Maneater – Review

O universo dos videogames é algo extremamente único. Várias experiências inimagináveis já passaram por nossos consoles em vários momentos. Entretanto, talvez esse mesmo universo seja o que mais possui liberdade para que momento marcantes aconteçam, em qualquer sentido. Bom, pense que talvez seja o único lugar onde você pode ser um tubarão causando terror por aí, por mais estranha que a ideia possa ser.

Maneater é exatamente isso, um jogo onde você assume o papel de um tubarão-cabeça-chata em seu início de vida e precisa evoluir em busca de sua vingança. Talvez a frase anterior soe estranha sem o contexto necessário, mas acredite, faz todo sentido dentro do jogo e de sua proposta.

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Se saímos de simuladores aleatórios e ideias estapafúrdias como Goat Simulator, Bread Simulator e outros, a primeira impressão que temos é de que talvez Maneater seguiria esse caminho. Ledo engano, já que o jogo é algo muito além do que simplesmente jogar propostas mirabolantes.

Temos aqui um RPG de ação em mundo aberto, contendo uma narrativa definida e que desenvolve tanto o protagonista quanto demais personagens. Ainda soa estranho, certo? Entretanto, de alguma forma, o jogo onde você controla um tubarão sai do estigma dos simulators aleatórios e cria uma experiência divertida e interessante.

Em Maneater, o jogador vivencia um tubarão fêmea sendo caçada e com seu filhote sendo devolvido marcado ao mar, para que o caçador possa encontrá-lo no futuro e ter um novo embate. No controle do filhote, o jogador tem um único objetivo: caçar, matar e crescer para se vingar.

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A história é contada como um reality show ou documentário de TV, onde uma emissora acompanha os passos do lendário caçador Scaly Pete, mesmo responsável por jogar o filhote de tubarão no mar após feri-lo e matar sua mãe. A jornada de Pete e suas histórias de caçadas com o pai e filho vão sendo contadas via audio logs pelo mapa e em cutscenes nos momentos chave. O tubarão é seguido pelo narrador do programa de TV, que vai contando alguns fatos e curiosidades sobre o mundo ao redor do predador. Tudo isso é feita de forma caricata e cômica, criando ao mesmo tempo interesse nos dois lados da história e fornecendo boas risadas.

Algo que é bastante interessante é ver como o próprio documentário e atividades no jogo se tornam uma crítica ambiental. É notável a abundância de lixo e dejetos nos habitats da vida marinha e também na interferência do homem nisso, como caças de destruição ambiental. Tudo é mostrado com bastante humor, mas não deixa de ser ênfase em momento algum.

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Mesmo não sendo algo mais desenvolvido, a história é divertida de se acompanhar. Não há profundidade em nenhum lado, mas também, convenhamos que não é o tubarão um personagem que possa ter um lado mais dramático. Ainda assim, devorar e destruir no jogo acaba tendo um objetivo além de apenas completar uma quantidade x de atividades.

A jogabilidade é o propósito a mover o jogador na empreitada. Apesar de simples, tudo é bastante funcional. O tubarão morde e devora o que tiver na frente, seja a vida marinha ali presente, colecionáveis, lixos descartados no mar e, lógico, humanos. A intenção é que a evolução do predador seja ligada diretamente ao que ele come, inclusive afetando o crescimento e transformação do mesmo.

Há vários estágio na vida do tubarão que vão sendo representados aqui através de um nível e idade, indo desde um filhote, adolescente, chegando à vida adulta, se transformando num ancião até finalmente se tornar um mega-tubarão. Quanto mais o tubarão come, mais ele cresce fisicamente e se torna poderoso. Saia de um filhote de 1 metro para se tornar um mega-tubarão de mais de 9 metros.

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A evolução do predador desbloqueia novas habilidades, como ataque com cauda ou movimentos laterais acelerados e também permite mutações. Como em um bom RPG, você pode equipar seu personagem com melhorias e equipamentos. Aqui o tubarão pode ter mutações nas barbatanas, dentes, cauda e mais, indo desde proteção mais espessa a dentes elétricos. Cada melhoria ou nível alcançado, deixa o predador mais forte para enfrentar os desafios da Baía do Golfo, onde o jogo se passa.

O mapa é dividido em várias áreas distintas, indo desde pântanos grosseiros, praias privadas, áreas de despejo de lixo e mar aberto. Cada região possui uma vida marinha e também outros predadores que, além de humanos, são os inimigos aqui. É possível encontrar adversários como crocodilos, outras raças de tubarões, baleias assassinas, cachalotes e mais. Cada tipo de animal, ao ser devorado, fornece ao tubarão substâncias necessárias para sua evolução e que também são usadas na melhoria de suas habilidades, como minerais, gorduras, proteínas e mutagênicos.

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O mais interessante no jogo é essa evolução contínua. Ainda que o processo de devorar tudo pelo caminho seja cansativo em certo ponto, principalmente para seu dedo que constantemente aperta R2, tentar cada vez mais crescer e melhorar o tubarão é algo extremamente satisfatório. Vinculado a isso fica o progresso do jogo, atrelado a atividades diversas que vão liberar melhorias ao tubarão.

As atividades diversas podem não ser variadas e a maioria será de devorar algo, seja para um “balanço ecológico” do local como reduzir a quantidade de focas, ou eliminar predadores alfas e caçadores específicos. Não há uma grande dinâmica de atividades, mas é difícil imaginar o que mais poderia funcionar nesse universo. De certa forma, funciona e entretém o jogador facilmente sem cansar, já que a duração do jogo é por volta de 10 horas.

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Maneater tem várias qualidade e é divertido o suficiente para ser recomendado. Possui um visual de destaque feito na Unreal Engine 4, principalmente debaixo de água e nas estruturas a redor da baía. Mesmo assim, é possível reconhecer diversos problemas técnicos. Há ligeiras quedas nos quadros por segundo em momentos mais tensos e alguns loadings em transições de mapas.

Mesmo que os problemas acima possam ser ignorados, há outros mais sérios que não podem. Com a versão disponibilizada para a análise, 1.02, houve um constante problema no savegame do jogo, sendo que o mesmo foi zerado 3 vezes por motivos aleatórios. Há ainda bugs em missões e eventos que vão impedir o progresso do jogador, portanto a melhor opção é jogar fazendo um backup do save sempre que possível.

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Maneater é uma proposta interessante e que foge do tradicional, ou do esperado para um jogo do tipo. Há o suficiente para ser uma boa experiência, mesmo que curta, e a jogabilidade é divertida em qualquer ponto. Certamente é um jogo recomendado para qualquer um que busca diversão sem compromisso. Basta desligar o cérebro e ir fundo.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Deep Silver.

Veredito

Maneater desenvolve muito bem uma proposta que talvez nunca desse certo e ainda faz isso de forma divertida e funcional. Estar no papel de um predador dos oceanos nunca foi tão divertido e prazeroso. Ainda que sérios problemas técnicos possam prejudicar a experiência, é um jogo altamente recomendado para um entretenimento sem compromisso.

80

Maneater

Fabricante: Tripware Interactive

Plataforma: PS4

Gênero: Ação / RPG

Distribuidora: Tripware Interactive / Deep Silver

Lançamento: 22/05/2020

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Maneater develops a proposal that would be difficult to accept, but it does it in a fun and functional way. Being in the role of an ocean predator has never been more fun and enjoyable. Although serious technical problems can spoil the experience, it is a highly recommended game for entertainment without compromise.