Diferente de muitos de seus contemporâneos, Killsquad chega com um desafio bem maior. Títulos como Enter the Gungeon, Hero Siege e Alien Swarm foram todos lançados em uma época onde muitos “twin-stick shooters” estavam se fundindo com outros gêneros e alcançando popularidade. Possuindo um intervalo de quase dez anos entre seus rivais, o que o lançamento da Novarama tentou fazer para obter destaque? Vem comigo que vou explicar nos tópicos a seguir!
Os minutos iniciais de Killsquad são bem eficazes em deixar o jogador com as expectativas corretas. Sua premissa é contada através de uma (e única) cutscene simples, onde Momma, dona da Corporação Wahla, explica que decidiu recrutar uma série de super soldados para realizar contratos, conseguir dinheiro e derrotar inimigos, simples não?
Logo após sua abertura, o jogador então escolhe um dos personagens jogáveis e começa sua missão inicial, e é em seu primeiro contato com o combate que os sinais de que a experiência pode ser mais complexa começam a aparecer.
Como de praxe no gênero, se familiarizar com os controles é bem fácil. Os dois analógicos são encarregados da movimentação e ataques primários, mas são os outros botões, encarregados das habilidades especiais, que trazem algo diferente para o título.
Cada um dos personagens selecionáveis conseguem se destacar muito bem entre si, não só na personalidade e design de cada um mas no modo como preferem se aproximar dos diversos conflitos. Cass, a guerreira freira, não possui muitos golpes de longo alcance como de costume em outros títulos, seus ataques são majoritariamente de curta distância, dando ênfase em sua movimentação rápida que permite lhe reposicionar em situações de perigo, enquanto Troy, o pistoleiro, prefere manter a distância e executar inimigos da maneira clássica.
Além disso, o jogador também deve avaliar e equipar os espólios que obtém após cada contrato se quiser evoluir o nível de poder de seu personagem corretamente, bem parecido como funciona a progressão de Destiny. Esses equipamentos são surpreendentemente mais complexos do que o esperado, dando a possibilidade de construir cada um dos mercenários de diversas formas.
Essa importância em otimizar e masterizar sua equipe fica ainda mais evidente conforme se vai avançando nas missões mais desafiadoras do jogo. Cada fase possui um objetivo diferente que, além de manter a experiência mais variada, cria mais uma camada de estratégia e personalidade para o título.
Alguns desses estágios têm alvos básicos, como eliminar todos os inimigos ou conseguir sobreviver diversas grupos simultâneos de adversários, mas também existem outras onde seu dever é carregar uma carga até um destino específico(o tradicional Payload de Overwatch e Team Fortress 2) que obriga o jogador a se manter cara a cara contra os oponentes que estão a todo custo tentando destruir seu veículo.
Embora tudo isso seja importante para dar ao título sua própria identidade em um gênero que parece estar em constante metamorfose, algumas de suas maiores qualidades podem acabar afastando alguns jogadores também. Jogar Killsquad sozinho é extremamente monótono, principalmente durante as fases intermediárias e difíceis.
Grupos de inimigos começam a aparecer constantemente, muitas vezes antes mesmo que seja possível eliminar o esquadrão anterior. Chefes também começam a ter barras de vida extremamente longas, fazendo com que lutas se tornem repetitivas e lentas. É bem evidente que o jogo é feito para ser desbravado com outros três amigos, o que costuma ser justamente a forma onde o gênero também se torna mais divertido.
Também não é recomendado avançar nos contratos sem pensar muito a respeito sobre seus equipamentos e qual mercenário se deve utilizar. Todas as fases possuem um nível de poder recomendado que, caso não seja cumprido, torna a experiência ainda mais desafiadora. Embora não seja necessariamente um ponto negativo, aqueles que preferem algo mais simples no estilo de Alien Swarm talvez devessem procurar outros títulos para passar o tempo.
“Twin-stick shooters” estão longe de ser a febre do momento, ainda mais em um cenário onde jogos cooperativos costumam ser tão comuns, mas diante disso tudo Killsquad ainda consegue se manter em pé e entregar uma experiência divertida. É bem evidente que a equipe na Novarama possui um grande respeito pelo gênero e quis que o título se destacasse entregando personalidade o suficiente para que ele se diferencie dos demais, seja em sua estilo de arte futurista ou filosofia de design mais abrangente.
Para aqueles que procuram um novo passatempo com os amigos, o título pode ser uma ótima recomendação, especialmente se todos os envolvidos estiverem afim de algo um pouco mais fora da caixa do que de costume.
Jogo (versão de PS4) analisado no PS5 com código fornecido pela Novarama Technology.
Veredito
Killsquad é um ótimo twin-stick shooter para jogadores que estão buscando um novo título e que desejam passar o tempo com amigos em um jogo repleto de ação e muitas opções de customização. Dito isso, é importante estar ciente que a experiência solo não é tão divertida quanto poderia ser e que a progressão não é tão simples quanto os outros games do gênero.
Veredict
Killsquad is a great twin-stick shooter for players who are looking for a new title and want to spend time with friends in an action-packed game with lots of customization options. That said, it’s important to be aware that the single-player experience isn’t as fun as it could be and the progression isn’t as straightforward as other games in the genre.