, ou mesmo aos cenários que vão ficando cada vez mais interessantes e diversificados conforme se avança na história. A trilha sonora também, no mesmo estilo “8-bit”, criada pela banda Anamaguchi, impressiona da mesma forma.

O jogo conta com o modo história em single-player ou co-op local, além com co-op online e outros modos que podem ser habilitados com sequências diferentes de “cheat codes”, como um modo de sobrevivência, modo de chefes, entre outros. Há conteúdo suficiente para se justificar manter o jogo mesmo após se completar o modo história pela primeira vez.

Por fim, há relatos de vários problemas com esse relançamento, mais especificamente “crash” do jogo. Durante a minha primeira playthrough, encontrei um “crash” em que o console teve de encerrar o jogo e retornar ao começo da fase. Alguns jogadores encontram esses problemas com mais frequência do que outros, então é algo a ser corrigido pela Ubisoft o quanto antes.

Mesmo tendo jogado Scott Pilgrim vs. the World: The Game em 2010 no PlayStation 3, acredito que tempo o suficiente passou para ser uma grande recomendação do gênero, seja para aqueles que já jogaram, para aqueles que nunca jogaram; para aqueles que são entusiastas da franquia ou mesmo para aqueles que nunca ouviram falar da série e curtem jogos do gênero.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Ubisoft.