Ghost Trick: Phantom Detective – Review

Ghost Trick: Phantom Detective, a famosa combinação de visual novel e puzzle criada por Shu Takumi, responsável pela franquia Ace Attorney, foi originalmente desenvolvido e lançado para o Nintendo DS em 2011 no Ocidente. Após muitos anos, com a remasterização da trilogia original do Ace Attorney, fãs passaram a clamar por um remaster de Ghost Trick, que finalmente chega esse ano para PlayStation 4.

Ghost Trick: Phantom Detective coloca os jogadores no comando de Sissel, o espírito de um homem recém-falecido, que logo se depara com a sua trágica e misteriosa morte num depósito de lixo. Confuso, Sissel passa a procurar alguém ou algo que possa lhe dar explicações sobre o que aconteceu.

Ray, outro espírito que surge possuindo uma luminária, rapidamente explica ao protagonista, que sofrendo de amnésia não lembra nada antes de sua morte, que graças aos seus poderes de fantasma, ele poderá interferir no mundo dos vivos para descobrir o ocorrido, mas com um porém – ele tem até nascer do sol para resolver suas pendências.

Sissel, com seus poderes para se intrometer no mundo dos vivos, agora deverá ajudar Lynne, uma jovem que acabou de ser assassinada no mesmo depósito de lixo, a voltar à vida, enquanto também pede sua assistência para desvendar mais detalhes sobre sua morte e a motivação por trás do seu assassinato.

Ghost Trick: Phantom Detective começa com uma breve introdução da história e logo coloca o jogador a cargo do puzzle, quatro minutos antes da morte de Lynne, para atrapalhar os planos do seu assassinato e salvar a vida da jovem. Esse é o cerne do gameplay do jogo, que se reveza entre cenas de visual novel e puzzles requerendo intervenção do jogador para mudar o futuro ou descobrir novas informações.

Os puzzles de Ghost Trick: Phantom Detective são extremamente inventivos, exibindo toda a criatividade de Shu Takumi e sua equipe, que lançaram o jogo original há mais de dez anos atrás. Os poderes de Sissel o permite possuir objetos inanimados, os ativando ou movendo, para que pequenas interferências possam mudar o cenário e os personagens que ali estão, e que somados, ativam uma reação em cadeia para um novo rumo na história.

Algo bastante interessante sobre os puzzles de Ghost Trick: Phantom Detective é que o fator de interagir com os objetos certos, na ordem certa, traz uma familiaridade para fãs do gênero, mas também existe o fator de timing, já que os minutos em que Sissel passa a interagir com o cenário, o tempo está passando e os personagens mudam as suas ações, tanto com os objetos, como com o cenário.

Esse fator timing exige uma criatividade equivalente do jogador, para entender quando deverá se mover de objeto para objeto, já que seu alcance para se locomover no mapa é limitado, assim como a hora certa de ativar certos objetos, já que personagens caminham pelo cenário e podem sair de perto do alcance de Sissel.

A história também é o outro grande trunfo de Ghost Trick: Phantom Detective, que contada tanto durante os puzzles como em cenas específicas, engaja o jogador a continuar resolvendo os puzzles para então desvendar o mistério de cada capítulo. O jogo, dividido em mais de 15 capítulos, permite que o jogador possa encará-lo aos poucos, já que cada capítulo dura cerca de 50 minutos, ou fazer o próprio “binge” play, jogando vários capítulos seguidos.

A arte do jogo foi remasterizada, abandonando os sprites 2D do original de Nintendo DS, para uma arte mais moderna, com sprites refinados, e os cenários completamente redesenhados de acordo. O aspecto da tela ainda é mais estreito, colocando barras nas laterais da tela para compensar a diferença entre uma tela do Nintendo DS e uma tela widescreen.

Dito isso, o jogo nada perde em ser lançado para plataformas com apenas uma tela, em oposição às duas telas do Nintendo DS. O jogo inteiro é jogável facilmente com uma tela e as adaptações foram bem implementadas, o que já era de se esperar, uma vez que a remasterização da trilogia Ace Attorney foi também muito bem adaptada para as plataformas atuais.

O jogo também oferece a opção da trilha sonora original e uma nova trilha sonora, para combinar com os novos visuais remasterizados, deixando com que o jogador customize a sua experiência com a remasterização. Também com a finalidade de oferecer uma versão definitiva, o jogo conta com troféus, uma galeria de arte e uma seção com as trilhas sonoras de cada capítulo.

Com cerca de 10 a 15 horas de jogo, dependendo da facilidade de cada jogador com a resolução dos puzzles, Ghost Trick: Phantom Detective me lembrou como jogos AA fazem falta atualmente. O mercado para jogos assim ainda existe e algumas empresas ainda se empenham para lançar experiências inovadoras que não possuem um orçamento enorme ou que venham de empresas muito pequenas, mas é sempre bom jogar algo que fuja um pouco desses dois escopos.

Ghost Trick: Phantom Detective oferece a versão definitiva com sua remasterização, trazendo um visual atual que tira proveito das novas plataformas, mas sem perder sua essência. Nunca foi tão fácil e acessível experimentar um clássico de mais de uma década atrás e conferir o brilhantismo de Shu Takumi e sua equipe.

Jogo analisado no PS4 com código fornecido pela Capcom.

Veredito

Ghost Trick: Phantom Detective é mais um acerto da Capcom em trazer as obras-primas de Shu Takumi para um novo público, além de ampliar a audiência para jogos de gêneros mais esquecidos do grande público.

85

Ghost Trick: Phantom Detective

Fabricante: Capcom

Plataforma: PS4

Gênero: Puzzle / Visual Novel

Distribuidora: Capcom

Lançamento: 30/06/2023

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Ghost Trick: Phantom Detective is another hit for Capcom, in bringing Shu Takumi’s masterpieces to a new public, while also expanding the audience for games of less celebrated genres to the wider audience.