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Romancing SaGa 2

Dentro do mar de jogos e franquias clássicas da Square-Enix, SaGa sempre ocupou um espaço meio nebuloso no legado de históricos RPGs da produtora. Nascida da experimentação de Final Fantasy II e criada para ser mais difícil do que os demais títulos da Square, SaGa nunca obteve o sucesso e reconhecimento de Final Fantasy ou o reconhecimento de clássico “cult” da série Mana.

Originalmente conhecida no Ocidente como Final Fantasy Legend, os jogos dessa série só viriam a ser lançados sob o nome SaGa em 1998 quando SaGa Frontier chegou ao PlayStation original. No entanto, entre o lançamento de Final Fantasy Legend III em 93 e SaGa Frontier em 98, toda uma sub-série foi lançada, ficando restrita exclusivamente ao Japão até o remake de Romancing SaGa para o PlayStation 2 em 2005. Agora, 12 anos depois, temos o relançamento de Romancing SaGa 2 para PlayStation 4, marcando a primeira vez que o título chega aos consoles ocidentais.

Algo que chama a atenção desde o começo é o quanto, apesar de só agora ser localizado, Romancing SaGa 2 é um produto da sua época. Todas as características que se espera de jogos da geração 16-bits está aqui, do visual à trilha sonora, apesar de um pequeno twist. Ao contrário dos RPGs daquele período, RS2 passa uma sensação enorme de ser um jogo planejado para pequenas sessões, com dungeons curtas e um sistema de progressão diferente do que estamos acostumados.

O mais importante de RS2 é o quanto ele pega tradições e o que o jogador espera de um RPG e os inverte, surpreendendo o jogador em tudo aquilo que passamos a esperar, em especial por se valer de vários e vários clichês para isso. Seja pela sua história ou o combate, Romancing SaGa 2 é uma experiência bem diferente do que o jogador acha que está se metendo nos primeiros momentos.

Se o combate ainda é por meio de batalhas por turnos, cada membro da party (até cinco personagens) pode equipar quatro itens diferentes, sejam armas ou poções, podendo escolher um dos quatro (ou magias), sendo que diferentes inimigos possuem diferentes resistências a diferentes armas, sendo necessário sempre ter várias opções à disposição. É necessário também escolher a formação da party, sendo o posicionamento dos personagens e alguns bônus recebidos em cada uma delas.

Não há sistema de level, sendo a progressão do jogo bem diferente. Após cada batalha, os personagens ganham “tech points” e, após acumular o suficiente, vão melhorando suas estatísticas e afinidade com a arma utilizada, sendo que novas habilidades são aprendidas aleatoriamente em combate.

Se isso pode passar a impressão inicial ao jogador de que é um incentivo para o famoso “grind”, aqui também há um twist: o nível dos inimigos escala junto ao nível dos personagens. Assim, é necessário saber balancear o desejo de lutar mais e mais para ganhar novas habilidades com o fato de que todos os inimigos do jogo também vão se tornar mais fortes quanto mais você tentar acumular tech points.

Além disso, após cada batalha os heróis recuperam plenamente a sua energia, mesmo que morram em combate. Se à primeira vista isso parece facilitar o jogo, ele possui outro aspecto: a cada morte, o jogador perde um ponto de um “medidor de vidas”, o qual, se zerado, causa a morte permanente do personagem. Além disso, os inimigos ainda podem atacar o personagem mesmo caído, causando dano direto a esse medidor.

Isso tem um efeito direto na história do jogo. Romancing SaGa 2 conta a história da família real de Varennes, desde o emperador Leon e seus filhos, Victor e Gerard, e sua batalha para derrotar sete inimigos lendários. A abertura do jogo conta a história dos Sete Heróis, poderosos guerreiros que salvaram o mundo gerações atrás e desapareceram, apenas para, nos primeiros minutos de jogo, apresentá-los como os antagonistas, tendo todos se tornado monstros espalhando o caos pelo mundo.

Isso tudo é apresentado no prólogo, devendo o jogador então passar a não só buscar derrotar os Sete Heróis, mas também reconstruir e expandir o império. Essa segunda parte se dá completando novas missões, investindo em pesquisas para desenvolver novos itens e equipamentos e novos projetos para atender às várias vilas e cidades sob a sua proteção, aumentando assim a quantidade de guerreiros que podem ser recrutados para sua equipe.

Essa jornada, contudo, não é só de um imperador, mas de uma família inteira. Se o atual imperador morrer ou alcançar determinados pontos da história, ele será substituído pela próxima geração (que mantém todas as habilidades aprendidas pelo imperador anterior), cabendo ao jogador escolher quem assumirá o trono e levará essa missão em frente. Apesar disso, é necessário ter cuidado, afinal, logo no começo o jogador “cria” o imperador destinado a derrotar o último dos heróis e, caso este morra, é game over.

RS2 possui algumas outras qualidades peculiares, como a maneira em que a história progride, que é relativamente livre e não-linear, sendo influenciada pela ordem em que o jogador cumpre as missões e determinados diálogos-chave. Também há uma notória ausência de qualquer tutorial, sendo necessário aprender tudo sozinho, o que contribui bastante para o desafio, mas também aumenta em muito o senso de conquista do jogador.

Apesar das qualidades inerentes do jogo, nem tudo são flores. A versão de Romancing SaGa 2 que chega ao PS4 é, na verdade, um port da versão de mobile lançada no ano passado. Com isso, os sprites e cenários ficaram notoriamente esticados (apesar de bem mais bonitos do que os originais) e a interface de usuário é tenebrosa, com letras gigantescas, claramente pouco otimizado para console.

Mesmo com seus problemas, Romancing SaGa 2 é uma importante joia do seu tempo e que só agora pode ser jogada por jogadores ocidentais. É praticamente obrigatória para fãs do gênero, em especial os apaixonados por jogos mais “old-school” e que, por ser tão diferente do que se vê normalmente, ainda é uma experiência rica e prazerosa, mesmo para fãs mais novos.

Veredito

Apesar de alguns problemas, Romancing SaGa 2 é uma valorosa experiência, sendo um jogo muito diferente do que estamos acostumados a ver no gênero. É uma boa opção para fãs de RPGs que buscam algo distinto dos cansados clichês que vemos por aí.

Jogo analisado com cópia digital fornecido pela Square Enix.

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Veredito

70

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Despite a few problems, Romancing SaGa 2 is a worthy experience, being a very different game from what we are used to see in the genre. It’s a good option for fans of the genre that want something distinct from the tired cliches that we see around.