God of War Ragnarök (PC) – Review

Quase dois anos depois de seu lançamento original nos consoles da Sony, God of War Ragnarok enfim fez sua estreia nos PCs. Trazendo consigo todas as tecnologias de um bom port, o estúdio Jetpack Interactive fez um trabalho admirável. Tanto que considero essa uma das análises “chatas”, já que não tenho muito o que reportar que não seja minha experiência de forma positiva. Apesar de alguns probleminhas (que devem ser consertados em patches futuros), meu tempo com o jogo foi em sua grande maioria livre de complicações. 

Ragnarok conta uma história bem pessoal com um grande enfoque em Atreus, filho de Kratos. O personagem trava uma luta emocional interna e com seu pai, na busca de descobrir mais sobre suas origens, seus poderes e sua família. É uma história tocante em vários momentos e que me fez refletir um pouco sobre o quão poderosa pode ser a ânsia por conhecimento de suas raízes – um conhecimento que, por diversos motivos, pode ser doloroso. 

Kratos se desenvolve ainda mais como um personagem humano (processo que começou desde o jogo passado). Sua vontade de proteger Atreus e honrar a memória de sua esposa mostram as diversas fraquezas do protagonista, muitas dessas escondidas debaixo de várias camadas de estoicidade. 

Quando as ameaças batem na porta – literalmente, nesse caso – pai e filho são obrigados a enfrentar dilemas e questões que ficaram adormecidas por muito tempo. Além de precisarem encarar esses problemas emocionais, o panteão de deuses de Asgard não vai deixá-los em paz. É uma corrida contra o tempo e o fim do mundo está chegando com o Ragnarok. 

Se tratando de gameplay, há algumas novidades aqui, mas nada muito fora do que já vimos antes. Os reinos estão maiores, mais abertos e com mais possibilidades de exploração. O combate no PC está super fluido devido a altas taxas de quadros que fazem bastante diferença em jogos de ação. Não tenho nada a apontar ou reclamar desse departamento.

As novidades para PC incluem suporte a todos os tipos de tecnologia de upscale disponíveis no mercado em suas versões mais atualizadas, como DLSS 3.7 da Nvidia, FSR 3.1 da AMD e o Intel XeSS 1.2. Tendo testado primariamente o DLSS nos modos qualidade e balanceado, a qualidade de imagem ficou ótima enquanto houve um bom ganho na performance – principalmente ao usar o recurso de geração de quadros por IA (frame generation). 

O jogo também mostrou uma boa escalabilidade nas configurações gráficas. Ou seja, as concessões gráficas usando opções como baixo ou médio resultaram em ganhos de performance compatíveis, sendo uma ótima notícia para quem não tem um PC super atual ou com peças topo de linha. Com exceção de alguns momentos específicos, a performance é constantemente sólida (até onde joguei na campanha, pelo menos) e sem muitas surpresas ao longo do caminho. 

Entretanto, quero trazer um ponto que acho importante salientar: no vídeo do Digital Foundry, Alex Battaglia faz um comparativo à fundo com a versão de PlayStation 5 e nota que, embora o port seja muito competente em sua performance, não traz nenhuma melhoria gráfica substancial em comparação com a versão de console. No PC, temos a possibilidade de rodar o game em resoluções altas, como 4K nativo e usando, por exemplo, o DLAA da Nvidia para resolver serrilhados na imagem. Isso resulta em uma qualidade de imagem mais limpa e nítida – e é essa uma das grandes vantagens dos PCs sobre os consoles. Em GoW Ragnarok, se tirarmos essa vantagem inata do PC da equação, esse port não faz nada muito melhor que a versão de PS5. Não há nada de errado com isso, mas é estranho visto que o primeiro jogo no PC trouxe uma qualidade superior ao console em várias configurações. 

Outra questão que quero trazer aqui e que me surpreendeu negativamente foi o tamanho da instalação. Ocupar mais de 175 GB de disco é, na minha visão, uma coisa completamente absurda. Infelizmente, me falta conhecimento técnico para sequer especular sobre o motivo do jogo ocupar tanto espaço, mas um game cross-gen com o PS4 ser tão colossal assim não entra muito bem na minha cabeça. Levando em conta que 500 GB é um tamanho médio de SSD para um PC gamer, um único jogo ocupar 35% desse espaço é um fator que precisa ser considerado. 

Por fim, qualquer PC equipado com uma placa de vídeo minimamente decente vai conseguir rodar God of War Ragnarok no PC de forma satisfatória, com uma ótima qualidade de imagem e performance, graças à boa escalabilidade do jogo. Mesmo não trazendo melhorias gráficas significativas em relação a versão de console, considero esse o melhor jeito de se experienciar a última aventura de Kratos e Atreus.

Jogo analisado no PC com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.

Veredito

Mesmo não trazendo melhorias gráficas significativas sobre a versão de PS5 e ocupando um espaço colossal no seu disco rígido, God of War Ragnarok no PC é um bom port que conta com ótima qualidade de imagem e performance decente.

85

God of War: Ragnarok

Fabricante: Santa Monica Studio

Plataforma: PS4 / PS5 / PC

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

Lançamento: 09/11/2022

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Even though it doesn’t bring significant graphical improvements over the PS5 version and takes up a colossal amount of space on your hard drive, God of War Ragnarok on PC is a good port that has great image quality and decent performance.