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Driver: San Francisco

Driver: San Francisco é a prova de que jogos ainda podem arriscar hoje em dia e propor uma ideia tão diferente que pode parecer absurda, mas que na prática funciona e muito bem. Com uma jogabilidade tão inusitada quanto refinada, uma ótima cidade para dirigir e muitos carros bons, Driver: San Francisco (DSF) é não somente um jogo excelente, mas também é um dos meus favoritos deste ano e merece muito mais atenção do que tem recebido.

DSF é um jogo de corrida com uma jogabilidade totalmente arcade (lembra mais Burnout Paradise do que Gran Turismo ou Need for Speed: SHIFT), com um modelo de direção muito permissivo, que permite curvas fáceis mesmo a altas velocidades e estimula o drift a todo momento, seja com o freio normal para um drift mais leve ou com o freio de mão para um drift mais agressivo. É também um jogo muito focado na história. Você é John Tanner, um policial em uma longa missão para capturar o criminoso internacional Charles Jericho (a história aqui se passa alguns meses depois da história de Driv3r). Jericho está em São Francisco, na Califórnia, onde é capturado e preso, mas consegue escapar. Tanner e seu parceiro Tobias começam então a persegui-lo, mas Jericho engana os policiais e os empurra para um cruzamento, onde o carro de Tanner é acertado em cheio por um caminhão e ele entra em coma.

A maior parte do jogo se passa na mente de Tanner enquanto ele está em coma, e isso permite uma liberdade criativa muito grande. Em nenhum momento é ocultado o fato de que o que acontece é imaginário, mas Tanner só não sabe o porquê de estar imaginando isso. Ele inicialmente se assusta com os eventos, mas aos poucos ele, assim como você, vai se acostumando com a ideia e começa a aproveitar a situação e até a se divertir.

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A grande sacada de DSF, que torna o jogo único dentre tantos outros jogos de corrida, é a mecânica de Shift. Ela permite que Tanner ao toque de um botão saia do carro que está dirigindo a qualquer momento e se torne uma “entidade flutuante”, que paira sobre as ruas e sobre os carros e possibilita que ele controle qualquer outro carro que ele escolher, “possuindo” o motorista. A visão neste modo se assemelha a ver um mapa no Google Maps. A transição carro -> Shift -> carro é muito rápida, sem nenhum atraso ou slowdown e em pouco tempo vai parecer natural para você. Conforme o jogo avança, você ganhará níveis de zoom diferentes para o Shift, permitindo que ao final você possa atravessar a cidade toda em poucos segundos, com o zoom bem afastado. Shift é a melhor inovação em um jogo de corrida desde os flashbacks dos jogos da Codemasters e é uma proposta muito estranha mas que funciona maravilhosamente bem e diverte a todo momento.</p>
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Você nunca precisa ficar preso a um só carro e também não precisa voltar para uma garagem para trocar (como em Burnout Paradise). Bastam dois toques no botão X e você pode pular de um Dodge Challenger para um Camaro SS, ou para um Audi Q7, ou para um Corvette Z06 ou para qualquer outro carro que quiser. A lista de carros contém, além dos mencionados, vários carros menores e mais fracos e outros maiores e muito potentes, incluindo dois de meus favoritos, o Nissan GT-R e a Lamborghini Murciélago LP670-4 SV, meu carro favorito do jogo. Caso você não encontre na rua o carro que quiser, basta ir em uma das várias garagens e comprá-lo usando a moeda do jogo.

Todos os carros do jogo são baseados em modelos reais e sofrem deformação realista, com amassados e vidros quebrados sempre proporcionais à sua batida. São 140 carros no total e você vai adorar dirigir a maioria deles. Em alguns momentos o jogo força você a correr com carros específicos, mas em grande parte você pode usar o carro que comprou e equipou na garagem. Isso faz com que você só precise de um ou dois carros e possa ignorar todo o resto. Lá pela metade do jogo eu consegui comprar a minha Murciélago e a partir de então eu não precisei de mais nenhum outro carro.

Para cada carro são apresentadas três características: velocidade, resistência e habilidade para fazer drift. A primeira é auto-explicativa; a segunda indica quanto dano seu carro pode sofrer antes de levar perda total; e a terceira indica quão fácil é controlar os drifts. Eu senti falta de muitas informações, como a dirigibilidade de cada carro, por exemplo. A Murciélago e o Pagani Zonda Cinque possuem as mesmas características, mas você consegue fazer curvas perfeitas com o primeiro e consegue rodar desastrosamente a todo instante com o segundo. Também podiam ter colocado dados técnicos de cada carro, para os fãs como eu saberem mais de cada um: o ano, qual o motor, o peso do carro e assim por diante.

