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Pentiment – Review

Pentiment sinaliza um dos maiores marcos das últimas décadas no mercado de jogos. O jogo, que saiu em 2022, foi desenvolvido pela Obsidian Entertainment, famosa desenvolvedora que foi comprada pela Microsoft em 2018, e publicada originalmente pelo Xbox Game Studios para Windows e plataformas Xbox. Agora, a Microsoft tendo uma nova visão para seu departamento de jogos, Pentiment, além de alguns outros lançamentos futuros, chega aos consoles da Sony.

Pentiment foi um jogo bastante aclamado no seu ano de lançamento, sendo indicado em várias premiações para jogo do ano, melhor narrativa e melhor arte, então foi uma ótima escolha para a Microsoft adentrar no mercado de jogos lançando seus exclusivos para outras plataformas.

O jogo conta a história de Andreas Maler, um jovem pintor e artista que se encontra na cidade de Tassing, mais especificamente na Abadia de Kiersau, refinando suas habilidades de pintura antes de alçar maiores vôos na Europa dos anos 1500. Convivendo dentre o abade e demais padres e freis, Andreas começa a se envolver nos assuntos da abadia, da cidade e até mesmo na história centenária da região.

Sendo um jogo de aventura, a história é o carro-chefe de Pentiment. A forma como a narrativa se desenvolve, através tanto das investigações de Andreas após um acontecimento mortal logo no começo do jogo, assim como os conflitos internos que ele enfrenta por ser tão jovem e já estar com um casamento arranjado o esperando quando sair de Tassing, prende o jogador do começo ao fim.

Dividido em três atos ocorrendo em momentos diferentes da história, com três episódios que ancoram a narrativa em mistérios expansivos, o jogo mostra a extensão das habilidades de décadas da Obsidian, que tem em seu catálogo jogos como Fallout: New Vegas, Pillars of Eternity e The Outer Worlds.

O jogo todo se desenrola em plano 2D, em que o jogador controla Andreas através dos cenários da cidade de Tassing, da abadia de Kiersau, e até mesmo das florestas e ruínas que circundam a cidade. A exploração, realizada pela interação do personagem com o cenário, além de puzzles simples que ocorrem em determinados pontos da história, só ficam atrás do principal: o diálogo, como exposição do jogo.

Esse é um daqueles jogos para quem gosta de ler, muito. 95% do tempo é desprendido lendo o diálogo entre o protagonista e demais personagens da região, seja perguntando sobre coisas mundanas como negócios e plantações, como interrogando suspeitos de crimes e juntando as peças dessas investigações.

A maior parte das opções ofertadas no jogo não afeta diretamente o destino dos personagens, oferecendo apenas novas conversas e reações diferentes, mas algumas escolhas podem ditar a sobrevivência e se esses cooperarão com Andreas, sendo sinalizadas com “este personagem se lembrará disso”. São verdadeiras bifurcações no rumo da história, com repercussões futuras.

Além de como a história é retratada com bastante diálogo, ela é demonstrada por uma arte fenomenal. O traço, que remete bastante à época retratada no jogo, como um cenário da Europa no século XVI. Os cenários, as construções, e principalmente os personagens, é um traço bastante característico e minucioso, que com certeza faz com que o jogador pare em alguns momentos para apreciar cada detalhe.

A trilha sonora, no geral, é bem minimalista. Por isso, quero dizer que não há uma trilha tocando a todo momento, talvez até para não distrair o jogador do diálogo e do cenário. Em alguns momentos-chave, uma trilha orquestral entra em jogo, sinalizando para o jogador a seriedade do que está acontecendo, tanto para o protagonista, como para toda a história.

Um ponto interessante é a localização PT-BR. Não existe dublagem, já que nenhum personagem de fato fala no jogo, a exceção de algumas canções em certos momentos, mas a localização em PT-BR é bastante competente, dando conta de retratar a maneira de falar dos personagens da época, sem ficar muito arcaica e de difícil compreensão. O jogo também oferece duas opções de legenda: uma mais estilizada, e outra para melhor compreensão do leitor.

Como as escolhas ditam o rumo da história, há um certo fator replay em Pentiment. No geral, pode até acontecer de jogadores que jogaram a primeira playthrough sem guia joguem pela segunda vez com guia para habilitar todos os troféus e descobrir mais sobre os personagens, mas uma playthrough deve ser o suficiente para a maioria das pessoas.

Pentiment é um primor, seja na história contada, ou na arte desenhada. É uma aventura de 15 a 20 horas que prende o jogador, com um desfecho a altura. A Xbox Game Studios estreia nas demais plataformas com o pé direito, mostrando que seus antigos exclusivos também são de alta qualidade.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Xbox Game Studios.

Winz.io

Veredito

Pentiment demonstra toda a capacidade da Obsidian Entertainment de desenvolver excelentes jogos em gêneros hoje pouco explorados e da Xbox Game Studios em oferecer esses jogos para novas plataformas.

90

Pentiment

Fabricante: Obsidian Entertainment

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Aventura

Distribuidora: Xbox Game Studios

Lançamento: 22/02/2024

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Pentiment displays Obsidian Entertainment’s full capacity of developing excelent games in lesser-explored genres and Xbox Game Studios capacity of offering these games to new platforms.