Prince of Persia: The Lost Crown é um título bastante distinto dentro de sua série, optando por retornar à perspectiva 2D dos primeiros jogos e, também, expandir sua estrutura para um metroidvania enquanto mantém seu legado de plataforma e combate desafiadores. A série permaneceu dormente em consoles desde 2010 e Lost Crown, apesar de estruturalmente diferente de seus contemporâneos mais próximos, mantém a excelência pela qual a série é conhecida e nos entrega um dos melhores jogos de ação e aventura dos últimos anos.
A história acompanha Sargon, membro dos Imortais que são um grupo de grandes guerreiros da Pérsia. Após o príncipe da Pérsia ser sequestrado e levado ao amaldiçoado Monte Qaf, Sargon e os demais Imortais se aventuram no monte para resgatar o príncipe. Apesar da premissa simples, a história tem seus rumos inesperados durante seu curso e mantém o jogador engajado até seu fechamento. Adicionalmente, a narrativa, composta por cutscenes e diálogos curtos e simples, faz um trabalho excelente em construir os personagens, mundo e lore que são, em grande parte, bastante interessantes.
Assim como demais títulos da série, a jogabilidade ainda é o foco de Lost Crown e é impressionante como a Ubisoft conseguiu polir os sistemas de plataforma e combate a ponto do título se destacar entre os melhores do gênero. Para os que não estão familiarizados, um metroidvania envolve explorar um grande mapa que contém vários pontos que são inacessíveis inicialmente. Ao encontrar uma melhoria ou um novo poder, esse permite que novas áreas sejam acessadas e esse loop permanece até o final do jogo.
O primeiro destaque é que Lost Crown têm um mapa absolutamente massivo para o gênero, fazendo com que o jogo dure mais do que 20 horas para explorá-lo de maneira básica e acima das 30 horas para caso opte por, também, fazer o conteúdo opcional. Apesar do grande tamanho do mapa, o título introduz novos elementos constantemente para manter a exploração e combate estimulantes.
Lost Crown mantém a tradição da série de seções de plataforma bastante precisas e desafiadoras, especialmente referente ao conteúdo opcional. Usualmente, tais seções não encaixam bem com um formato Metroidvania por impactarem a navegabilidade pelo mapa, no entanto, os desenvolvedores mitigam isso colocando diversos atalhos após essas seções desafiadoras. Vale ressaltar que o título tem várias opções de acessibilidade e, uma delas, é para pular etapas desafiadoras de plataforma caso o jogador deseje. Em suma, o level design do título é absolutamente brilhante.
Outro grande destaque está nos poderes que Sargon obtém durante a aventura e que, muitos deles, não são convencionais, podem ser aplicados de múltiplas maneiras interessantes e têm características que expandem consideravelmente o arsenal de ações que o jogador pode tomar em qualquer momento, seja na plataforma, resolvendo puzzles ou no combate. Tudo isso é integrado muito bem pela movimentação de Sargon que é extremamente fluída e responsiva, permitindo que o jogador realize uma série de ações de maneira bastante natural.
Outro grande pilar do jogo está no combate e que, também, surpreendeu positivamente pela sua polidez e pela similaridade com um combate de jogo de luta 2D. Sargon tem acesso a diversos combos e a possibilidade de lançar os inimigos no ar para deixá-los vulneráveis a mais ataques ou armadilhas pelo cenário. Conforme vai se obtendo mais poderes, é possível estender ainda mais os combos fazendo com que a execução seja bastante útil, especialmente contra grandes grupos de inimigos ou chefes.
Como opção defensiva, Sargon pode aparar ataques normais e alguns fortes, mas ataques com um brilho vermelho precisam ser desviados. Adicionalmente, é possível escolher até dois ataques especiais que consomem uma barra que se enche conforme o jogador ataca e apara golpes, bastante semelhante a um jogo de luta.
Derrotar inimigos faz com que derrubem cristais que podem ser utilizados em uma forja para melhorar equipamentos e amuletos. Os amuletos têm diversos efeitos como alterar o ataque, vida, resistência de Sargon ou tem alguma funcionalidade como emitir sons para ajudar a encontrar tesouros e outros itens. Entre as características convenientes do título, está a função de tirar uma foto a qualquer momento e essa ficar marcada no mapa, algo particularmente útil para buscar depois algum colecionável.
O jogo poderia ter indícios melhores referentes a alguns puzzles, percursos, colecionáveis já obtidos, teletransportes, entre outros, mas são pequenos incômodos em um jogo verdadeiramente fenomenal.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Ubisoft.
Veredito
Prince of Persia: The Lost Crown é um excelente metroidvania e certamente deve ser lembrado junto aos melhores do gênero. Fui surpreendido em diversos momentos de sua aventura, seja pelo design incrível de níveis, pelo seu combate e movimentação extremamente polidos, pelos poderes interessantes e muito mais. Este é um título que demonstra a genialidade da Ubisoft em seu ápice e marca um excelente início de ano para a produtora e para os fãs.
Prince of Persia: The Lost Crown
Fabricante: Ubisoft / Ubisoft Montpellier
Plataforma: PS4 / PS5
Gênero: Ação / Aventura
Distribuidora: Ubisoft
Lançamento: 15/01/2024
Dublado: Não
Legendado: Sim
Troféus: Sim (inclusive Platina)
Veredict
Prince of Persia: The Lost Crown is an excellent metroidvania and should certainly be remembered among the best of the genre. I was surprised at several moments throughout the adventure, whether by the incredible level design, combat and movement fluidity, interesting powers and much more. This is a title that shows Ubisoft at its best and marks an excellent start to the year for the developer and all the fans.