Melon Journey: Bittersweet Memories – Review

O ano de 2023 tem sido incrível para nós, gamers. Nesses primeiros meses, entre tantos Triple-As de grande qualidade, temos também o cenário indie nos entregando excelentes games. Melon Journey: Bittersweet Memories, o mais novo adventure da desenvolvedora Froach Club e sequência de Melon Journey, é mais uma dessas gratas surpresas.

Nele somos colocados na pele da pequena Honeydew, uma funcionária da fábrica de refrigerantes de melões, Eglantine Industries. Após receber uma carta do seu amigo Cantaloupe pedindo para encontrá-lo na cidade de Hog Town, Honeydew encontra uma maleta suspeita na mesa de trabalho de seu colega e decide levá-la junto. O que ela não esperava é que dentro da maleta tivesse dezenas de sementes de melões, algo estritamente proibido em Hog Town. A partir daí começa uma história cheia de mistérios e reviravoltas que nos prendem do início ao fim.

A gameplay de Melon Journey: Bittersweet Memories é bem simples, sendo composta de um botão de ação para interagir/conversar, um para abrir o menu e um para usar os patins que nos permitem andar mais rápido. Enquanto exploramos Hog Town, uma cidade onde os habitantes são todos animais, passando uma forte vibe de Apenas um Show, vamos encontrar diversos personagens super carismáticos e com seus próprios dramas. É tudo tão cativante e envolvente que não apenas vamos querer ver o desfecho da história principal, como também ajudar esses moradores a resolver seus problemas. Essas histórias secundárias funcionam como sidequests, sendo completamente opcionais. Concluí-las não é apenas divertido, como também nos permite liberar um final secreto que, no caso dessa redatora, acabou gerando diversas teorias e uma enorme vontade de ver uma possível sequência.

O game brilha muito ao contrastar uma narrativa madura, com pequenas críticas sociais, analogias ao nosso dia a dia e referências a cultura pop junto de um visual fofo, com gráficos em pixel art nos remetendo aos games do Game Boy e uma paleta monocromática de tons verdes. O toque final fica por conta da trilha sonora de jazz lo-fi que exala anos 90 e dita todo o clima dessa aventura.

Infelizmente, Melon Journey: Bittersweet Memories sofre de pequenos problemas sendo o maior deles para nós, brasileiros, a falta de localização para o português. Por se tratar de um adventure, é necessário ter o máximo de compreensão possível da história e a falta do nosso idioma pode acabar distanciando alguns jogadores. Também senti falta de uma espécie de Quest Log para poder ter um controle maior sobre quais sidequests estavam em andamento. Por último, ao salvar o game, poderiam haver mais informações como, por exemplo, em qual ato estava ou tempo de jogo. Ao fazer múltiplos saves não temos nenhuma informação capaz de nos orientar qual é o arquivo que desejamos carregar, exceto por uma imagem de Honeydew, mas que pode acabar se repetindo, ficando bastante confuso.

Em suma, Melon Journey: Bittersweet Memories é um jogo que aparenta simplicidade, mas que possui uma narrativa que incita a curiosidade do jogador com tramas interessantes e cheias de reviravoltas. Um game que desperta a nostalgia e traz uma sensação de conforto ao mesmo tempo que nos cativa com seus personagens irreverentes e divertidos.  Um daqueles adventures perfeitos para jogar numa tarde chuvosa ou apenas apreciando um bom café.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela XSEED Games.