Mirror's Edge

Tenha fé.

Parece clichê iniciar uma análise de Mirror’s Edge dessa forma, ainda mais dado o fato de que a protagonista oriental (ou euro-oriental, como os produtores gostam de definir) chama-se Faith. No entanto, é a melhor maneira de descrever a proposta deste jogo de plataforma em primeira pessoa produzido pela DICE.

Mirror’s Edge não é um jogo de tiro em primeira pessoa. A DICE, famosa por jogos da franquia Battlefield, apostou em um gênero completamente novo: mesclou o seu conhecimento da jogabilidade em primeira pessoa a elementos de jogos de plataforma. O resultado? Com certeza, satisfatório.

O objetivo de Mirror’s Edge é fugir dos policiais, enquanto faz o possível para descobrir rotas de fuga. A rigor, esta seria a definição do jogo em poucas palavras. Mas Mirror’s Edge vai muito além. Começando por sua história, a qual é escrita por Rhianna Pratchett, famosa por títulos como Heavenly Sword, Overlord e diálogos de Prince of Persia. Em um futuro não muito distante, a cidade é monitorada completamente através de um regime ditadorial, no qual as pessoas são vigiadas por meio dos aparelhos eletrônicos que usarem. Assim, esperam diminuir a taxa de criminalidade. Uma eleição se aproxima e desejam manter o prefeito Callaghan no poder, para manter a cidade sob controle, mas um candidato chamado Robert Pope promete trazer mudanças. A protagonista, Faith Connors, é uma “runner”, uma pessoa treinada na modalidade “parkour” (esporte radical; a cidade é o seu parque de diversões, ou seja, deve-se escalar a cidade sem equipamento algum) e usa os telhados para ficar fora de vista. Dessa forma, Faith e os outros runners podem entregar mensagens físicas entre os grupos revolucionários dentro da cidade. Faith, junto com a outra runner Celeste, foi treinada por Mercury, o qual fornece suporte a ambas através do rádio. No decorrer do game, acontecem eventos importantes e algumas reviravoltas interessantes. Os produtores já deixaram claro que esperam tornar Mirror’s Edge em uma trilogia, portanto espere que o final do game não seja conclusivo.

A história do game é contada através de cut-scenes que diferem totalmente (lembram o estilo gráfico do desenho “Samurai Jack”) dos gráficos in-game, os quais, aliás, são belíssimos e provavelmente um dos melhores já vistos. Há uma riqueza enorme de detalhes e o aspecto “clean” adotado pelos designers torna tudo ainda mais interessante. As partes em vermelho que surgem são as “visões runner”, ou seja, o caminho que Faith vê como a melhor opção para avançar. Você pode desativar isso no game e seguir seu próprio instinto.


A coloração vermelha nos objetos indica o caminho a ser seguido.

Como já deixado bem claro no início da análise, Mirror’s Edge mescla plataforma e FPS. No game, você não precisa matar – tanto que há um troféu com esse objetivo. Seu objetivo principal é fugir ou, se necessário, atordoar os inimigos. E esse “fugir” é que traz os elementos de plataforma. Através do L1, usado para pular, você pode pular de prédios em prédios, de andar em andar e assim por diante. O L2 permite você se agachar ou deslizar se estiver correndo. Se pular e apertar L2, poderá se encolher no ar para desviar de cercas. Apertar L2 ao pousar também é primordial para não perder dano – que, aliás, é o esquema atual: fique parado e sua vida recuperará aos poucos. R2 permite que você dê socos e R1 um giro de 180º. Já o triângulo é o desarme. Para fazer isso, basta apertar o botão no momento que o adversário partirá para o soco e seu braço ficar vermelho (novamente, a “visão runner” em ação). Se feito corretamente, Faith nocauteará o oponente. Com movimentos executados de forma correta, muita corrida e inimigos nocauteados – não mortos – você encherá a sua barra de “tempo de reação”. Apertando-se quadrado quando ela estiver cheia (você percebe isso através de um efeito azul na tela), poderá entrar em um momento de “bullet-time”, ou seja, tudo ficará lerdo e será possível calcular o que você deseja fazer: desarmar um inimigo ou pular com precisão.


Nocauteie os inimigos com o desarme ou parta para a porrada com os seus punhos e chutes.

Para conferir, em sua própria opinião, se a jogabilidade é funcional, baixe a demo de Mirror’s Edge na PlayStation Store. O tutorial presente na demo é basicamente o que acabo de descrever.

Mas como estamos falando do jogo completo e você provavelmente já jogou a demo, vamos entrar em maiores detalhes.


Deslize por prédios enquanto foge da polícia por não ter feito crime algum.

Mirror’s Edge é um jogo curto. Com cerca de 10 horas, você consegue finalizá-lo. O que aumentará o tempo de jogo será – como a grande maioria dos games de PS3 – os troféus. E Mirror’s Edge é um game bastante complicado de se adquirir todos os troféus. Há um modo chamado Time Trial que consiste em diversos trechos das fases do game e que o jogador precisa completar em menor tempo. Não é impossível, mas exigirá bastante dedicação. Um outro modo contra o tempo, porém agora com os capítulos na íntegra, é habilitado quando se finaliza a história e também apresenta um certo desafio.

Não há multiplayer, não há nenhuma opção extra inimaginável. Mirror’s Edge consiste de basicamente de um modo história com 10 horas aproximadas de duração (com um modo hard a ser habilitado), Time Trials e Speedruns desafiadores, rankings online desses modos e bolsas escondidas em cada capítulo, incentivando o jogador a explorar o ambiente.

Vale a pena? Sim, vale. Mirror’s Edge é um jogo único e com certeza merece ser conferido. Se você acha que o que importa no game é sua longevidade no modo principal, alugue ou pegue emprestado. Você conseguirá finalizá-lo em um fim de semana bem jogado. Mas jamais deixe de conferi-lo. Games originais como Mirror’s Edge são raros e não devem ser ignorados pelos jogadores.

Veredito

85

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