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A engine do jogo merece um destaque à parte, pois consegue fazer milagres. O jogo sempre roda a 60 quadros por segundo e em nenhuma das minhas dezenas de horas de jogo eu notei qualquer slowdown. Você pode sair dos carros usando Shift, afastar o zoom para mostrar a cidade toda, mover o seu foco para uma parte completamente diferente da cidade, aproximar e escolher o seu carro sem que nada “pule” na sua frente – só há loadings para iniciar o jogo e para começar os eventos. Os gráficos são muito bonitos, tanto nos modelos fielmente reproduzidos dos carros quanto nos cenários da cidade. É um jogo tão bonito de se ver quanto divertido de se jogar.</p>
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São Francisco foi recriada com bastante liberdade criativa, mas todos os pontos fortes da cidade estão no jogo: a ponte Golden Gate, a rua Lombard (aquela em zigue-zague), as auto-estradas e muitos outros. A cidade é realmente muito bonita e é divertidíssimo dirigir nela, seja nas ruas cheias de subidas e descidas ou nas estradas de alta velocidade. Só senti falta de variação de tempo (dia/noite) e climática, mas estes seriam apenas bônus e não diminuem em nada a qualidade do jogo.

O jogo funciona em um mundo aberto no qual você pode dirigir à vontade pelas áreas que já habilitou, e possui missões principais e opcionais. As principais seguem a história do jogo e são habilitadas conforme se completa uma certa quantidade de “missões da cidade", que mostram alguns personagens secundários e como eles lidam com as mais diversas situações atrás do volante. Essas missões são sempre divertidas, com personagens simpáticos e ótimos diálogos, e variam de simples corridas a “time attacks”, incluindo também missões de “destrua todos os itens pelo caminho” e até um modelo de “tower defense” que é muito bom de jogar. Variedade é o que não falta em DSF.

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Além dos personagens das missões você vai se deparar com muitas situações bizarras nos diferentes carros que controlar usando Shift. De uma mãe recém-saída de um hospital psiquiátrico a um casal de bandidos ou a um casal de amantes, cada carro que você possui traz consigo uma micro-história. É um toque interessante e que dá vida ao jogo. Espere dar boas risadas com alguns encontros que tiver.</p>
<p>Como não poderia deixar de ser, DSF possui um multiplayer com diversos modos e progressão por nível. Você encontra pessoas aleatórias em salas públicas, ou organiza salas privadas com seus amigos, e pode jogar diversos tipos de corrida e ganhar pontos de experiência para subir de nível e habilitar novas opções. Jogar online é divertido, assim como o jogo normal, e sempre rodou sem lag, mas na minha experiência eu tive dificuldade em encontrar pessoas para jogar, e quando encontrei tive dificuldades para jogar seriamente, já que enfrentei muitos jogadores que tinham como objetivo sacanear todos os outros, jogando-os pra fora das pistas e fazendo eles rodarem e ficarem pra trás. Um sistema de punição para jogadores assim, como existe em GT5, seria muito bem vindo.</p>
<p>Eu mencionei Burnout Paradise diversas vezes nesta análise, um jogo <a target=que eu adoro de coração. O motivo disso é que DSF, para mim, é um sucessor espiritual de Paradise. A mesma diversão que tive lá eu encontrei aqui, só que em uma cidade real, com carros reais e pessoas atrás dos volantes e nas calçadas. Ambas as cidades são ótimas para se dirigir, possuem muitos caminhos alternativos e atalhos, além de colecionáveis que estimulam a exploração dos cenários. As divisões de veículos são praticamente as mesmas, com veículos bons de velocidade, de resistência e de fazer manobras. Ambos os jogos também são extremamente viciantes e possuem uma trilha sonora excelente.

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Driver: San Francisco me surpreendeu demais. Eu comecei o jogo esperando algo mediano e encontrei uma pérola em meio a tantos lançamentos de maior peso neste ano. Ele pode não ser perfeito e possui muitos pontos que poderiam ser melhores, como alguns modelos de personagens que são simplesmente feios, a sincronia labial que deixa muito a desejar e a seleção de carros nas garagens, que é um tanto quanto burocrática e demorada. Contudo, nada disso tira o brilho do jogo. Driver: San Francisco é pura alegria do começo ao fim, com uma mecânica de jogo inovadora e que funciona muito bem, e deveria ser jogado por qualquer um que goste de se divertir ao volante, mesmo que virtual.</p>
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<span style=— Resumo —

+ Mecânica de SHIFT é ótima
+ Engine é impecável
+ Mundo aberto com uma cidade muito divertida de explorar
+ Muitos carros reais e bem modelados
+
História é interessante
+ Diversos tipos de eventos diferentes
+ Ótima trilha sonora

Faltam informações sobre os carros
A maioria dos carros não é muito útil
Sincronia labial dos personagens é ruim
Selecionar um carro nas garagens é demorado
Multiplayer pouco povoado e com muitos trolls

Winz.io

Veredito

95

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