Robotics;Notes Elite – Review

Robotics;Notes Elite é uma visual novel, parte da série SciADV, desenvolvida pela 5pb./Mages no Japão e publicada pela Spike Chunsoft no Ocidente. É o terceiro jogo lançado dessa série, após Chaos;Head e talvez o jogo mais famoso da franquia, Steins;Gate. Após algumas localizações fora de ordem desses jogos, chegou a vez de Robotics;Notes Elite e sua sequência, Robotics;Notes DaSH, serem lançadas no Ocidente.

Robotics;Notes Elite conta a história pelo ponto de vista de cinco amigos do colegial, mas principalmente do protagonista Kaito Yashio, na sua jornada para terminar a construção de seu primeiro robô gigante. Ambientado no ano de 2019, o Japão e o mundo passou por um “boom” de robôs nos últimos anos, fazendo com que todos passassem a consumir mais conteúdo envolvendo essa temática.

Mais especificamente, no clube de robôs da escola de Tanegashima, uma pequena ilha do Japão, o protagonista Kaito e sua melhor amiga Akiho, presidente do clube, são seus dois últimos membros, que apesar de já ter sido bastante promissor, agora corre o risco de ser extinto pela escola, uma vez que produzem muitos gastos e nenhum resultado, na visão da severa vice-diretora.

Akiho faz de tudo para tentar manter o clube e seu sonho vivos, uma vez que nove anos atrás que sua irmã mais velha, Misa, fundou o clube e impressionou a todos, não só começando a elaboração do grande robô que passaria quase uma década em construção, como também desenvolvendo um mini-robô de competição, que venceu o grande evento ROBO-ONE no Japão.

Após chegar muito perto da extinção do grupo, Kaito, que preferia passar seus dias jogando Kill-Ballad, um jogo de luta de mechas em que é viciado e passa quase seu dia inteiro jogando, acaba aos poucos ajudando Akiho a bolar maneiras de manter o grupo ativo e funcionando.

É assim que começa a história, com os dois personagens, que ao longo da história, vão convencendo mais colegas a ajudá-los, criando novas amizades e reforçando seus laços com os demais nativos da ilha. Nessa brincadeira, Junna, a última integrante do clube de karate da escola, o inteligente e arredio Subaru, e até mesmo Frau, uma nova aluna que acaba de ser transferida para a escola, se juntam ao grupo.

Ao mesmo tempo, enquanto Kaito ajuda Akiho com o clube, ele descobre, com a inteligência artificial Airi através do seu celular, que a ilha de Tanegashima esconde mistérios muito mais sérios do que a sua imagem pacata possa passar, e aos poucos, encontra relatórios escondidos que revelam desde lavagem cerebral sendo perpetrada mundialmente sem que percebam a até planos para o fim do mundo e dominação da população.

Para aqueles que já jogaram Steins;Gate, temos também a participação bastante ativa e importante de um personagem dessa série, que por talvez poder ser considerado spoiler, não mencionarei o nome nessa análise. Sendo um jogo da série SciADV, alguns pontos dos jogos anteriores são mencionados, principalmente de Steins;Gate, mas nunca a ponto de ficar mal entendido para quem nunca jogou esses outros jogos antes.

Dito isso, para quem já jogou Steins;Gate antes, vai saber bem como funciona a jogabilidade. Sendo uma visual novel, o jogo é praticamente texto e imagens expositivas, em que o jogador vai acompanhando a história ao longo dos diálogos. A maior interação do jogador está no “Twipo” (o Twitter do universo do jogo), em que você pode escolher algumas mensagens para mandar respostas específicas, afetando principalmente as rotas da história.

Os gráficos do jogo são todos em 3D, ou seja, os personagens não são desenhos 2D como a maioria dos jogos desse gênero. Talvez possa parecer um pouco estranho no começo, mas admito que é fácil e rápido se acostumar com essa diferença. Outro jogo desenvolvido pela 5pb./Mages que adota esse estilo 3D é o Punch Line, para aqueles que conhecem usarem de referência. Não só de sprites 3D o jogo é feito, já que foram incluídas várias CGs dos personagens em momentos-chave do jogo.

O jogo é inteiramente dublado em japonês e legendado em inglês. Tanto a dublagem, como a interface do jogo, a acessibilidade, os gráficos e até mesmo as CGs são de altíssima qualidade, o que não é de se assustar vindo de uma das mais conhecidas desenvolvedoras do gênero. Nesses quesitos, nada fica a desejar, inclusive a localização feita pela Spike Chunsoft para o lançamento ocidental.

Entretanto, o jogo não é perfeito. Apesar de ter uma ótima apresentação, o jogo peca um pouco na sua premissa e especialmente no seu ritmo. Uma tática muito utilizada no gênero é a de começar o jogo apresentando o mundo e seus personagens, ambientando o jogador e fazendo com que ele se acostume e se afeiçoe, para então introduzir algo mirabolante e virar tudo de cabeça para baixo. Todos os jogos principais da série SciADV lançados no Ocidente fazem exatamente isso.

Robotics;Notes Elite, porém, acaba gastando tempo demais na sua exposição. Praticamente após 85% do jogo que esse momento chega, depois de muito tempo com o jogo te dando pequenas migalhas para seguir o caminho da história. Quando de fato as coisas engrenam, você já passou tempo demais conhecendo o mundo e tudo parece muito corrido, sem muita explicação.

É divertido acompanhar a história de Yashio e seus amigos aos poucos conseguindo mudar sua situação e fazendo com que o clube prospere, até o ápice da história em que todos participam do desfecho, porém a premissa batida e um pouco clichê do espírito de justiça dos robôs e a demora para chegar aonde interessa faz com que o jogo fique um pouco cansativo depois das suas primeiras 30 horas, com um final que encerra logo depois.

Pesando pontos positivos e negativos, Robotics;Notes Elite ainda é uma fácil recomendação, principalmente para fãs do gênero e da série SciADV. Juntamente com o lançamento ocidental de Elite, a Spike Chunsoft lançou sua sequência, Robotics;Notes DaSH. Fique de olho no site para conferir a análise desse jogo logo mais.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Spike Chunsoft.