Fairy Fencer F é um RPG japonês desenvolvido pela Compile Heart. É o primeiro título de uma campanha chamada "Galapagos" que busca lançar mais JRPGs e, apesar de ter uma história única, seu sistema de batalha é muito similar ao da série Hyperdimension Neptunia, que também foi produzida pela Compile Heart.
A história do jogo acontece em um mundo no qual há muito tempo dois deuses lutaram entre si uma batalha feroz e, por serem igualmente poderosos, criaram um vasto número de armas especiais, sendo que cada uma contém a força de vida de uma fada. Os deuses usaram essas armas no conflito até que cada um acabou sendo selado por elas mesmas.
Muito tempo se passou desde que o conflito terminou e as armas em questão foram espalhadas pelo mundo. Guerreiros chamados "Fencers" procuram por essas armas, que acabaram recebendo o nome de "Furies". Rumores dizem que cada Fury torna um desejo em realidade.
Mas a verdadeira história de Fairy Fencer F começa com o nosso protagonista Fang. Fang é um jovem folgado, sem pretenções e que está constantemente com fome. Ele decide puxar uma Fury de uma pedra quando ninguém mais conseguiu e acaba encontrando Eryn, uma fada que se une a ele. Juntos, os dois partirão em uma jornada em busca de Furies e formarão parceria com outros Fencers, como Tiara e Harley.
Acredite: a história pode parecer bobinha, principalmente no início, mas o seu desenvolvimento nos deixa envolvidos com os personagens e você acaba se apegando a todos eles. Obviamente, por ser um JRPG, há inúmeros diálogos (todos dublados em inglês – mas há a opção do áudio japonês, para quem deseja escutar as vozes originais). Em outras palavras, tenha paciência para ler inúmeros textos, pois não há nem cutscenes para amenizar o processo – no máximo algumas artes paradas em alguns momentos da história. No início mesmo, além dos diversos tutoriais, o gameplay parece não existir no mar de textos. Mas depois isso diminui.
Já o gameplay, para quem jogou algum título da série Hyperdimension Neptunia, já sabe o que esperar. Há três seções distintas no jogo: hub/world map, dungeons e o combate em si, sendo que a história com diálogos acontece nos três pontos. O hub é a cidade principal do título. Nela há uma loja para adquirir itens, um bar para aceitar side-quests (que podem ser completadas quantas vezes você quiser) e outras localizações, como o hotel. O hotel é a sua "base de operações", digamos assim. Além de conversar com os personagens de sua party, você pode visitar a dimensão onde se encontram os dois deuses aprisionados – aqui, a cada Fury obtida, você pode receber uma arma deles. Essa arma, depois, é usada no world map para acessar a dungeon.
Inserida a Fury no world map, a dungeon é aberta e sofrerá a modificação que a Fury usada oferece (por exemplo, os inimigos dão mais XP mas menos dinheiro ou coisa do gênero). A dungeon é normalmente o local onde há uma Fury, sendo que um chefe a esconde. O seu layout é bem simples e há inimigos por todo o lado. No começo é recomendado você farmar um pouco de XP nas dungeons (mate todos os inimigos, saia e retorne) para que as batalhas mais adiante fiquem mais tranquilas. Ou seja, se você é do tipo que detesta fazer isso e quer apenas conferir a história… é possível, mas também é possível que passe por dificuldades no começo.
As dungeons, como dito, são simples em seu layout. Simples até demais, e inclusive graficamente falando. Os detalhes nelas são quase inexistentes. Parece até que a equipe fez nas coxas os gráficos. E a complexidade nelas é tão pouca que só existe a opção de pular e andar. Pelo menos o encontro com os inimigos não é aleatório e você pode iniciar a batalha com vantagem, se realizar o ataque com sucesso.
Finalmente chegamos ao núcleo do jogo: a batalha. Fairy Fencer F é um JRPG por turnos e seu turno demorará dependendo do movimento que realizou. Vamos por partes: primeiro, a batalha tem início e você pode ter vantagem se realizou o ataque corretamente ainda na dungeon ou desvantagem se errou. Se não atacou, o ambiente será neutro.
No início da luta, você perceberá que o espaço na arena é crucial. Ao começar a atacar, você tem três opções: Command, Attack e Wait. Wait é basicamente deixar o seu turno passar (provavelmente por que você não está no alcance do inimigo). Attack é partir para o seu ataque básico, enquanto que Command abre um outro leque de opções: Skills/Magic (use golpes mais poderosos e que gastam sua barra de SP) e Item (auto-explicativo, use opções e outros itens para sobreviver). Temos também duas opções que são únicas do jogo: Fairize e Serious Face. Fairize só pode ser ativada quando a barra roxa localizada no topo da tela estiver cheia, e ela só enche dependendo do seu desempenho na batalha. Quando ativar o Fairize, o seu personagem se fundirá com o seu respectivo Fury, fornecendo um aumento em todos os ataques. Esse efeito vai se gastando conforme a batalha se desenrola.
Já Serious Face é um movimento que só pode ser ativado quando o seu personagem se encontra sozinho, sem outro membro da party. Cada um deles possuem uma mecânica diferente – por exemplo, Fang causa mais dano com seus golpes, mas gasta mais SP como consequência.
A batalha de Fairy Fencer F vai ficando cada vez mais interessante conforme o jogo se desenrola e você aprende as funções de cada personagem. Por exemplo, Tiara é uma healer, e eu só descobri isso bem mais tarde. Até isso acontecer gastei muito dinheiro em poções, o que era desnecessário.
Outros membros vão se unindo à party de Fang conforme a história avança e trazem variedade aos combates.
Fairy Fencer F possui uma trilha sonora esquecível. Apesar de ter sido composta por Nobuo Uematsu e outros compositores, não há muitas trilhas que se destacam. Há alguns J-Pops e outras mais clássicas, mas são poucas que merecem menção, infelizmente. Você pode conferir uma playlist clicando aqui.
Veredito
Fairy Fencer F é um bom JRPG e merece ser conferido por quem é fã do gênero. O sistema de combate é sólido e a história é envolvente, apesar de demorar para isso acontecer. Os pontos fracos do jogo ficam mesmo por conta dos gráficos e dos mares de textos sem cutscenes que podem se tornar algo monótono para muitas pessoas.
Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.