Evil Inside – Review

Se você nasceu na década de 90, provavelmente vai se lembrar dos primeiros filmes de Scary Movie (Todo Mundo em Pânico), lançados no início dos anos 2000. A série de filmes tirava sarro de vários clássicos de terror ao compilar tudo num lugar só. Nem sempre isso fazia sentido, mas em Evil Inside, novo título da JanduSoft, acaba fazendo.

Você provavelmente deve estar se perguntando o motivo de eu ter usado Todo Mundo em Pânico como referência para falar do novo título, certo? A resposta é simples: Evil Inside se inspira em alguns filmes e jogos de terror, e deixa isso bem explícito para quem conhece cada um deles.

Evil Inside é um jogo de terror psicológico em primeira pessoa inspirado em P.T. Ele narra a história de Rose, uma mulher assassinada e tem como principal suspeito o marido, que confessou o crime.

Alguns meses após o ocorrido, Mark, filho mais velho do casal, decide tentar fazer contato com sua falecida mãe através de um tabuleiro mágico. Após a explosão do objeto, sua mãe é trazida de volta, mas como um espírito rancoroso e vingativo. Sem entender se aquilo é real ou não, o garoto precisa descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu.

O plot de Evil Inside é bem simples e sem grandes reviravoltas. Durante o gameplay o espírito da mãe de Mark dá “spoilers” sobre a verdade daquele dia, mas infelizmente, a falta de detalhes transforma esse ponto num buraco na narrativa, o que é um problema.

Se tem uma coisa que Evil Inside tem, são referências. Além de uma nítida inspiração em P.T, ele também traz alguns outros clássicos de volta à vida, como Fatal Frame, F.E.A.R, O Chamado e outros. Embora possa parecer uma verdadeira salada mista, essa junção foi trazida de forma suave, sem forçar a barra.

Tendo em vista que existem tantas referências, você provavelmente está pensando que o jogo deve trazer um pouco de medo, correto? Então pensou errado, pois ele dá muito medo. Na verdade, Evil Inside é todo baseado em jump scare. Em outras palavras: as chances de tomar um susto ao dobrar o corredor só aumentam conforme se avança na história.

Embora o jogo seja realmente assustador, os modelos dos personagens e os desafios que ele proporciona são abaixo da média. A ambientação em si, bem como a música, são de arrepiar. O reflexo, as luzes, o brilho no chão de madeira…tudo é muito bem desenvolvido. Porém, essa beleza vai por água abaixo quando os espíritos aparecem deformados e com design preguiçoso.

Os desafios, por sua vez, não existem. Não há nada de desafiador, e caso você empaque, basta atravessar o corredor de uma ponta a outra. Em algum momento, uma porta irá abrir para dar continuidade à aventura.

Além disso, falta emoção no diálogo dos personagens. Mark solta umas frases durante o gameplay que parecem que foram apenas lidas dentro do script, deixando frustrado aquele jogador que espera toda a tensão dos diálogos de títulos do gênero.

Evil Inside é um jogo que realmente dá sustos e tem uma ambientação muito boa, porém, é uma falta de respeito da empresa cobrar R$64,90 por um jogo que tem duração de 20 minutos. É isso mesmo que você leu. É possível zerar e platinar a história em apenas 20 minutos.

Embora Evil Inside tenha sua qualidade no quesito terror, nada ali dentro justifica a compra desse título que não apenas parece um “walking simultator“, mas também uma demo paga sem vergonha.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Jandusoft.