Maid of Sker – Review

Maid of Sker é um título de terror que foi lançado em 2020 para PlayStation 4 e teve uma recepção bem morna, segundo o OpenCritic. Para tentar subir a temperatura da crítica, a Wales Interactive acaba de lançar o título para PlayStation 5, com melhorias gráficas e de performance. Mas será que isso ajuda a alavancar alguma coisa do jogo?

Maid of Sker
A iluminação e ambientação de Maid of Sker no PS5 estão realmente muito boas. Fonte: PS5 Create

A história de Maid of Sker é um pouco confusa. Não digo isso – só – pela narrativa em si, mas sim da apresentação dos personagens. A princípio, o título lança o jogador para dentro de um trem onde um personagem está lendo uma carta. Antes de um braço aparecer na tela, é difícil dizer se quem está ali sentado é o Thomas ou a Elisabeth, presa em seus próprios pensamentos.

A partir do momento que você descobre quem é o personagem ali no trem, um mix de sentimentos pode tomar conta de você. Thomas não tem um background e mostra-se (ao menos até você se acostumar) alguém “sem importância” na narrativa.

De volta à história: Thomas está a caminho do Hotel Sker para encontrar Elisabeth. Na carta, ela diz que seu pai pediu para que voltasse para a grande reinauguração do local e cantasse para todos. Ao chegar, o namorado da “Dama de Sker” encontra tudo destruído e recebe uma ligação de sua amada. Sem entender nada, ele parte em busca de quatro cilindros para criar um som uníssono e acabar com a escuridão.

Vendo de fora, a narrativa é um tanto quanto confusa. Porém, conforme você avança no jogo, vários gramofones podem ser encontrados. Além deles servirem para salvar o progresso, também funcionam como arquivos de áudio que contam o passado de Elisabeth. Após escutá-los e encontrar jornais espalhados pelo hotel, tudo começa a fazer mais sentido.

Maid of Sker
Os gramofones ficam em salas seguras, então não se preocupe com os monstros do lado de fora e ouça os áudios tranquilamente. Fonte: PS5 Create

Como já mencionado anteriormente, a versão testada é a de PS5. Aqui, muitas coisas foram melhoradas em relação à versão de PS4, como texturas, iluminação, entre outros. De fato, não há do que se queixar quando estamos falando do ambiente em si. Ele é muito bem construído, com detalhes ricos e que realmente chamam a atenção. O maior problema aqui, na verdade, é a taxa de quadros por segundo no modo qualidade.

Maid of Sker possui duas opções: Qualidade e Performance. Como de praxe, o primeiro modo mencionado traz o que o PS5 tem de melhor com os gráficos 4K. Já o segundo, entrega uma experiência em 1440p a 60 FPS. O problema mencionado no parágrafo anterior está no desempenho do modo Qualidade. Além de você quase não perceber a diferença gráfica, a performance é simplesmente horrível; a câmera fica pesada e causa desconforto, além de que o cenário parece não conseguir acompanhar o seu avanço, deixando tudo borrado, mesmo enquanto apenas anda. Parece que eles forçaram uma resolução que não é compatível com o título.

Maid of Sker
Mesmo no modo performance, Maid of Sker entrega gráficos incríveis. Fonte: PS5 Create

Tirando o fato de que a performance no 4K é horrível, Maid of Sker consegue apresentar gráficos incríveis e traz junto um gameplay muito fluido com seus 1440p a 60 FPS. Os comandos respondem bem ao jogador, só é uma pena que o DualSense não tenha sido tão bem utilizado aqui.

A trilha sonora consegue trazer mais vida ao jogo e combina muito bem com o modelo de gameplay. Em diversos momentos você se vê “cercado” por monstros, e quando isso acontece, estar com um headset ou sistema de som 5.1 ligado, faz toda a diferença. Você consegue ouvir de onde estão vindo os passos e qualquer outro barulho. Claro, nem sempre isso é efetivo, pois Maid of Sker prega peças, e muitas vezes os sons emitidos podem nem estar no mesmo ambiente que você.

Maid of Sker
Os monstros do jogo são guiados pelo som, e embora o telefone às vezes toque enquanto eles estão no ambiente, é como se não estivesse ouvindo nada. Fonte: PS5 Create

Ao mesmo tempo que Maid of Sker consegue receber elogios por causa de sua jogabilidade e qualidade gráfica, ele também, infelizmente, não foge das críticas. Primeiro de tudo é que o gameplay geral é muito repetitivo. Além da ação de prender a respiração, você também adquire um item para distrair os monstros, mas nada além disso. Todo o resto é baseado em stealth, o que pode acabar ficando chato com o tempo.

Os puzzles, por sua vez, são bem fraquinhos e não oferecem muita dificuldade. Já tive a oportunidade de jogar alguns jogos com a mesma duração de tempo (cerca de cinco horas) que ofereciam um desafio maior nesse sentido. Maid of Sker traz apenas exaustivas idas e vindas a lugares, dando a sensação de que você está fazendo a mesma coisa o tempo todo.

Algo que me incomodou durante a jornada pelo Hotel Sker foi o blur da câmera. Durante a corrida, as coisas à sua frente ficam embaçadas. Entendo que isso seja uma forma de simular a visão real, mas visualmente falando é ruim e não se encaixa muito bem ali.

Maid of Sker
Mesmo tapando a respiração, alguns inimigos conseguem te localizar e atacar, o que pode frustrar, já que em determinados momentos você acaba ficando preso em situações como o da imagem. Fonte: PS5 Create

No fim das contas, Maid of Sker, mesmo com gráficos e performance aprimorados, cai no conto de que um gameplay lerdo e repetitivo para trazer tensão e medo fazem bem para o título, o que aqui – como você pôde ver pela análise – não é o caso. Some isso a um personagem totalmente sem graça e você tem na mão um jogo de terror mediano, que tinha potencial para ser mais do que isso.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Wales Interactive.

Veredito

Maid of Sker traz uns bons elementos de terror, mas deixa a desejar em vários outros pontos, como jogabilidade, personagens e puzzles. No fim, é apenas um título melhorado graficamente daquele produto mediano lançado em 2020.

60

Maid of Sker

Fabricante: Wales Interactive

Plataforma: PS5

Gênero: Terror

Distribuidora: Wales Interactive

Lançamento: 26/05/2021

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Maid of Sker brings some good elements of terror, but it leaves something to be desired in several other points, such as gameplay, characters and puzzles. In the end, it’s just a graphically improved title for that average product launched in 2020.


Rui Celso
Rui Celso
Jornalista que decidiu se aventurar no mundo gamer desde o tempo em que as revistas eram a principal fonte de informação deste mundo do entretenimento. Hoje eu expandi meu universo e também faço parte do backstage deste universo atuando como Assessor de Imprensa. Só pra constar: Paper Mario é o meu jogo favorito da vida.