A melhor série com katanas de luz está de volta. A série No More Heroes nasceu no Wii e teve uma única sequência, Desperate Struggle, também lançada no mesmo console. O PS3 veio a receber um port do primeiro jogo, mas desde então a série NMH não apareceu novamente nos consoles Playstation. Travis Strikes Again não é uma continuação propriamente dita para NMH2, muito menos um No More Heroes convencional. TSA pode ser visto como um prólogo de NMH3 ou uma iniciação para aqueles que não conhecem a série ou também como um título que serve para comemorar os 20 anos de sua produtora.
A história começa quando Badman, pai de uma chefe dos jogos anteriores, resolve se vingar de Travis por ele ter matado sua filha. Durante sua luta contra Travis, ambos acabam sendo sugados para dentro do Death Drive mk.2, um console lendário que nunca foi oficialmente lançado. Dizem as lendas urbanas que aquele que conseguir reunir todos os jogos do Death Drive mk.2 e fechá-los, terá um pedido realizado. Travis e Badman então se unem para encontrar os diferentes jogos, fechá-los e ressuscitar a Bad Girl, filha de Badman. Essa estranha aliança também afeta a jogabilidade, sendo que TSA permite jogar toda a aventura com um amigo em modo cooperativo.
A jogabilidade é a de um jogo de ação simples com ataques fracos, fortes e habilidades especiais que têm um tempo de espera antes que possam ser utilizadas novamente. Um ataque especial de Travis vai ficando mais forte conforme vai sendo utilizado e, ao levar muito dano, o seu nível retorna para o início. É uma mecânica simples, mas que incentiva o jogador a concluir o combate sem tomar dano. Normalmente, a câmera fica em uma posição alta e isso permite ver bem os inimigos e seus padrões de ataque. Apesar de não ter muita variedade, os grupos são bem construídos e podem dar problemas ao jogador caso seja descuidado. Os chefes, especialmente, têm padrões mais interessantes de ataque e múltiplas formas que fazem desses os pontos altos do combate e também da história, característica presente em todos os jogos da série No More Heroes.
Cada título do Death Drive mk.2 é uma esfera e vêm acompanhado de sua própria matéria de revista de jogos (bem estilo anos 80) e de suas próprias mecânicas como, por exemplo, quebra-cabeças, corridas, desafios e muito mais. Como é padrão para os jogos da produtora, não saber o que esperarem seguida é um dos pontos altos do jogo já que os gêneros e apresentações se alteram completamente entre os jogos. Cada título do Death Drive mk.2 não é muito longo, cerca de duas horas para serem completados, portanto TSA em si também não é uma experiência extensa. Cada título tem caminhos opcionais e alguns segredos para os jogadores mais atentos como habilidades secretas, vendedores de lámen e mais.
Ao concluir um jogo, Travis saí em busco do próximo título e, nessa parte, o jogo assume a identidade de uma Visual Novel, utilizando de imagens estilo 8-bit e texto. Essa parte, especialmente, é uma grande comemoração da produtora pelos seus 20 anos com a aparição de vários personagens de outros jogos como The Silver Case, Killer is Dead, 25th Ward, Killer 7, Shadows of the Damned e provavelmente mais alguns que não reconheci. Esses trechos de história ajudam a demonstrar o tom de No More Heroes e de Travis Touchdown para aqueles que não conhecem a série e, muito provavelmente, vão confundir bastante os jogadores de primeira viagem, algo extremamente comum para qualquer um dos títulos mencionados acima. Fãs de longa data irão ver esses cruzamentos entre as diferentes séries como um absurdo que só a Grasshopper consegue fazer.
Travis Strikes Again marca um reinício para a série No More Heroes e serve como uma porta de entrada para esse estranho universo criado pela produtora, no entanto, quando comparado com outros jogos da produtora e mesmo dentro da própria série, ele deixa a desejar quando levado o conjunto da obra como um todo. Sua jogabilidade dá espaço para algumas estratégias bem criativas e que são capazes de dizimar chefes com facilidade, o jogo não se estende mais do que deve e representa talvez a experiência mais consistente da produtora nesses 20 anos. Essa consistência, no entanto, também significa que não atinge os baixos e nem os altos dos demais jogos, sendo um jogo bastante contido se comparado às absurdidades que a produtora costuma fazer. O preço requerido ($40) para um jogo curto também deve acabar só por atrair aqueles que já estão familiarizados com a série, enquanto que novatos provavelmente devem aguardar uma promoção para darem uma chance ao jogo.
Veredito
Travis Strikes Again representa um recomeço para No More Heroes e uma comemoração dos 20 anos da Grasshopper. Mesmo dentro do incrível e estranho catálogo de jogos da produtora, é um título bastante único que fãs de longa data devem achar atrativo. Pessoas que ainda não conhecem o trabalho da produtora têm várias opções no PS4 para conhecê-la, mas TSA é um título que vale a pena ser conferido caso tenha oportunidade de jogá-lo.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela XSEED.
Veredito
Veredict
Travis Strikes Again marks a new start for the No More Heroes series and it’s a comemmoration of Grasshopper Entertainment 20 year history. Even within the weird and incredible game catalog from the developer, TSA is an unique game which long-time fans will find it endearing. For those that still don’t know the developer, there are other options in the PS4 library, but TSA is also a title that it’s worth playing if you ever find the chance to do so.