Dying Light: The Following – Enhanced Edition

Nota: esta é uma análise dedicada à expansão The Following e aos conteúdos adicionais lançados no decorrer de 2015. Para conferir a análise da versão original de Dying Light, clique aqui.


A campanha principal de Dying Light foi uma fantástica entrada para uma nova propriedade intelectual e provavelmente uma agradável surpresa para a maior parte dos jogadores. Para os desenvolvedores da Techland, imagino que tenha sido igualmente gratificante, devido à enorme quantidade de conteúdo lançado até o momento.

O mais interessante desse suporte é como a empresa desempenhou um trabalho em conjunto com a comunidade, colhendo feedback e implementando as ideias de seu público por meio de DLCs. Parece uma característica peculiar das desenvolvedoras polonesas oferecer o melhor suporte possível para seus produtos, caso também da CD Projekt Red de The Witcher.

Além de diversos patches que melhoraram a qualidade do game, foram lançados DLCs menores como as novas zonas de quarentena, o Cuisine & Cargo com novos itens e o Bozak Horde que inaugurou novos desafios. The Following se difere dos demais por ser o pacote mais completo de Dying Light. É digno do termo “expansão”, visto que introduz uma área inédita ao jogo, veículos, inimigos, itens e uma nova história que rende várias horas de diversão. A Enhanced Edition contém o jogo original e tudo mencionado acima, portanto, é a opção mais recomendável para os jogadores que ainda desconhecem o título da Techland.

Em relação às mudanças na performance e nos visuais do jogo, nem tudo foi realçado. A densidade da vegetação foi reduzida, provavelmente para melhorar a performance da taxa de quadros por segundo (fps). Contudo, novas animações, melhor implementação do filtro anisotrópico e a possibilidade de retirar o filtro granulado, típicos de filmes antigos, colaboraram para visuais mais refinados. Infelizmente a opção de retirar a aberração cromática ainda não existe e o motion blur em movimentações rápidas é um pouco exagerado.

Na maior parte do gameplay, Dying Light sustenta os 30 fps. Todavia, um defeito desde a versão original persiste – o jogo possui flutuações entre 60 fps e 30 fps em determinadas áreas (geralmente em locais fechados). Essa rápida disparidade na taxa de frames pode afetar a precisão de comandos e causa uma incômoda impressão de lentidão. Há de se ressaltar que em locais abertos com grande concentração de zumbis, os usuais 30fps caem para índices drasticamente menores.

Mencionadas as principais alterações em Dying Light ao longo de 2015, o que a expansão The Following traz de especial ao game? A quantidade de conteúdo é sem dúvidas o maior atrativo e não se trata de mais do mesmo.

O novo mapa de The Following introduz o jogador a zona rural de Harran; um espaço ainda mais aberto e perigoso do que os dois distritos presentes na campanha principal. O protagonista Kyle Crane parte para essa área após receber a notícia de que um grupo da região teria achado uma forma de combater o vírus que assolava a cidade de Haran.

Kyle então testemunha comunidades sob a proteção de um culto – os sem-face, liderados pela figura de uma mãe. Esses povos não apresentam problemas de infecção viral, mas possuem outras necessidades que resultam nas primeiras missões do jogo. A cada favor feito em prol dos “children of the sun”, um medidor de confiança aumenta e novas missões da história principal são destravadas. Diferente da campanha principal, aqui prevalece uma trama envolvida em mistério, que é desvendada aos poucos com a progressão das quests e com a descoberta de notas/arquivos de texto.

As novas missões não apresentam muitos elementos novos, exceto pelo objeto de destaque dessa expansão – o veículo Buggy. Por se tratar de mapas abertos e vastos, sem muitas construções, o jogador deverá fazer bom uso do veículo para viajar pela área rural do jogo. A nova área é enorme e andar a pé pode ser extremamente cansativo e demorado. Junto dessa novidade, surge uma nova árvore de habilidades dedicada ao Buggy.

Atropelar zumbis ou atingir a velocidade máxima pelos campos, estradas e fazendas de The Following, garantem pontos para destravar novas habilidades e contruir novos itens para seu veículo. Contudo, o uso do automóvel não resulta apenas em facilidades – ocasionalmente ele chamará a atenção de zumbis especiais pelo barulho que emite.

Se um zumbi chegar perto demais, ele se agarra ao veículo e provoca danos tanto nele, como no personagem. Até o usuário do jogo conseguir peças mais sofisticadas para o seu carro, provavelmente será morto em instantes durante as viagens à noite.

Em relação à noite, tal período ficou ainda mais desafiador. Sem casas e prédios com tanta frequência pelo mapa, o jogador não tem muitos locais para se esconder. Os territórios seguros ficam afastados uns dos outros e a visibilidade é ainda mais baixa por conta da menor incidência de fontes de luz na região rural. Para piorar a situação do jogador, existem novas versões dos volatiles e outros zumbis especiais, tornando a noite em algo a ser verdadeiramente temido (e cumprindo bem a proposta do título).

Trata-se também de uma região bastante plana, ideal para fazer bom uso do veículo. A mudança geográfica é uma das novidades mais entusiasmantes do DLC. Além do desafio extra, as paisagens são belíssimas e escondem muitos segredos, favorecendo a exploração e recompensando os curiosos.

A principal crítica à expansão The Following fica por conta da narrativa pobre, de personagens (e dublagem) desinteressantes e sidequests sem criatividade. As prometidas novas expressões faciais das personagens não resultaram em algo muito positivo – ainda são medíocres. Problemas estes que são comuns à campanha original de Dying Light. Dificilmente a jornada dessa expansão se tornará a motivação para continuar jogando, no entanto essa é uma imperfeição irrelevante diante de um gameplay primoroso e de um conteúdo ainda mais rico.

The Following ainda inaugura as perks lendárias, novos chefões dificílimos (recomendado para sessões de coop) e o sistema de bounty. Provavelmente esqueci de abordar outras novidades, tamanho o conteúdo inédito do DLC. E não bastasse o extenso suporte já dado ao game, a Techland já garantiu uma nova leva de conteúdos adicionais para Dying Light em 2016.


 

Veredito

Presumo que os fãs de Dying Light já tenham traçado planos de adquirir a expansão. Para os que ainda não tiveram contato com o fantástico “open world” apocalíptico da Techland, a Enhanced Edition é a oportunidade perfeita para remediar esse problema. The Following não revoluciona a fórmula do jogo original, mas traz mais variedade e diversão para o pacote. Como se faltassem incentivos, o suporte ao jogo em 2016 deixa o produto ainda mais atraente e deve manter a comunidade online ativa por um longo período.

Jogo analisado com código fornecido pela produtora.

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