Yooka-Laylee foi um título que buscava agradar os jogadores que queriam um novo Banjo-Kazooie. Foi um bom jogo, mas acabou não se destacando muito. Agora, um Yooka-Laylee 2 parecia inevitável, porém a Playtonic inovou e trouxe algo que busca agradar outro público em específico, mas ainda da Rare: Donkey Kong Country.
Exatamente o que você leu: Yooka-Laylee and the Impossible Lair é basicamente um Donkey Kong Country com um “overworld” que lembra os puzzles de Zelda. E não só isso: há até mesmo elementos de Super Mario World 2: Yoshi’s Island. Essa mistura deu certo? À primeira vista parecia que não, mas acredite: deu certo.
Yooka-Laylee and the Impossible Lair começa logo de cara com seu enredo: basicamente, você precisa impedir que o vilão Capital B domine a mente de todas as abelhas. O jogo coloca você na fase final, porém logo perceberá que é muito difícil (“impossível”, por isso o nome do game) completá-la. Após ter sido derrotado, você entenderá o seu objetivo: recolher as 48 abelhas que servem como proteção para, enfim, vencer Capital B.
Em outras palavras, Yooka-Laylee and the Impossible Lair permite que você tente, a qualquer momento, finalizar a última fase. É difícil? Com certeza, por isso você acabará jogando normalmente e tentará obter as 48 abelhas primeiro (cada abelha significa tomar um dano nesse nível final).
As abelhas, em sua grande maioria, estão localizadas no fim de cada fase. São 20 fases e é aqui que entra a parte Zelda mencionada no início da análise: o “overworld”, ou seja, o local onde você escolhe as fases, possui uma câmera superior, é relativamente grande e conta com diversos segredos e puzzles. Você pode explorar como bem entender e encontrará, além da entrada para os níveis, diversos segredos como Tonics e até mesmo algumas abelhas escondidas.
Os Tonics são modificadores que podem ser usados nas fases em si. Alguns deles facilitam o desafio, como não perder determinados colecionáveis quando você morre. Outros são mais “cosméticos”, como um filtro gráfico. Há ainda aqueles que aumentam o nível de dificuldade. Dependendo do que você escolher, fará com que o multiplicador das penas (itens comuns espalhadas nas fases) seja aumentado ou diminuído. As penas são usadas para destravar os Tonics (além de achá-los, você precisa gastar penas para destravá-los) e realizar outras coisas no mapa.
Cada uma das 20 fases possui uma variação. Ou seja, não temos 20 fases, mas sim 40. A ideia é que ainda é a mesma fase, mas com alguma coisa que faz seu layout ficar drasticamente diferente. Por exemplo: uma versão da fase é normal, porém a outra é repleta de mel, fazendo com que você possa escalar as paredes. Em outro caso, uma variação de fase é aquática, enquanto que a segunda situação conta com todo o ambiente congelado. É uma mecânica interessante e fará você pensar que são 40 fases completamente únicas, mesmo que, no fundo, não sejam.
Para destravar essas variações, temos a parte do puzzle à la Zelda. Você precisa descobrir uma forma de congelar a entrada da fase, por exemplo, ou como jogar o mel nela. Após destravar a segunda variação, é possível acessar qualquer uma das duas quando quiser.
O coração do gameplay de Yooka-Laylee and the Impossible Lair, no entanto, está dentro das fases e é aqui que temos a parte Donkey Kong Country. Se você jogou qualquer título da trilogia do SNES, ou até mesmo as versões mais recentes de Wii, Wii U ou Switch, já sabe o que o aguarda. O gameplay é praticamente o mesmo.
Yooka e Laylee pulam, atacam, rolam, são jogados de canhões e dão “bundadas”. Até mecânicas como rolar e poder pular no meio do ar enquanto rola (algo característico de DKC) existem aqui. Parando para pensar, a única mecânica realmente única é a de poder pegar determinados itens, como explosivos, com a língua de Yooka e jogar em algum local que pode ser detonado, por exemplo.
É algo ruim? Não, nem de longe. É uma mecânica clássica, atemporal e funcional. Só não é inovadora. Mas algo irritante que decidiram se inspirar veio de Super Mario World 2: Yoshi’s Island.
Quando você toma dano, Laylee sai voando pelo cenário, de forma idêntica ao Baby Mario de Yoshi’s Island. É uma mecânica irritante, pois Laylee voa de forma aleatória e, se você não pegá-la, o próximo dano que tomar será sua morte. Há sinos espalhados pela fase que a trazem de volta também, porém.
Ainda sobre o gameplay inspirado em DKC, as fases contém as já mencionadas penas (que seriam similares às bananas, porém não há sistema de vida, então pense nas moedas da série de Donkey Kong) e as moedas “T.W.I.T.”. São 200 em todo o jogo (5 por fase) e que são utilizadas para abrir determinadas regiões do mapa e continuar avançando no game. Essas moedas estão escondidas nas fases de forma similar à Moeda DK de DKC.
Infelizmente, porém, não há Bonus Stage em Yooka-Laylee and the Impossible Lair. Na verdade, até há alguns poucos em determinados momentos do “overworld” e que dão um gostinho de “quero mais”. Mas nas fases em si não existem, o que é uma pena.
Algo que precisa de destaque em Yooka-Laylee and the Impossible Lair são as músicas compostas por David Wise. Várias delas são ótimas e trazem aquela nostalgia. Os visuais do jogo também não decepcionam, apresentando um gameplay 2D em gráficos 3D com diversos elementos na tela.
Porém, algo que acontece de vez em quando é a câmera não seguir Yooka e Laylee. Ou seja, ocorre uma “dessincronização” e é preciso retornar um pouco ou sair do local que você estava querendo acessar para que a situação se normalize. Não é algo crítico, mas que pode acabar irritando o jogador dependendo da situação.
A comparação de Yooka-Laylee and the Impossible Lair com Donkey Kong Country se tornou inevitável nesta análise. Se você não conhece o jogo da Nintendo (seja da Rare ou Retro Studios), agora tem a chance de se redimir com este novo título da Playtonic. Já aqueles que sentem saudades de jogos de plataforma 2D daquele estilo, se sentirão em casa. Caso essa não seja sua praia ou não é fã de DKC, passe longe. Yooka-Laylee and the Impossible Lair é, no fim, uma homenagem a uma das melhores séries de plataforma dos videogames.
Veredito
Yooka-Laylee and the Impossible Lair é um ótimo jogo de plataforma e que busca agradar os fãs de Donkey Kong Country. É um título relativamente longo, desafiador e com vários colecionáveis e algumas fases especiais. O “overworld” conta com puzzles bem interessantes. Porém, a câmera possui alguns problemas e o sistema de dano à la Super Mario World 2: Yoshi’s Island não agrada muito.
Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Team17.
Veredito
Veredict
Yooka-Laylee and the Impossible Lair is a great platform game that seeks to please Donkey Kong Country fans. It’s a relatively long, challenging title with a lot of collectibles and some special stages. The overworld has some very interesting puzzles. However, the camera has some problems and the damage system is like the one in Super Mario World 2: Yoshi’s Island and it isn’t very good.