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emoji Kart Racer – Review

Eu não preciso de muitas palavras para dizer que este é, como tantos outros nas últimas décadas, mais um jogo de corrida que, digamos, se inspira muito fortemente no fenômeno inquestionável da franquia Mario Kart. Já vimos uma infinidade deles, com personagens dos mais icônicos – como Sonic, Crash, Bob Esponja ou Chaves – até outros tantos desconhecidos em produções de orçamento reduzido. emoji Kart Racer, curiosamente, acaba ficando em um meio termo, um limbo que muito lembra Emoji: o Filme, outra produção que se apropria das famosas carinhas (que sim, são licenciadas como propriedade intelectual), tão reconhecíveis das redes sociais e outras ferramentas da internet, mas que como personagens não são lá dos mais sedutores.

Inevitável também é começar esta análise afirmando, sem qualquer receio, que o jogo não propõe absolutamente nada para além do que já vimos antes em outras produções. É um jogo de kart bastante convencional, com 16 pistas disponíveis, divididas, quando em modo competitivo, em quatro torneios. Cada qual tem seu próprio tema e são até que bem charmosas, com traçados ora interessantes e desafiadores, com possibilidades estratégicas e atalhos generosos; ora menos inspirados, insossos e um tanto quanto modorrentos. É uma seleção instável, mas que na média atende minimamente a expectativa mais casual do game. Elas também podem ser acessadas individualmente em corridas únicas, seja para um jogador, seja para até quatro em multiplayer só local, sem opções on-line.

Para correr, é possível montar uma infinidade de combinações, principalmente depois de vencer todos os torneios na dificuldade padrão. As opções são, obviamente, a mudança da expressão da carinha, acessório de cabeça (como chapéus, coroas e afins), veículos e suas cores, cujas estatísticas não são muito evidentes mas que são sim diferentes uns dos outros, com peso, velocidade máxima, aceleração e dirigibilidade variáveis. Segundo dados oficiais, a soma de tudo isso possibilita mais de 20 mil combinações, o que não chega a ser uma grande surpresa e nem é tão efetivo assim, porque não foge muito do que seus similares oferecem. A vantagem desse tipo de jogo é a possibilidade infinita de expansões e atualizações que podem, sem qualquer dificuldade, ampliar ainda mais as opções de customização.

Uma vez iniciada a corrida, qualquer pessoa que já tenha jogado qualquer game minimamente parecido saberá exatamente o que fazer para colocar o carro pra andar. Comandos de aceleração e frenagem são os mesmos mapeados nos gatilhos R2 e L2 respectivamente. É possível coletar power-ups pela pista para utilizá-los contra seus inimigos ou a seu favor, incluindo um golpe bem sujo, na mais literal das interpretações, para melar o caminho para quem vem atrás. Mísseis, busts temporários e redemoinhos também podem fazer parte desse arsenal, mas esta é uma das primeiras falhas evidentes do jogo: a variedade desses itens é baixíssima e na segunda ou terceira corridas você já terá utilizado todas elas várias vezes e sem nenhuma surpresa.

O verdadeiro problema, entretanto, está no conceito principal do jogo, que fracassa miseravelmente em nos dar qualquer sensação de velocidade ou de competição, estejamos nós liderando uma corrida, estejamos nas últimas posições. O jogo é lento e beira o tédio mesmo nas passagens mais complicadas, e salvam-se, quando muito, algumas disputas lado a lado com adversários, principalmente quando são humanos. Armadilhas e outros obstáculos até se mostram esforços bem-vindos, mas são extremamente previsíveis e simplórios em todos os sentidos. Em outras palavras menos técnicas, cada grande prêmio é cansativo e enfadonho ao extremo.

