Existem muitos jogos que o tempo nos faz esquecê-los. Não só isso, mas jogos que não tiveram muito destaque quando foram lançados se tornam ainda mais difíceis de serem reconhecidos. Este é justamente o caso de Rage of the Dragons, um título lançado para o Neo Geo. Ao contrário da grande maioria da biblioteca do console e mesmo trazendo gráficos que lembram a empresa, Rage of the Dragons não é um jogo da SNK.
Rage of the Dragons foi lançado em 2002 e desenvolvido pela empresa japonesa Noise Factory, sendo que a BrezzaSoft e a Evoga também estiveram envolvidos na produção. A ideia inicial do projeto era um jogo de luta de Double Dragon – algo que, infelizmente por questões de direitos autorais, não aconteceu. Dessa forma, é um jogo “inspirado” digamos assim, pois ainda traz os irmãos Billy e Jimmy – mesmo que não sejam os originais.
Rage of the Dragons NEO é um relançamento desse título pouco conhecido nas mãos da empresa brasileira QUByte Interactive. Além de oferecer o que se espera, como um Arcade e Training, também temos o Online e outros modos como o Desafio do Dragão. No entanto, em questão de balanceamento, gráficos, músicas, etc, o jogo continua sendo o mesmo. Portanto, o ‘NEO’ no nome é apenas para indicar o online, a rigor.
Rage of the Dragons é um jogo que acontece com lutas 2×2. Não é frenético como os jogos da série Marvel vs Capcom, mas uma boa comparação mais popular é Street Fighter x Tekken (mesmo que tenha sido lançado 10 anos depois), exceto a mecânica de que a luta termina quando um personagem é nocauteado. Em Rage of the Dragons, a luta é paralisada como se um novo round se iniciasse, mas a luta continua até que os seus dois personagens estejam sem vida.
O sistema de Rage of the Dragons é, portanto, muito simples. Você escolhe qualquer dupla que desejar, sendo que há duplas definidas pela história do jogo. Além disso, há dois chefes jogáveis. Já quanto ao gameplay em si, temos o clássico da época: quatro botões de ataque, alguns golpes especiais e Super. A diferença de Rage of the Dragons são as mecânicas de troca de personagem. Você pode forçar a troca a qualquer momento (uma barra indica quando é possível fazê-la) ou realizar um Super com esse fim.
O elenco de Rage of the Dragons é bastante variado e característico, mas obviamente inspirados em outros personagens dos jogos de luta concorrentes. Por exemplo, o mexicano Pepe é claramente um Kim Kaphwan, enquanto que Alice Carroll parece uma personagem possuída por Orochi. Claro, todos eles conseguem ser diferentes com seu toque único, mas é notável de onde vem cada inspiração.
Rage of the Dragons oferece um Arcade com finais para cada dupla e, como esperado de um título Neo Geo, é bastante desafiador. Por sorte, há ‘save state’ que facilita isso, mas se você for encarar da forma raiz, espere aquela máquina que lê seus inputs e causa danos injustos.
Uma novidade em Rage of the Dragons NEO é o chamado Desafio do Dragão. É um modo extra interessante na teoria, mas que na prática se torna mais um Arcade modificado – basicamente um Survival. A ideia é enfrentar os personagens do jogo de forma seguida. Ou seja, usando apenas uma dupla, você elimina um oponente e outro vem logo em seguida, até que acabe com todos eles dependendo do nível que escolheu. Como dito, é interessante para quem gosta de um Survival, mas o gameplay em si continua sendo quase o mesmo.
Por fim, temos o online. O netcode é via rollback e, além de partidas ranked e casuais, temos um lobby para até 8 jogadores. Infelizmente, não há cross-play. No entanto, o replay das partidas oferece a funcionalidade ‘take over’ que está sendo oferecida na maioria dos jogos ultimamente. Ou seja, você pode assumir o comando do jogo em um determinado momento do replay para testar outras possibilidades.
O trabalho da QUByte Interactive com Rage of the Dragons NEO não poderia ter sido melhor. No entanto, o jogo em si é limitado e a idade dele sem dúvida mostra por que não se tornou um clássico. Não é que seja ruim, mas é aquela situação de “apenas cumpre o dever de casa”. Vale conferi-lo pela curiosidade, mas não espere um jogo muito profundo. Após algumas partidas online e talvez platiná-lo (não é difícil), o desejo de continuar jogando não se torna presente.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela QUByte Interactive.
Veredito
Rage of the Dragons NEO não é um jogo de luta ruim e o trabalho do port feito pela QUByte Interactive não poderia ser melhor. No entanto, o game em si vale mais conferi-lo apenas pela curiosidade.
Rage of the Dragons NEO
Fabricante: Evoga / Noise Factory / QUByte Interactive
Plataforma: PS4 / PS5
Gênero: Luta
Distribuidora: QUByte Interactive
Lançamento: 14/11/2024
Dublado: Não
Legendado: Sim
Troféus: Sim (inclusive Platina)
Veredict
Rage of the Dragons NEO isn’t a bad fighting game, and QUByte Interactive’s port couldn’t have been better. However, the game itself is worth checking out out for the sake of curiosity only.