Fort Triumph é um RPG de estratégia em turnos desenvolvido pela CookieByte Entertainment e distribuído pela All in! Games. Já em acesso antecipado desde 2018, ele foi lançado para PC em abril de 2021, e só agora em agosto de 2021 para PS4, Xbox One e Switch.
Não tenho muito o que falar sobre os diferenciais do game, pois ele tem tudo que caracteriza um RPG de estratégia em turnos. Para simplificar, eu diria que ele é uma combinação de duas franquias do gênero: Heroes of Might & Magic (meu favorito sempre foi o III) e XCOM.
Fort Triumph se parece muito com Heroes of Might & Magic no que diz respeito à construção de seu castelo, recrutamento de novos heróis, deslocamento pelo mapa, e inclusive um modo multijogador utilizando apenas um dualshock. Por outro lado, o estilo de combate remete a XCOM, com inúmeras possibilidades de estratégia e até de exploração do cenário a seu favor, como magias especiais para empurrar pedras e derrubar árvores para atordoar e causar dano aos inimigos, por exemplo.
Além do modo multijogador, existe também o modo de combate, onde é possível enfrentar a inteligência artificial do próprio jogo. Em qualquer um dos dois modos, se for jogar com alguém no mesmo console, recomendo não olharem para a tela no turno alheio, já que saber as ações do inimigo e a localização de seu castelo tira totalmente a graça do game. Na minha infância e adolescência, por exemplo, quando eu e meu irmão passávamos horas a fio jogando Heroes of Might & Magic III no mesmo computador, utilizávamos um lençol como artifício, e tanto o monitor quanto a tela ficavam cobertos durante o turno. (as risadas são permitidas nesse momento) Mas vamos voltar ao que interessa, não é mesmo?
Enquanto se desloca pelo mapa, você encontra dinheiro, itens que podem te ajudar em sua missão e, é claro, inimigos. Antes de se locomover, é possível saber até onde você consegue ir, sendo no sendo no mapa ou também em batalhas, e isso vai se provar uma ferramenta bem útil na sua estratégia.
A história se mostra bastante interessante e envolvente, a trilha sonora colaborando para que a experiência seja a melhor possível. Se você já jogou algum RPG de mesa, com certeza vai encontrar alguma semelhança quando o narrador conta a história do jogo e os personagens misteriosos começam a aparecer em imagens legais e diálogos divertidos. Se essa fosse a única coisa presente em um RPG, Fort Triumph estaria cumprindo bem a missão.
O que me chamou mais atenção, todavia, foram os pontos negativos. Lembro inclusive de outro jogo da All In! Games que analisei, Paradise Lost, num estilo completamente de Fort Triumph, mas que apesar de não ser um jogo ruim, da mesma forma me decepcionou em alguns quesitos.
Vamos começar pela primeira coisa que me incomodou: o tamanho da fonte. Tudo fica escrito tão pequeno na tela que é difícil de ler, e mesmo depois de procurar nas opções uma forma de alterar essas configurações, não localizei nada do tipo. Hoje em dia acessibilidade é uma das coisas mais importantes em um jogo, e este perdeu ponto aí (até mesmo por ser um incômodo inclusive para pessoas sem o menor problema de visão, uma vez que é necessário forçar a vista para ler as opções e legendas caso você esteja a uma distância mínima recomendada da TV).
Por menor (em todos os sentidos da palavra) que o problema possa parecer, é algo que pode até te tirar um pouco a motivação de continuar jogando, pois a diversão buscada se transforma num esforço que deveria ser desnecessário para alcançá-la. Por isso fica a dica aos desenvolvedores, e inclusive é teoricamente algo bem simples de ser consertado.
Outro ponto que me deixou bem insatisfeito foram os comandos e a falta de explicação a respeito deles. Dentro de Fort Triumph existe a área do seu castelo, o mapa de fora, as telas de batalha, entre outras coisas, com várias opções dentro de cada um, e nem para tudo é possível usar indução ou dedução para saber qual botão apertar. O jogo até oferece um tutorial, mas este mostra apenas suas opções de batalha, e ainda assim você sai dele sem muita autonomia e com muitas dúvidas. Minha impressão foi a de que um jogo feito para PC não teve uma boa adaptação para console.
Eu não diria que é um jogo ruim, pelo contrário. Existem diversos elementos que fazem com que Fort Triumph entregue uma experiência bastante completa. O maior problema é na forma como fizeram isso, com um tutorial fraco e poucas explicações, sendo necessário dedicar um bom tempo para explorar todas as opções disponíveis, num loop de tentativa e erro até se familiarizar com o que o jogo oferece.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela All in! Games.
Veredito
Fort Triumph tem tudo que um RPG em turnos precisa, além de muito potencial. Contudo, alguns pequenos (porém desmotivadores) problemas o impedem de alcançar o que poderia e os jogadores mais exigentes vão provavelmente encontrar uma melhor opção antes mesmo de descobrir tudo que o jogo tem a oferecer.
Veredict
Fort Triumph has everything a turn-based RPG needs, plus a lot of potential. However, a few small (yet demotivating) issues keep it from achieving what it could be and more demanding players will likely find a better option even before discovering everything the game has to offer.