Hidden Through Time 2: Discovery – Review

O lançamento de Hidden Through Time 2: Discovery pode ser um pouco confuso, uma vez que Hidden Through Time 2: Myths & Magic foi lançado há menos de um ano (em outubro de 2023 para PC e em janeiro de 2024 para PS5). Como ambos compartilham o “2” no título, meu primeiro pensamento foi que a novidade se tratava de um DLC, mas não é o caso. É importante definir, que, ainda que se trate basicamente do mesmo jogo com conteúdo diferente, Discovery é completo em si mesmo, independente de seu antecessor. Considero essa escolha um tanto questionável, como explicarei adiante.

O lado positivo é que as pessoas interessadas nesse título específico podem adquiri-lo isoladamente, sem precisar comprar o outro antes. O que o diferencia é apenas a temática: são três mini-campanhas ambientadas em eras nunca abordadas por essa série. A ideia é procurar objetos escondidos em amplos cenários de traços minimalistas e muito carisma, bem no estilo Onde Está Wally, acrescentando pequenas animações, locais com múltiplas camadas e interações sonoras. Para saber em mais detalhes, confira a análise de Hidden Through Time 2: Myths & Magic.

A nova versão, Discovery, nos leva para três épocas. Em Noir, acompanhamos casos da detetive Jane Space (provável referência a Sam Spade, do livro O Falcão Maltês, de 1930, interpretado no cinema por Humphrey Bogart). Na fantasiosa abordagem da Era Vitoriana, as cenas mostram Sherlock Holmes investigando as atividades de um certo dr. Victor Frankenstein. Em Ficção Científica, a série vai ao futuro pela primeira vez, viajando com a astronauta Anna para o espaço e outros planetas.

Cada uma tem 11 fases de tamanho e complexidade crescentes, totalizando 33 novas cenas para investigar em uma experiência que mantém o tom relaxante e tranquilo e pode ser curtida com mais gente ajudando a procurar os objetos.

Avaliando por esse ponto de vista, como um jogo isolado e completo, Discovery está à altura dos demais da série, sendo divertido, carismático e relaxante, ótimo para procurar objetos junto com as crianças. Considerando que Myths & Magic tem um bom preço, R$ 69,90 (bem menor em outras plataformas), creio que Discovery virá na mesma faixa (o preço ainda não estava disponível no momento desta análise).

No entanto, quando vejo o contexto geral, a sensação é outra. Apesar da pequena vantagem de dar poder de escolha ao ser um lançamento completo, há duas desvantagens consideráveis criadas por não juntar forças com Myths & Magic. Ambas estão no modo Arquiteto, em que podemos criar nossas próprias cenas e compartilhá-las online.

Com os jogos separados, seus respectivos modos Arquiteto também o são. Se Discovery fosse um DLC, teríamos o dobro de itens e ambientes para misturar em nossas criações e a grande biblioteca online feita pela comunidade poderia ser aproveitada de forma unificada, enriquecendo bastante Hidden Through Time 2 como um grande todo, e não uma soma de duas partes isoladas.

Meu ponto de vista é reforçado pelo fato da própria Rogue Side ter lançado vários DLCs interessantes que aprimoraram o primeiro Hidden Through Time com o tempo. Além disso, a desenvolvedora considerou que Discovery ainda é parte do 2, sem motivos suficientes para ganhar ar de sequência número 3. Assim, Discovery é mais uma experiência divertida, mas seria melhor como DLC.

Para finalizar, um adendo no lado técnico: tive lentidão do cursor ao longo da primeira sessão de jogo. Não era uma queda na performance em geral, uma vez que as animações e músicas continuaram perfeitamente fluidas. Foi necessário fechar o jogo e abri-lo novamente para resolver a pane.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Rogueside.