Para completar o Especial FFVII, não poderia faltar a análise do filme que complementa a história do jogo clássico de PS1. Final Fantasy VII: Advent Children, lançado em 2005 em DVD, foi a primeira parte da Compilação Final Fantasy VII. O filme analisado aqui não será esse em DVD, e sim o novo Final Fantasy VII: Advent Children Complete, lançado exclusivamente em Blu-Ray nesse ano (no Japão, existe uma versão com a demo de Final Fantasy XIII, o que fortaleceu suas vendas). A versão americana não conta com essa demo, mas vale a compra mesmo assim, caso você seje fã de FF, principalmente do VII.
A história se segue dois anos depois dos acontecimentos em FFVII. O mundo estava novamente em paz quando de repente surge uma misteriosa doença: o Geostigma. Para descobrir mais sobre a doença, Rufus Shinra (que está vivo) manda seus empregados fazer uma inspeção na Cratera do Norte (onde ocorreu a batalha final contra Sephiroth dois anos atrás). Nesse momento, eles são atacados por três jovens misteriosos (Kadaj, Yazoo e Loz), “clones” de Sephiroth e que estão em busca da “Mãe”. Mais para frente é revelado que a “Mãe” que a gangue de Kadaj se refere é na verdade a cabeça de Jenova (o último resto mortal que sobrou da “calamidade dos céus”), o Geostigma é uma interferência de Sephiroth no Lifestream, e eles estão preparando uma “Reunião” para a ressurreição de Sephiroth. Cabe agora a Cloud deter a gangue de Kadaj antes que Sephiroth ressuscite para tentar novamente o objetivo de sua “Mãe”: Destruir o mundo. O filme ainda mostra bem o estado de solidão de Cloud, sua relação com Zack no passado e todo o clima que se encontra o mundo de Gaia atualmente.
Além de Cloud Strife, todos os antigos personagens de FFVII estão de volta (Tifa Lockheart, Barret Wallace, Red XIII, Cait Sith, Yuffie Kisaragi, Cid Highwind, Vincent Valentine, Marlene Wallace, Reno e Rude. Além de aparições de Zack Fair e Aerith Gainsborough). Personagens novos ficam somente com a gangue de Kadaj já mencionada e Denzel, um órfão que morava no Sector 7 destruído pela AVALANCHE há dois anos atrás. O filme ainda contém várias referencias ao jogo de PS1, dando um clima extremamente nostálgico para os que jogaram na época. “Materias”, Limit Breaks, a igreja de Aerith, Forgotten City, as ruínas de Midgar e até uma batalha contra o summon Bahamut SIN estão no filme.
A idéia de fazer o filme veio do final secreto de Kingdom Hearts – Final Mix, lançado somente no Japão para PS2. O sucesso foi tanto e o próprio criador do jogo gostou tanto, que o filme logo entrou em produção (com Tetsuya Nomura, criador de Kingdom Hearts, como diretor). Originalmente, FFVII: AC teria 60 minutos de duração, mas acabaram prolongando para 101 minutos. A versão Complete do filme acabou ficando com 126 minutos. No começo, subtítulo do filme seria “Reunion”, mas Nomura não achou que caracterizasse bem a ressurreição de Sephiroth. Ele achou a palavra “Advent”, que significa “second coming” (ressurgimento) e achou que “Children” no título ficaria bom. Assim nasceu o nome “Advent Children”. As diferenças da versão em DVD para a Complete não ficam somente nos 30 minutos a mais de cenas extras: Aproveitando a tecnologia do Blu-Ray, efeitos de sujeira e sangue foram mais implementados, além de mais realismo na água e poeira.
Além dessas diferenças, as cenas extras mudam muita coisa. Eu considero os dois filmes totalmente diferentes. Sim, os filmes são os mesmos, mas se você ver os dois, notará a grande diferença. As cenas extras foram tão bem colocadas que 10 segundos de animação no meio do filme muda todo o entendimento dele. Sem dúvida, a versão Complete ficou mais fácil de ser entendida graças a essas cenas, não precisando ser conhecedor da série para aproveitar a história.
A qualidade das imagens em CGs estão impecáveis e rodar o filme em 1080p deve ser um sonho (que eu ainda não realizei), sendo essa a maior vantagem da versão Complete ser em Blu-Ray. A trilha sonora não foge em nada da clássica de PS1: praticamente todas as músicas do filme são tocadas no jogo. As músicas temas de personagens são tocadas na hora certa e novas versões de músicas para batalhas empolgam muito. A inesquecível musica tema de Sephiroth sofreu alterações misturando orquestra com rock, e criando a nova versão ‘Advent: One-Winged Angel’. A versão americana do filme também conta com um vídeo para relembrar Final Fantasy VII e outro para toda a Compilação Final Fantasy VII. O filme ainda tem o episódio especial de Denzel: On the Way to a Smile, todo feito no estilo anime.
A primeira metade do filme tem muito mais história do que ação, o que pode ser ruim para os mais impacientes e que não têm muito interesse em FF (isso pode até sem considerado um ponto negativo). Só a partir da segunda metade que o filme se desenrola e as batalhas são seguidas. Outro ponto que talvez seja negativo são os “erros de gravação”. É um filme, portanto, sempre tem aqueles pequenos erros que só é perceptível quando se vê pela 5ª vez. Eu acabei achando alguns, mas eles não alteram em nada o filme (o “talvez” que ele seja negativo é se aconteceu sem querer, um erro mesmo, mas se foi proposital para tornar o filme mais “natural”, é ponto positivo). Os “erros de gravação” a qual me refiro é tipo uma sujeira que se limpou sozinha de uma hora pra outra e etc. Pra mim, o principal ponto negativo do filme seja mesmo o cabelo molhado. Quem é fã da Square Enix e vem acompanhando seus jogos, percebe que cabelo e água não se dão muito bem em CGs (inclusive em FFXIII, pelo o que foi visto na demo). Em AC Complete não é diferente: pode estar chovendo ou o personagem acabar de sair da água, o cabelo parece estar seco como sempre…
No geral, Final Fantasy VII: Advent Children Complete é quase perfeito. Na minha opinião, melhor é impossível, mas algumas coisas poderiam ser diferentes. Se você é fã de FF, principalmente do VII, é compra obrigatória, ou pelo menos assisti-lo. Se não for, eu recomendo ver também, já que é possível só com esse filme você se tornar um fã de FF (pena que não é tão fácil achar uma locadora com filmes em Blu-Ray, especialmente com esse filme).
Terminamos aqui o Especial FFVII, mas não deixe de conferir o OVA The Last Order: FFVII e Dirge of Cerberus: FFVII para PS2, assim completando a Compilação Final Fantasy VII. Mas como Capolupo disse na análise do Crisis Core: “Nunca se sabe o que o futuro nos reserva! ;)”