Fãs de jogos de terror têm à disposição diversas “subcategorias” do gênero. Do sobrenatural ao gore, é possível encontrar diversos títulos que podem se enquadrar ao seu gosto, e caso você curta uma mistura de ambos, Martha is Dead é o seu jogo.
Antes mesmo do lançamento de Martha is Dead, os usuários receberam a notícia de que o jogo seria censurado no PlayStation. De fato, o título possui cenas pesadas e se você está lendo este review e tem o estômago fraco, não recomendamos que assista ao vídeo de gameplay.
A história de Martha is Dead é um tanto perturbadora. Ela se inicia com a babá de Giulia, irmã gêmea de Martha, lendo um livro chamado “A Mulher de Branco”, que narra o conto de uma mulher que perde seu amado e em seguida é executada numa pequena ilha. No entanto, seu espírito vive em dor e agonia, e para tentar amenizar – mesmo que brevemente – esse sentimento, ela mata as mulheres que vão ao lago.
É um pouco chocante pensar que uma criança goste de histórias assombrosas como esta, mas parece que o jogo faz isso de propósito para deixar a narrativa ainda mais intensa.
Alguns anos se passaram, e o jogo corta a cena para Giulia tirando fotos de animais na floresta perto de sua casa. No entanto, um corpo aparece flutuando no lago e ela parte em sua direção para tentar ajudar. Infelizmente, a garota descobre que a pessoa morta é Martha, sua irmã. No desespero do momento, a mãe das meninas aparece e confunde as filhas, e Giulia assume a identidade de Martha.
Giulia sempre quis que sua mãe a tratasse como ela tratava Martha, e assumindo a identidade da irmã ela pôde sentir isso. No entanto, a morte pesa na consciência da protagonista e ela tenta de tudo para descobrir o que aconteceu com a “filha preferida”.
Antes de qualquer coisa, devo enfatizar aqui que o ritmo de Martha is Dead é lento. Bem lento. Ele é um jogo que foca muito no enredo, enquanto o gameplay fica em 2º plano. Não que ele seja ruim, mas poderia ser melhor. Os controles até que respondem bem e há um problema com os comandos da câmera fotográfica, que fazem com que o personagem ande para trás ao invés de ir para frente quando se está no modo foto. Porém, no geral a jogabilidade é razoável.
Deixando de lado a forma lenta com que o jogo se desenvolve, devo dizer que Martha is Dead tem um dos enredos mais pesados que eu já vi. O título se passa na 2ª Guerra Mundial, e existem cenas muito fortes e perturbadoras, que me fizeram sentir realmente mal. Elas não são frequentes, mas as que estão presentes conseguem te fazer não querer olhar diretamente para a tela.
Como dito anteriormente, o jogo foi censurado no PlayStation, e algumas cenas interativas viraram cutscenes. Existe a opção de jogar com uma censura ainda maior, onde diversas outras partes são cortadas, então fique ciente disso antes de começar a aventura.
Durante o jogo você tem à disposição as missões principais e secundárias. Não é necessário fazer todas, mas sempre que algo fora da campanha for feito, o jornal do dia seguinte irá noticiar. Mas não parece que as suas escolhas afetam muito o desenrolar da trama, pois a todo momento você sente que as coisas estão acontecendo porque realmente precisavam acontecer.
O mapa disponível para exploração não é grande. Embora você consiga ver parte de outro cenário, não é possível seguir até ele, já que toda a história fica amarrada àquele minúsculo pedaço de terra.
Mesmo com essa limitação, o jogo consegue fazer com que você interaja bem com os objetos do cenário que estão ao seu dispor. O bacana é que também é possível andar de bicicleta para chegar aos outros locais mais rapidamente. Embora os controles não sejam lá muito precisos, consegue ser um diferencial para o gameplay como um todo.
Os gráficos de Martha is Dead são bonitos e podem encher os olhos. Os detalhes dos cabelos, das roupas e os itens no geral conseguem se destacar. No entanto, a performance é um pouco fraca, e isso pode tirar um pouco da beleza do jogo.
Com acesso à câmera fotográfica, você consegue capturar a beleza dos cenários e revelar as melhores para colocar em seu álbum. O único ponto negativo para esse recurso é o processo demorado, afinal, estamos falando de uma tecnologia de 1944. Mesmo com as etapas reduzidas, é chato tirar a foto e ter que ir até o porão para revelar tudo.
Mas honestamente, com exceção das imagens obrigatórias, você dificilmente vai querer parar para ficar tirando fotos, já que na maior parte do tempo não há elementos que se movem para apreciar ou paisagens que realmente chamem a atenção.
O jogo apresenta alguns problemas que, segundo a produtora, seriam resolvidos via atualização. Por diversas vezes eu fiquei preso em paredes invisíveis, que por consequência, me fizeram resetar o checkpoint para conseguir prosseguir. Em um desses erros, a personagem “afundou” no chão e foi parar num universo paralelo, onde não existia nada além da cor vermelha. Foi realmente estressante.
Outro ponto negativo é que o jogo é muito escuro. Embora você tenha um zippo à mão, só é possível acendê-lo em momentos específicos, e isso é um problema. Parece que o estúdio quis passar um ar de “terror e suspense” nesses momentos de blecaute, mas tudo que você sente é raiva por não conseguir enxergar nada e se perder no caminho.
Martha is Dead não é um jogo longo. Em menos de 10 horas você consegue terminar a campanha principal e as missões secundárias, mas não espere muito. Embora a história seja forte, o jogo se apoia apenas nisso, enquanto todo o resto fica em segundo plano. Talvez após algumas atualizações ele melhore, mas por agora, é melhor esperar por uma promoção.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Wired Productions.
Veredito
Martha is Dead é um jogo de terror que tinha tudo para prender a atenção do jogador. Embora a história seja realmente forte, há um ritmo muito lento, o que acaba causando uma exaustão antes mesmo da metade do game.
Veredict
Martha is Dead is a horror game that had everything to hold the player’s attention. Although the story is really strong, there is a very slow pace, which ends up causing exhaustion before even halfway through the game.