Felix the Cat – Review

O Gato Félix é um personagem de desenho animado, reconhecidamente carismático e famoso, que surgiu no ano de 1919, criado por um cartunista chamado Pat Sullivan e animado por Otto Messmer, em uma época em que o cinema mudo era a principal forma de entretenimento para o público.

Na coletânea publicada pela Konami, os jogadores têm a oportunidade de explorar jogos que destacam o famoso felino como protagonista, incluindo clássicos do Nintendo Entertainment System (NES), Game Boy e a versão japonesa que saiu no Famicom. O Nintendo, carinhosamente chamado de “Nintendinho”, marcou uma geração por meio de seus títulos em 8 bits, obtendo resultados significativos mesmo com a tecnologia limitada da época. Os cenários apresentam cores, animações e elementos que se destacam na tela, sendo a base dos jogos de plataforma que conhecemos hoje.

Dito isto, entre as novidades implementadas em Felix The Cat, inexistentes na época, estão a opção de salvamento e a possibilidade de retroceder no tempo, proporcionando uma experiência mais moderna para os entusiastas de jogos retrô e de plataforma. A interface é bastante simples, composta pela opção de idiomas, excluindo o Português do Brasil, além do acesso às três versões de jogos disponíveis.

Durante o jogo, podemos acessar o menu, que serve como portal para salvar o progresso e oferece algumas implementações visuais, como o modo de tela cheia e a simulação da versão em CRT, com a presença das famosas scanlines. Apesar de conter três títulos nesta versão, é importante ressaltar que a versão japonesa é praticamente idêntica à versão americana. O foco desta análise abordará as versões disponíveis para NES e GB.

Felix The Cat, em sua versão para Nintendo, foi minha primeira experiência com o famoso gato nos anos 90, um estilo que achei bem similar Super Mario Bros. A história do jogo é bem simples: um professor malvado quer a bolsa mágica de Felix e acaba capturando Kitty, sua namorada. Felix terá que chegar até o professor no laboratório, resgatando Kitty no processo. O título apresenta um estilo de jogo de plataforma com rolagem lateral, onde controlamos Felix através de vários mundos repletos de perigos.

Cada mundo possui níveis e um chefe, imersos em regiões diferentes que vão desde um cenário egípcio, transitando pelo ar, até um cenário com elementos nativos similares aos adotados pelos incas. Esses níveis incluem um limite de tempo, adicionando um senso de urgência. No entanto, não espere algo opressivo; sua jornada será tranquila, desde que não perca tempo demais ou tente obter uma espécie de moeda com o rosto de Felix, que aumenta o tempo do nível.

Felix The Cat pode ser punitivo, pois não permite outras ações como pular sobre um inimigo para eliminá-lo. São diversos inimigos presentes no jogo, e seu principal método de dano é o uso da maleta e uma luva de boxe com mola. Com apenas um simples toque no inimigo, você morre, sem chance de sofrer danos contínuos no personagem, somente com habilidades ativas.

Por exemplo, ao adquirir um coração, Felix utiliza magia para liberar um campo de proteção que elimina seus inimigos, transformando-se em um avião que solta tiros e posteriormente em uma versão de canhão que libera uma bola como dano. Quando atingido, cada habilidade desaparece, restando apenas o soco e, eventualmente, resultando em sua morte.

O título disponibiliza um número limitado de continues e, apesar de ser punitivo quanto ao dano, de forma geral é acessível para todos os jogadores, muitas vezes sendo até fácil demais. Os chefes apresentam padrões de ataque bastante limitados, facilmente detectáveis, e estão ali apenas para agregar a sensação de um desafio adicional. As habilidades duram mais tempo com a captura das garrafinhas de leite, fornecendo tempo extra para aproveitar a habilidade adquirida.

Apesar dos controles serem responsivos, o pulo é um grande problema, não respondendo como deveria em situações onde precisamos atuar entre plataformas ou utilizar uma plataforma para ampliar nosso salto. É necessário encontrar o timing perfeito para que a movimentação funcione, caso contrário, falharemos. Devido à natureza da emulação e à preservação da originalidade do título, a performance é excelente.

Os gráficos eram belos para a época, embora não superem os jogos concorrentes. No entanto, existem elementos adicionais no mundo de Felix The Cat que tornam a experiência única. A trilha sonora sintetizada tende à simplicidade, e os sons ambientais seguem a mesma linha.

A versão para Game Boy de Felix The Cat entrega uma proporção menor do mundo apresentado no jogo original, devido às limitações técnicas e ao tamanho da tela, contendo um mundo significativamente menor e menos elementos ativos se comparada à versão do NES. Algumas falhas visuais eventuais são perceptíveis, e os controles são truncados e menos responsivos. Além disso, é notável uma lentidão nas animações e transições de tela. Basicamente, trata-se de uma cópia da versão lançada, porém muito mais curta, proporcionando uma experiência adicional para os proprietários do portátil no ano de 1993.

Segue o mesmo padrão de rolagem lateral em 2D e o mesmo objetivo, que é salvar Kitty do temível professor. Inclui um total de seis biomas diferentes, desde ambientes aquáticos até montanhas. Em cada ambiente, Felix viaja de forma diferente, seja voando ou nadando, sempre coletando itens que adicionam tempo, além do power-up mencionado na versão do NES anteriormente. Mantém os chefes em cada final de nível, permanecendo elementos facilitadores e acessíveis aos novatos. Alguns níveis até ousam criar momentos mais complexos, mas, essencialmente, você não terá problemas para completar todos os níveis.

Infelizmente, a coletânea não conta com extras que aumentariam ainda mais o interesse do público, limitando-se aos jogos conhecidos e suas versões equivalentes ou curtas. É uma pena, pois algumas adições e materiais inéditos agregariam valor ao conteúdo, demonstrando todo o potencial e competência da Atari, por exemplo e suas coletâneas lançadas.

Felix The Cat é uma coletânea simples que deve agradar aos fãs de retro, opção perfeita para novatos em jogos de plataforma, no entanto, não ousa ou supera jogos de plataformas similares, conhecidos por seus desafios e níveis mais elaborados lançados no mesmo ano. A Hudson Soft possui um legado significativo, composto por títulos de sucesso entre o público, e Felix The Cat adicionará uma experiência curta, porém com características únicas entre os títulos da empresa japonesa. Esse fator, por si só, é um indicador positivo.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Konami.

Veredito

Felix The Cat é uma coletânea ideal que reflete o passado e o poder do Nintendo e seus jogos em 8 bits. No entanto, é limitada e mereceria uma atenção maior na entrega de seu conteúdo, adicionando memórias ainda mais agradáveis aos fãs de jogos de plataforma retrô.

70

Felix the Cat

Fabricante: Limited Run Games

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação

Distribuidora: Konami

Lançamento: 28/03/2024

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (Inclusive Platina)

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Veredict

Felix The Cat is an ideal collection that reflects the past and power of Nintendo and its 8-bit games. However, it is limited and would deserve greater attention when delivering its content, adding even more pleasant memories to fans of retro platform games.


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