A física do jogo, algo que não precisa sequer ser tão complexa como a de jogos que se pretendem mais sérios e realistas, é, se me permitem a palavra, medonha. Os carrinhos mais parecem aqueles bonecos de João-Bobo sem peso algum, que se arrastam de modo estranho quando passamos por alguma superfície irregular ou quando capotam, e no embate corpo-a-corpo com adversários, o resultado parece meio aleatório. Saltar para fora da pista nem é possível porque as paredes invisíveis estão por todos os lados, tipos de terreno diferentes ou armadilhas causam efeitos simples de desaceleração e ocasiões especiais, como ser golpeado por um martelo ou cair em um redemoinho só balançam o carro e o interrompem. Aquilo que poderia ser combustível para a piada, o exagero e a galhofa é só… triste. No máximo, irritante.

Não ajuda o fato de termos aqui um jogo bastante leve em sua concepção gráfica, o que é um benefício ao torná-lo estável em termos de desempenho, mas que não oferece nenhum tipo de atrativo melhor do que já vimos em outros games, mesmo os mais modestos. Visualmente, alguns cenários abusam das cores e das formas quase hipnóticas, algo que pode agradar crianças e jogadores menos exigentes, mas que não passam de uma maquiagem comum para algo que não chega nem perto das produções da era 32 bits e não fosse a definição limpa do padrão HD atual seria impossível dizer que não é um jogo do começo da geração PSOne. A interface, na melhor das hipóteses, cumpre o seu propósito com posição, volta, tempo total e minimapa, e o jogo ganha alguns pontinhos por estar localizado para o nosso português brasileiro.

E se parte destas limitações está no óbvio valor de produção mais comedido, o que mais incomoda é a falta de inventividade e originalidade do produto, que se contenta em só ser mais do mesmo. Não é um problema se inspirar em algo de relativo sucesso, mas quando a cópia não faz nada de diferente e é inferior em todos os quesitos onde é semelhante, além de faltar com muitas das coisas que tornaram o gênero tão querido por uma legião de pessoas, ele se mostra algo sem coração, sem quaisquer mecanismos de atratividade para quem quer que seja. Se essas carinhas, por si, não tem qualquer carisma quando fora de contexto, o jogo faz ainda menos por elas em um produto genérico e absolutamente descartável.

A falta de modos extras e a impossibilidade de remapear os comandos – o uso de habilidades especiais está configurado por padrão no R1, deixando quase todos os botões de rosto sem função além de mudança de câmera, o que prejudica sem nenhuma necessidade para quem tem pouca intimidade com controles – é só mais um sintoma da vida útil curta e quase sem significado do game. Sobram os níveis de dificuldade, que são sim desafiadores, mas de um jeito tão irritantemente chato que só mesmo os mais dedicados a conquistar troféus vão se dedicar com afinco e esta experiência genérica, sem qualquer traço de identidade e que mais parece uma skin aplicada a um motor padrão pré-programado com meia dúzia de linhas de código.

Como produto licenciado, emoji Kart Racer consegue ser pior que os piores exemplos mais recentes porque nem como peça publicitária funciona. Como jogo, ele se sai ainda pior, sendo, quando muito, extremamente genérico e simplório em absolutamente tudo o que se propõe, mas absolutamente omisso em qualquer tentativa de se colocar criatividade ou diversão mesmo para um público menos exigente tecnicamente. Para quem quer um jogo de kart e não tem a oportunidade de recorrer à matriz lá nos consoles da Nintendo, recomendo qualquer outro jogo de mesmo estilo que estiver disponível na PSN. Menos este.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Joindots.

Winz.io

Veredito

Naquilo que tem de melhor, emoji Kart Racer é só um mais-do-mesmo genérico, repetitivo e cansativo. A falta de recursos ou modos, a customização pouco instigante, a física simplificada, traçados instáveis, corridas enfadonhas e principalmente a inexistência de criatividade, contudo, o tornam ainda pior que qualquer outro game do gênero atualmente no mercado.

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emoji Kart Racer

Fabricante: Joindots

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Corrida

Distribuidora: Joindots

Lançamento: 22/12/2022

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

At its best, emoji Kart Racer is just a generic, repetitive, and tiresome more-of-the-same game. The lack of features or modes, uninspiring customization, simplified physics, unstable tracks, boring races, and especially the lack of creativity, however, make it even worse than any other game of its kind currently on the market.