DOOM Eternal foi um dos melhores jogos lançados em 2020. Em minha análise publicada em março, deixei bastante claro que recomendava fortemente o título por vários motivos. Agora, com a chegada de The Ancient Gods – Part One temos basicamente ‘mais DOOM’. Isso não é ruim, mas há um ponto que precisa ser ressaltado: a dificuldade do DLC.
“The Ancient Gods – Part One” acontece após a campanha principal em todos os aspectos. Ou seja, você terá acesso a todas as armas e habilidades que obteve em sua jornada, assim como a história é uma continuação a partir do ponto em que DOOM Eternal termina (algo que, convenhamos, parecia impossível).
É difícil comentar sobre o enredo sem falar do final de DOOM Eternal, mas sendo breve e direto: as legiões do Inferno agora ameaçam expandir seu controle pelas dimensões devido ao desequilíbrio causado pelo Doom Slayer.
O DLC consiste basicamente em três mapas: um convés industrial e açoitado pela chuva da Unidade Atlântica da UAC na Terra, Pântanos de Sangue tomados de cadáveres no Inferno e as ruínas desmoronantes e infestadas de demônios do que restou de Urdak. Os mapas são grandes e seguem o mesmo padrão dos capítulos da campanha: há colecionáveis escondidos, arenas de combate com inúmeros inimigos e algumas situações que exigem sua habilidade de jogos de plataforma.
Apesar de serem apenas três mapas, a duração média do DLC é em torno de 6 horas ou um pouco menos que isso. O verdadeiro problema está na dificuldade do DLC: ela é insanamente difícil. Eu não sou nenhum expert em DOOM, mas acredito que me saia bem nas dificuldades Normal e Hard (claro, o nome equivalente a isso na linguagem de DOOM). A campanha de DOOM Eternal foi finalizada tranquilamente no Hard, mas admito que perto do fim deixei no Normal porque estava difícil matar o chefe final.
Agora, o DLC? A dificuldade Normal estava simplesmente absurda de difícil. Claro, se acostumar com um jogo que aproveitei em março e partir logo para um capítulo que acontece depois de uma campanha que já estava ficando desafiadora, é pedir para apanhar. Mas acredite: mesmo depois de me acostumar, a dificuldade Normal estava simplesmente insana. Eu não posso deixar de mentir: só consegui derrotar o chefe do segundo mapa no fácil. Troquei para o Normal quando cheguei no terceiro mapa, mas continuava surrealmente difícil.
O problema na dificuldade não está na quantidade ou na I.A. dos inimigos. DOOM Eternal deseja que você elimine cada demônio de uma forma diferente, utilizando cada arma do game, basicamente. Isso é muito legal, mas quando chega ao ponto de que você precisa acabar com a raça de um demônio específico antes que ele “renasça” e há outros 15 pela tela enchendo seu saco, é necessário uma paciência extrema, além de um nível de agilidade acima do normal, para lidar com a situação.
Vou exemplificar: um novo tipo de inimigo se chama Espírito. Ele não está na tela logo de cara, e sim possuindo um demônio específico. No início, para você entender a mecânica, ele se apossa de demônios simples e fáceis de matar. Quando o Espírito está em um demônio, o demônio possuído fica mais forte, necessitando de muito mais balas para matá-lo. Quando você finalmente mata esse demônio, o Espírito fica visível e você precisa eliminá-lo de uma forma específica com a arma de Plasma Rifle, que leva um tempo (além de munição). Se demorar demais, o Espírito possui outro demônio e o processo se reinicia.
Agora pense em dois Espíritos em uma arena que possui aquele Cavaleiro do capeta da campanha principal, uma cacetada de demônios de todos os tipos para todos os lados atirando, atacando você, botando escudos de energia para todos os lados… e os Espíritos possuindo os demônios porque você não consegue focar em matá-los. E o jogo continua dando respawn em tudo que é inimigo até que você elimine os Espíritos, pois eles que são os principais a serem mortos.
E isso que ainda há outro inimigo novo igualmente difícil e que também exige um esquema específico para eliminar. Mas ele só aparece no terceiro mapa, perto do fim, então não vou estragar a sua surpresa.
Falando parece choro. Não é. É realmente difícil. E parece masoquismo, mas eu gostei disso. Depois que você passa de uma batalha insana dessas, você se sente fod*. Mas tenha em mente essa dificuldade. Se você não curte um desafio ou já acha o jogo base difícil, passe longe do DLC. Caso contrário, boa sorte e divirta-se de uma maneira insana.
DLC analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Bethesda.
Veredito
DOOM Eternal: The Ancient Gods – Part One é extremamente desafiador. As ondas intermináveis de inimigos somadas a maneiras específicas de matar os novos tipos de monstros fazem com que esse DLC seja um dos mais difíceis já vistos. Para aqueles que buscam um desafio, é recomendado e, é claro, é “mais DOOM”. No entanto, se você já acha o jogo base desafiador, passe longe.
Veredict
DOOM Eternal: The Ancient Gods – Part One is extremely challenging. The endless waves of enemies coupled with specific ways to kill the new types of monsters make this DLC one of the most difficult ever seen. For those looking for a challenge, we recommended it and, of course, it is “more DOOM”. However, if you think that the base game is challenging, stay away from the DLC.