Mon-Yu – Review

Mon-Yu: Defeat Monsters And Gain Strong Weapons And Armor. You May Be Defeated, But Don’t Give Up. Become Stronger. I Believe There Will Be A Day When The Heroes Defeat The Devil King., que será chamado de Mon-Yu nesta análise por motivos óbvios, é o mais novo DRPG da Experience, desenvolvedora japonesa veterana no gênero, e publicado no Ocidente pela Aksys Games mais de dois anos após seu lançamento original.

A demora de mais de dois anos entre o lançamento japonês e o ocidental, porém, trouxe duas plataformas adicionais para o jogo além do Nintendo Switch: PC e PlayStation 5. Por este lado, valeu a espera, já que a Aksys Games trabalhou novamente com a Poppy Works, para trazer o jogo para essas duas plataformas e chegar a mais jogadores com essa localização.

Quando anunciado, Mon-Yu foi revelado como um retorno às raízes, como quando saiu o Wizardry original, um dos precursores do gênero. Seria um jogo difícil, a fim de induzir a animação e medo que os jogos antigos faziam com os jogadores na época. Para saber se os desenvolvedores conseguiram atingir esse objetivo, continue lendo esta análise.

A história de Mon-Yu, talvez de todos os outros jogos desenvolvidos pela Experience e lançados no Ocidente, é a mais básica, curta e direta. O jogador fica a cargo de uma equipe de aventureiros que aceitam a missão da rainha-fada Eternia de derrotar os sete demônios reis e restabelecer a paz e harmonia ao reino.

Cada demônio rei está com a posse de um tesouro com poderes místicos e domina sua própria masmorra, cada uma em um mapa diferente dentro do corpo do falecido rei Dragão, que interferiu numa antiga batalha entre o bem e o mal e que havia criado a paz que agora está ameaçada por esses novos vilões.

Fora a rainha Eternia, o jogador também interage com Chuck, um porco antropomórfico que controla a guilda, e com quem o jogador irá conversar para comprar e vender itens, utilizar o armazém, todas as dinâmicas bem conhecidas de jogos desse gênero.

A história é tão irrelevante, que você passa o jogo interagindo apenas com esses dois personagens, além de um terceiro que surge pela última metade do jogo. Eles têm poucas frases novas, reveladas assim que o jogador termina uma masmorra e derrota um dos chefes, só para guiar um pouco a história e justificar a exploração.

O gênero não é exatamente conhecido por suas histórias interessantes ou complexas, então é possível perdoar em parte esse aspecto do jogo. O cerne do DRPGs está, afinal de contas, na jogabilidade e exploração, que é o que efetivamente prende o jogador por horas e horas a fio.

A jogabilidade de Mon-Yu não é muito distinta de outros jogos da empresa. Exploração e combate em primeira pessoa, o jogador vai acumulando experiência a cada batalha para evoluir seus personagens de nível, coletando novos equipamentos para se fortalecer, além de precisar interagir com certos “puzzles” em cada masmorra, como pisos envenenados e de movimento automático quando pisa neles.

O jogo, porém, é contraditório no que se propõe a fazer. De fato, como jogos antigos do gênero, Mon-Yu pouco explica suas mecânicas ao jogador, relegando todas as informações ao menu de ajuda, tornando uma experiência cansativa no começo para quem não sabe direito o que está fazendo ou o que precisa para se dar bem no jogo.

Não sou contra deixar parte das informações mais minuciosas para esses menus opcionais e eu mesmo já sabia como lidar com a maior parte das mecânicas, já que elas são em grande parte recicladas de jogo para jogo dessa empresa, mas para quem escolhe Mon-Yu como seu primeiro jogo da Experience ou mesmo primeiro DRPG, essa é uma falha bastante relevante.

Outro ponto é quanto à dificuldade do jogo. O jogo não podia ser mais fácil, talvez seja o DRPG mais fácil que joguei em toda minha história, por vários aspectos. É possível salvar seu progresso a qualquer momento, dentro ou fora das masmorras. O jogo cria um auto-save toda vez que você abre o menu, muda de andar, termina uma batalha, enfim, você sempre estará amparado pelo auto-save. O jogo te dá um item, de uso infinito, para sair da dungeon a qualquer momento, sem qualquer penalidade. E por fim, não existe “game over”, muito pelo contrário, quando sua equipe é derrotada, você é revivido pela rainha Eternia e ainda tem um boost permanente no seu HP e MP.

A “dificuldade” do jogo também não está refletida nas opções de dificuldade, que são obtusas e desnecessárias. As opções (A, B e C) apenas restringem o acesso ao mini-mapa ou mapa completo, até capturar um inseto em cada mapa, o que mais irrita do que dificulta a vida do jogador. Também restringe a possibilidade de nível máximo que o jogador pode alcançar a cada masmorra, o que pode interferir no ranking final de cada mapa, mas que pouco afeta a jogabilidade ou história no final das contas.

A alegação da empresa, então, de que o jogo deveria trazer a rebuscada sensação de dificuldade dos jogos antigos, não poderia estar mais errada. Outro jogo lançado este ano por outra empresa, Labyrinth of Zangetsu, apesar dos seus defeitos, chegou muito mais perto de realizar essa chamada, do que Mon-Yu chegou perto de cumprir.

A arte do jogo evoca o estilo “chibi” bastante característico e conhecido de jogos japoneses, ajudando o jogo a se diferenciar de outros jogos da empresa e trazendo um estilo próprio. Os retratos de personagens de outros jogos da empresa estão disponíveis para uso em sua equipe de graça, sem precisar adquirir qualquer DLC pago.

A trilha sonora conta com faixas diferentes para cada dungeon, mas nada que chame a atenção ou que tenha algum estilo que o destaque dos demais. O jogo tem pouquíssima dublagem, quase inexistente, então se o propósito era trazer uma experiência “antiga”, pelo menos nesse quesito eles acertaram.

Por fim, o jogo é bastante curto. Mesmo cumprindo todos os mapas 100%, voltando sempre que é destravada uma nova habilidade para exploração, e pegando sempre todos os tesouros, foi possível terminar o jogo sem qualquer dificuldade em 20 horas. Talvez jogadores com menos familiaridade com o gênero ou que gostem de tomar seu tempo consigam algumas horas a mais, mas no geral, é uma experiência bastante direta.

No final das contas, eu me diverti com Mon-Yu, em grande parte porque os DRPGs da Experience servem como uma ”comfort food” para mim. O jogo me prendeu o suficiente para terminar em uma semana, mas depois de tantos outros jogos da empresa ao longo dos últimos dez anos, Mon-Yu pareceu um passo para trás, mais do que um avanço para o gênero.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Aksys Games.

Veredito

Apesar de não entregar o que prometeu e soar como um passo para trás depois de tantas novas experiências desenvolvidas pela Experience, Mon-Yu ainda consegue oferecer pelo menos a experiência essencial e divertir jogadores familiares com o gênero.

70

Mon-Yu: Defeat Monsters And Gain Strong Weapons And Armor. You May Be Defeated, But Don't Give Up. Become Stronger. I Believe There Will Be A Day When The Heroes Defeat The Devil King.

Fabricante: Experience

Plataforma: PS5

Gênero: DRPG

Distribuidora: Aksys Games

Lançamento: 21/09/2023

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Despite not delivering what it promised and sounding like a step backwards after so many new experiences developed by Experience, Mon-Yu still manages to deliver the core experience and entertain fans familiar with the genre.