Você já pensou, em algum momento, ir para uma realidade virtual e fugir de todos os problemas de adulto da vida real? Se a resposta for sim, então este texto sobre The Caligula Effect: Overdose é para você.
Diversos animes e jogos já trataram a realidade alternativa em seus enredos. Monster Rancher, por exemplo, contava a história de um garoto que ficava preso dentro de seu jogo favorito. Já em The Evil Within, o detetive Sebastian Castellanos precisava descobrir se o hospital psiquiátrico de Beacon era real ou apenas fruto de sua imaginação.
Agora que demos alguns exemplos de realidades alternativas, está na hora de introduzir para você, caro leitor, The Caligula Effect: Overdose. Um jogo confuso, repetitivo, tedioso e com um fraco sistema de batalhas.
Se você quer saber como a realidade alternativa de The Caligula Effect funciona, acompanhe o review do PSX Brasil logo abaixo.
O mundo de The Caligula Effect: Overdose se passa num programa chamado Mobius. Ele foi criado por μ e Aria, duas IA principais que queriam trazer um mundo onde as pessoas pudessem ser felizes para todo o sempre.
O problema deste mundo perfeito é que μ começou a se empolgar ao ver tanta gente entrando no sistema da Mobius, e isso acabou despertando seu desejo de manter todos aprisionados por toda a eternidade. Mas para que seu plano dê certo, ela se apodera de parte do poder de Aria e usa sua música como uma forma de lavagem cerebral. Desta forma, a maioria dos habitantes daquela realidade fazem tudo que a IA ordena.
Para ajudar o “herói” na empreitada, um clube secreto chamado de “Go-Home Club” o convida para lutar contra o sistema e, consequentemente, voltar para casa. Ele é composto por pessoas que sabem a verdade por trás da Mobius e que estão fazendo de tudo para sair desse mundo em que a época de colegial é eterna.
Seu personagem não possui um nome ou personalidade própria. É preciso dar uma identidade e, conforme o jogo avança, você consegue aumentar seus atributos com base nas personalidades das almas coletadas.
Diferente de outros enredos focados em realidades alternativas, a Mobius não prende somente a consciência do indivíduo, mas também sua alma. Durante o jogo, é possível encontrar almas de pessoas que já foram “apagadas” do sistema. Ao coletá-las, seu personagem aumenta os status de acordo com a personalidade do objeto adquirido.
The Caligula Effect: Overdose consegue deixar o jogador entediado já na primeira hora. Muitas conversas com CGs estranhas, onde nem a boca dos personagens se mexe. Além disso, é preciso se atentar ao fato de que não existem legendas em português e nem a opção de mudar o áudio para inglês (com padrão em japonês), o que pode ser um problema para aqueles que não entendem o idioma.
Como você está preso em uma realidade virtual que simula a época de colégio, todos os cenários trazem uma vibe adolescente. Escolas, shoppings e áreas de shows, são apenas alguns dos locais pelos quais você irá passar. Porém, tudo fica tão maçante e monótono, que não enfrentar os inimigos torna-se uma opção.
Para tentar agradar ao máximo o público fanático por JRPG, o título traz uma trilha sonora digna dos jogos japoneses. Em cada área, uma música (com vocal) diferente toca durante as batalhas. Embora pareça empolgante no início, as mesmas tornam-se cansativas após um tempo no mapa, que também não colabora por ser genérico e sem vida.
No começo da aventura, você tem apenas um personagem para enfrentar os chamados de “Digiheads”, pessoas que já sofreram a lavagem cerebral de μ. Porém, no decorrer do tempo, membros do Go-Home Club começam a adquirir poderes com a ajuda de Aria, que consegue transformar suas emoções em armas.
Cada membro do seu grupo possui uma especialidade. Alguns são peritos em ataques à distância, enquanto que outros possuem técnicas capazes de arremessar inimigos para que um combo seja emendado ao último golpe desferido.
O título traz um sistema que “prevê o futuro” nas batalhas. Ao escolher um ataque, ele te dá uma prévia de como o golpe será desferido e o que acontecerá com o inimigo. Também é possível acertar a timeline desses ataques, que permite você dar um “counter”, esquivar ou apenas movimentar o personagem para outro ponto da pequena arena. É possível emendar até três ações, porém, caso seja atingido, o comando é cancelado, destruindo sua estratégia.
Embora pareça inovador, este sistema começa a irritar no decorrer do tempo. Mesmo que o jogo dê uma previsão do que vai acontecer, não significa necessariamente que seus golpes irão funcionar. O tempo gasto na estratégia começa a fazer menos sentido quando o personagem está em um nível mais avançado, principalmente se você estiver sem paciência.
Como o título gira em torno de um ambiente escolar, será preciso se integrar com os outros estudantes a fim de adquirir novas habilidades e aumentar seus status. Os personagens com um cadeado ao lado do nome são mais fechados. Para conseguir uma abertura com eles, é preciso se relacionar com pessoas específicas e tornar-se amigo delas. Você consegue fazer isso conversando pessoalmente ou enviando mensagens através do aplicativo.
O grande problema dessa conexão toda, está na dificuldade em se tornar melhor amigo dessas pessoas. É preciso conversar com elas, descobrir seus segredos e, a partir disso, encontrar uma forma de ajudá-las. Embora seja muito parecido com o que vemos na vida real, as coisas em The Caligula Effect funcionam de forma muito monótona. São cerca de 500 pessoas para você se relacionar na Mobius, dando muito trabalho para quem quer pegar absolutamente tudo dentro do jogo.
The Caligula Effect: Overdose é um remaster do JRPG lançado originalmente para PS Vita. Os gráficos estão mais bonitos, porém, o gameplay não foi muito bem transportado para o PlayStation 4. Mesmo com elementos dignos de fãs do gênero, é possível passar batido pelo título sem se sentir culpado.
Veredito
The Caligula Effect: Overdose não é um título tão ruim se você conseguir se dedicar. Porém, os repetidos cenários, combates fracos e personagens sem carisma tornam tudo extremamente cansativo e monótono.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela NIS America.
Veredito
Veredict
The Caligula Effect: Overdose is not such a bad title if you dedicate yourself on it. However, the repeated scenarios, weak combat and characters without charisma make everything extremely tiring and monotonous.