Inked: A Tale of Love, distribuído pela Pixmain, é o primeiro jogo para PC e consoles da Somnium Games. Anteriormente, a desenvolvedora havia trabalhado apenas em em alguns jogos para celular, e em abril de 2018 lançou uma versão inicial do game, para Switch e PC via Steam com apenas Inked como título. Desde então, eles trabalharam em melhorias para a história e para o jogo em si, e finalmente, em 10 de setembro deste ano, lançaram esta nova versão (agora com o subtítulo A Tale of Love) também para PS4 e Xbox One.
Já vou avisando: apesar de lindo, com gráficos num charmoso estilo de caneta esferográfica feitos à mão, este não é um título feliz. Trata-se de uma história de vida com altos, mas principalmente baixos, e a forma como cada um pode lidar com tais adversidades da vida.
Inked: A Tale of Love conta com dois personagens principais. O primeiro deles é o Herói Sem Nome, que perde Aiko, seu grande amor, logo no início da história, fato que o leva à sua aventura por diversos mundos inspirados em lendas japonesas. O segundo é o artista, basicamente a pessoa que desenha e dá vida ao Herói Sem Nome. Ele também passou por grandes problemas em sua vida, e no decorrer do jogo vamos descobrir muitas semelhanças, mas também algumas diferenças que existem entre os dois.
São dez mundos pelos quais o Herói Sem Nome precisará passar em busca de sua amada, sendo um prólogo, nove episódios e um epílogo. Normalmente todos seguem um padrão de cor azul, mas alguns são diferentes, como verde e vermelho, ou até misturando elementos de tons diferentes, de acordo com o contexto de cada episódio. Em cada episódio também é apresentada uma nova mecânica em relação aos puzzles, de forma que uma etapa não é necessariamente mais difícil que a outra, mas com certeza diferente.
Existem dois comandos principais em Inked: A Tale of Love. O círculo serve para interagir com objetos ou para arrastar alguma peça de um lugar para outro. O quadrado serve para redesenhar objetos, que nada mais é do que pegar um bloco, ou até mesmo uma chama acesa, e posicioná-los diretamente em outro local da tela. Os botões L1 e R1 servem para girá-los para a esquerda ou para a direita. Podendo redesenhar mais de um objeto na cena, é possível usar o X para alterná-los. Não é possível, porém, utilizar os dois comandos com qualquer objeto, estando já pré-selecionado o que você pode fazer com cada um.
Eu sou dessas pessoas que adoram colecionáveis, então sempre nas minhas análises comento sobre todas as coisas que você pode encontrar pelas fases, e também sobre os troféus e algumas dicas para obtê-los. Uma das coisas que eu adorei em Inked: A Tale of Love foram as telas de pintura espalhadas pelos seus episódios. Aiko, a amada do Herói Sem Nome, é uma pintora, e daí o contexto de encontrá-las no jogo.
A qualquer momento você pode apertar triângulo para entrar no modo de busca, que consiste basicamente em uma pausa com a tela congelada para tentar localizar, com a utilização de uma lupa, cada uma dessas obras. Toda vez que a lupa passa por alguma tela de pintura, ela aumenta de tamanho, informando que sua busca teve resultado.
Em cada episódio existem nove telas de pintura absolutamente iguais, literalmente com o mesmo desenho. A cada três telas localizadas, é liberada uma imagem da arte do episódio em questão, sendo um total de três para cada. Não é de suma importância coletar todas, mas caso queira obter o troféu de platina, é necessário realizar essa façanha. Os outros troféus são bem simples, tendo apenas que concluir o jogo duas vezes e pegar todas as telas de pintura para conseguir todos.
De modo geral, Inked: A Tale of Love é um jogo bastante calmo e tranquilo, sem grandes dificuldades (apesar de eu ter ficado meio travado duas ou três vezes por alguns minutos tentando descobrir o que precisava fazer para conseguir avançar). É possível finalizá-lo – e platiná-lo – em um único dia, se você dispuser de certa disposição. Na verdade, em poucas horas.
Uma coisa que me incomodou um pouco – nada determinante, todavia – foi um bug no modo de busca. Existem alguns lugares que parecem ter elementos sobrepostos nas fases, de modo que quando você passa com a lupa por alguns deles, ela simplesmente desaparece, revelando uma uma falha gráfica naquele ponto específico. Que eu tenha percebido, não é algo que atrapalhe na jogabilidade e no progresso do jogo já que, então não impactou muito na minha nota para o mesmo.
Contudo, aproveito pra ressaltar o nível de dificuldade que enfrentei para encontrar algumas das telas de pintura. Em alguns momentos, quando a lupa ficava maior, indicando a localização de alguma tela, eu olhei bastante antes de clicar, e ainda assim não conseguir VER nada. Claro que o estilo gráfico de Inked: A Tale of Love colabora com toda essa dificuldade, contando com diversos traços de uma mesma cor que ajudam a embaralhar a sua mente. Nesse caso, tenha atenção redobrada ao apertar triângulo, e tenha muita – MUITA – paciência, inclusive para refazer alguns dos capítulos de não conseguir completá-los de primeira.
Em relação à história, existem momentos em que são reveladas algumas memórias do artista, que aos poucos explicam as semelhanças entre ele e o Herói Sem Nome e o motivo dele estar tão desacreditado de tudo. Elas aparecem em forma de imagens estáticas, e de forma um tanto indireta, através da narração do artista, contam alguns acontecimentos de sua vida.
Como dito antes, Inked: A Tale of Love é um jogo bastante simples e rápido, mas seu final é bastante satisfatório. Ele é capaz de te dar certas coisas pra pensar, e até de analisar outras situações aleatórias, talvez até algumas pelas quais você esteja passando. Até onde você seria capaz de ir para recuperar algo – ou alguém – que foi tirado de você? O que seria capaz de fazer? Jogue até o final e até se surpreenda com a lição do desfecho.
Jogo analisado no PS4 com código fornecido pela Pixmain.
Veredito
Inked: A Tale of Love é um jogo dinâmico que evolui sem delongas, com inovações constantes à jogabilidade e desafios num nível razoável de dificuldade. Ele é simples e curto (talvez até demais) e possui uma história bela com a qual muitos podem se identificar, e consegue passar moral e um pouco de esperança ao final.
Veredict
Inked: A Tale of Love is a dynamic game that evolves without delay, with constant gameplay innovations and challenges at a reasonable level of difficulty. It is simple and short (maybe too little and too short) and has a beautiful story that many can relate to, and manages to convey morale and a little hope at the end.