Devil May Cry HD Collection

Devil May Cry HD Collection contém os três primeiros jogos da série Devil May Cry e é um port praticamente igual ao lançado no PS3. A única diferença é um aumento na resolução de todos os jogos, portanto, é uma versão mais recomendada para aqueles que só possuem um PS4 e ainda querem conhecer a série.

O primeiro Devil May Cry é o progenitor de um gênero que hoje inclui jogos como Bayonetta, Ninja Gaiden, entre muitos outros. O título nasceu como um protótipo de Resident Evil 4, portanto ele partilha algumas características com os Resident Evil clássicos, como uma câmera fixa e uma ambientação mais próxima de jogos de terror. O jogo acompanha Dante, um caçador de demônios, que é contratado para ir até a ilha de Mallet impedir a ressurreição de Mundus, imperador do mundo dos demônios.

O primeiro título é arcaico, divertido, recompensador e frustrante. Há pouca variedade de armas e ataques únicos, existe uma quantidade significativa de quebra-cabeças extremamente simples e a câmera, às vezes, torna lutas muito mais difíceis do que deveriam ser. Mesmo assim, mesmo no seu estado mais arcaico possível, o combate de Devil May Cry ainda é divertido e recompensador, sendo possível desferir combos que eliminam salas inteiras de inimigos com rapidez. É um título fácil de ser aprendido, mas com bastante liberdade para o jogador criar seu próprio estilo de combate e seus próprios combos.

Devil May Cry 2 é considerado a ovelha negra da série por simplesmente se tratar de um jogo praticamente inacabado. A história não é interessante, os inimigos são genéricos, as fases parecem muitas vezes inacabadas, há problemas de balanceamento entre armas de tiro e armas brancas, os chefes não são memoráveis e por aí vai. O combate ainda é um ponto forte do jogo, mas ele fica num estranho meio termo entre o arcaico do primeiro e o potencial que viria a ser realizado em Devil May Cry 3. A história é longa demais, dividida entre Dante e Lucia, portanto, requer uma certa paciência dos jogadores.

Os dois primeiros títulos podem não oferecer muita razão para adquirir essa coletânea, no entanto, Devil May Cry 3 é provavelmente a melhor justificativa, pois é um dos melhores jogos de ação já criados. O jogo acompanha um Dante mais novo e que se envolve em uma luta contra seu irmão, Vergil, em uma torre demoníaca. O que torna Devil May Cry 3 um excelente jogo é seu combate, desta vez sendo rápido, preciso e com inúmeras opções que permitem estilos de luta impressionantemente complexos.

Dante pode trocar livremente entre quatro armamentos (duas armas de fogo e duas armas brancas) durante o combate, e é possível escolher entre quatro diferentes tipos de estilos que alteram a funcionalidade do botão O durante as lutas. Há uma variedade impressionante de armas e cada uma conta com vários ataques únicos e, num geral, a complexidade do combate depende puramente do jogador, sendo possível terminar o jogo apenas com comandos simples ou tentar dominar os diferentes estilos e derrotar todos os inimigos sem dar a chance de revidarem.

Ao contrário de seus predecessores, no terceiro título os chefes são memoráveis e desafiam as habilidades do jogador de maneira convincente. As missões secretas servem como tutoriais escondidos para que o jogador aprenda de maneira sutil as particularidades dos sistemas de jogo. Cada nível é interessante por si próprio e a variedade de inimigos faz com que o combate nunca se torne estagnado e nunca permita que o jogador fique acomodado demais. O título é o melhor jogo de ação da época do PS2 e ainda serve como uma forte referência para jogos de ação de atualmente.

Jogo analisado com código fornecido pela Capcom.