A cozinha é um dos meus lugares favoritos em uma casa. Algo que vai desde o conceito de arrumação do ambiente até para o óbvio de estar preparando um prato interessante. Não é para tanto que gosto bastante dos gêneros de jogos que envolvem a culinária, seja um clássico como Cooking Mama, Dinner Dash e Overcooked ou até mesmo aproveitando os pequenos mini games de cozinha em RPGs, como em Genshin Impact.
Certamente não ficaria de fora de conhecer Cannibal Cuisine, que além de possuir digamos que toda a parte gastronômica, junta com outra grande paixão, o multiplayer caótico. Descobri o jogo em 2020 quando teve seu lançamento para PC e logo fiquei curioso com a proposta, que pode ser resumida em uma adaptação simples das duas palavras que compõem seu título: cozinha canibal.
Como o nome já diz, em Cannibal Cuisine você precisará utilizar seres humanos em seus pratos para alimentar os Hoochooboos e então satisfazer sua divindade. Para isso, será preciso então atacar os turistas que estão passeando pela ilha para coletar diversas partes de corpo, incluindo cérebro e braços, e assim preparar a refeição desejada. Sim: você mata o humano e o cozinha na mesma hora. Além disso, a grande maioria das refeições também irá necessitar de um item vegetariano, como frutas ou legumes, para compor o prato final.
Para dar um pouco de variedade tanto na estética do jogo quanto no gameplay, algumas opções de customização estão disponíveis. De parte visual é possível alterar a cor de seu personagem, seu chapéu e sua “arma” utilizada, opções apenas cosméticas. Já para afetar a jogabilidade existe a opção de escolher uma habilidade para sua partida, como por exemplo poder fazer uma corrida, colocar um totem no chão que irá te curar ocasionalmente ao passar próximo, o poder de cozinhar alimentos fora da fogueira ou ganhar uma pancada que atordoa os turistas próximos. Apesar de parecerem todos muito interessantes, completei o jogo usando basicamente apenas a corrida. Tirando um único cenário ou outro que possa ser mais vantajoso algum outro tipo de poder, no geral a melhor opção será correr, algo que pode soar em alguns momentos até como uma habilidade desbalanceada, já que é possível cortar grande parte das dificuldades do mapa.
Um outro problema em Cannibal Cuisine, e nesse caso eu diria que é o que mais me incomoda, é a jogabilidade. Os comandos não são intuitivos. E não, eu não digo isso por ser acostumado com Overcooked e querer esperar tudo igual, mas simplesmente por não ser prático apertar os botões certos nas horas certas. Você precisa de um para atacar os turistas, outro para usar o poder especial (independente de qual seja), pegar/entregar comida e um para comer carne para se curar (pois sim, os turistas podem te atacar de volta). É tudo muito confuso e você diversas vezes vai apertar o botão errado, mesmo com horas e horas de jogo. Em nosso vídeo de gameplay é possível perceber isso em quase todo cenário. Chega a ser frustrante pois errar não é questão de dificuldade, mas sim de comandos ruins.
Algo interessante é que além das fases tradicionais, onde se deve criar e servir comidas, todo fim de “mundo” inclui uma cenário chamado de desafio, onde o objetivo vai para algo totalmente diferente. Existe um mapa, por exemplo, que o jogo vira um estilo de tower defense onde você deve jogar bombas para impedir que turistas fujam com comidas. No momento temos apenas 4 mundos na campanha principal e mais do recém lançado update (que já veio incluso nas versões do console) A Maldição do Rei Escaravelho, totalizando então 25 fases normais e 5 desafios.
Para dar um pouco mais de variedade para jogar com os amigos, também existem 4 cenários VERSUS, um tematizado para cada “mundo” da campanha principal, para se utilizar ao jogar com mais pessoas, em um total de até 4 por partida. Não foi um modo que me chamou muito a atenção pois prefiro ficar no cooperativo (acredite, acaba sendo mais caótico que jogando um contra o outro, isso na maioria dos títulos do gênero), porém o modo atende seu objetivo e consegue divertir. Mesmo com poucos cenários quem prefere competir com os amigos irá aproveitar bastante.
Como citei anteriormente, acabam sendo apenas 30 níveis disponíveis no momento e, caso você domine os comandos, em poucas horas irá finalizar todo o conteúdo de Cannibal Cuisine. Se ainda quiser conquistar uma platina talvez precise de um pouco mais de treino e o tempo para conseguir irá depender basicamente de sua habilidade, pois será preciso conseguir três estrelas em todas as fases da campanha principal. Não há conquistas vinculadas ao update nem ao modo versus.
Apesar de não possuir um valor tão elevado e estar no padrão para este tipo de lançamentos no console a diferença acaba ficando bem maior ao vermos que por ser mais antigo no PC já ter aparecido por menos de 10 reais. Se você gosta de jogos deste gênero, o título irá te entreter bastante, mas se ainda assim achar que há extremamente pouco conteúdo para o valor cheio, talvez seja melhor ficar de olho em uma futura promoção para poder aproveitá-lo.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Rocket Vulture.
Veredito
Caso consiga superar os péssimos controles, Cannibal Cuisine consegue ser um divertido jogo do estilo culinário, especialmente com seu multiplayer.
Veredict
If you can overcome the terrible controls, Cannibal Cuisine can be a fun cooking-style game, especially in co-op modes.