World End Syndrome é uma visual novel desenvolvida pela Toybox Inc (Tokyo Twilight Ghost Hunters, 7’scarlet) e publicada pela Arc Sys Works (BlazBlue, Xblaze). Antigamente, a grande parceira da Arc Sys Works no Ocidente era a Aksys Games, que localizava todos seus jogos, porém em 2018, os laços foram cortados e a Arc Sys Works está lançando todos seus jogos na América do Norte de forma independente, e na Europa com a ajuda da PQube.
Num primeiro momento, World End Syndrome parecia mais uma visual novel da empresa, que foi responsável por várias outros jogos do gênero que não tiveram nenhum impacto no mercado. Entretanto, após 30 horas de jogo, posso dizer que World End Syndrome conseguiu me impressionar mais até do que jogos de outras empresas mais renomadas.
World End Syndrome conta a história de um garoto, que após um acidente traumático envolvendo um membro de sua família, decide se mudar para uma pequena cidade do interior do Japão chamada Mihate. Esta cidade conta a lenda do Yomibito, uma pessoa que, de cem em cem anos, após morrer, volta à vida durante o verão sem conhecimento de sua morte, se mistura aos vivos, traz infortúnio à cidade e, ao fim do verão, entra num frenesi assassino até ser morto novamente.
Com a chegada do protagonista à cidade, também marca cem anos do aparecimento do último Yomibito, ou seja, é iminente a volta de um dos mortos à cidade, e cabe a ele e o novo grupo de folclore de sua nova escola descobrir o quanto da lenda é verdade e o quão a cidade está envolvida nesse conto.
O jogador, além de acompanhar a história, também escolhe os locais que o protagonista vai visitar durante cada dia do mês de Agosto, assim definindo com quais personagens ele vai se aproximar e também qual final ele irá assistir ao fim de Agosto. Minha única crítica real ao jogo é a certa aleatoriedade dos eventos, uma vez que o jogo não indica quem você irá encontrar em cada local, se tornando uma jornada de tentativa e erro até você descobrir onde está o personagem com quem você quer interagir, e assim avançando na história.
Fora isso, o resto do jogo é o que você pode esperar de uma visual novel, principalmente com uma premissa de um protagonista adolescente e um grupo cheio de garotas. O jogo tem o viés romântico, uma vez que cada final mostra o desfecho com cada uma delas, mas o mistério maior quanto à lenda da cidade é o que prende o jogador a fazer todos os finais românticos até chegar ao final verdadeiro.
A arte do jogo também é um diferencial muito positivo, vindo de uma desenvolvedora e uma publisher responsáveis por visual novels com designs bastante genéricos. Cada personagem tem um design específico compatível com sua personalidade e as cenas especiais são muito bonitas, ainda que não tenha um traço muito distinto em comparação a outros jogos do gênero.
O jogo é dublado em japonês apenas, além de que as únicas cenas com diálogo dublado são os “eventos”, ou seja, as cenas da história. Os diálogos corriqueiros quando você encontra outro personagem nos locais apenas por alguns minutos não são dublados. Além disso, o jogo possui apenas legendas em inglês.
Com um guia, o jogo vai bem rápido, já que você vai saber que lugar visitar para conseguir chegar ao final de cada personagem. Sem um guia, o trabalho de tentativa e erro é maior, apesar de que, das próximas vezes que começar o jogo, você encontra sinais de onde você encontrou cada personagem na sua playthrough anterior.
Após trinta horas de jogo, eu senti que o romance entre o protagonista e suas colegas era o aperitivo, enquanto o desvendar do mistério da cidade de Mihate foi de fato o prato principal. Logo após as primeiras horas de jogo e chegando ao primeiro final, impossível largar até descobrir o que se passa por trás da famosa lenda do Yomibito.
Jogo analisado com código fornecido pela Arc System Works.
Veredito
World End Syndrome pode enganar ou mesmo passar desapercebido num ano recheado de novas visual novels para consoles, mas após dar uma chance, ele consegue ser o melhor de todas lançadas até o momento.
Veredict
World End Syndrome may fool you or even goes by unnoticed in a year full of new visual novels on consoles, but after giving it a fair shot, it manages to be the best of the year so far.