Tales of Vesperia é um título da série lançado originalmente para Xbox 360 em 2008. No fim de 2009, uma versão aprimorada do jogo com novos conteúdos saiu para PlayStation 3, mas apenas no Japão. O motivo para tal era que a Microsoft detinha dos direitos de Vesperia no ocidente, impossibilitando o lançamento por essas bandas.
Muitos fãs ficaram às cegas, sem saber se um dia a versão de PlayStation 3 sairia no ocidente. Porém, tudo mudou quando na E3 de 2018, para comemorar os 10 anos do título, a conferência do Xbox revelou Tales of Vesperia: Definitive Edition com todo o conteúdo visto na versão japonesa e o melhor, com legendas em português.
Após seu anúncio, diversos meses se passaram até que o jogo fosse lançado oficialmente. A expectativa criada pela Bandai Namco era de que o título chegaria ao mercado ainda em 2018, porém, perto do fim do ano, a data oficial veio à tona: 11 de janeiro de 2019. Se considerarmos os 10 anos do lançamento original, esperar mais um pouco não seria problema, correto?
Trazendo melhorias gráficas, novos personagens, skills, artes, dungeons, roupas e cenas, Tales of Vesperia: Definitive Edition, pode ser considerado o melhor e mais completo título da série até o momento.
Antes de darmos início à história principal do jogo, é preciso enfatizar que, caso você tenha interesse em descobrir sobre o passado de Yuri, Flynn e Repede, será preciso assistir ao filme “Tales of Vesperia: The First Strike“. Ele conta como e porquê o personagem principal saiu da Cavalaria Real e foi parar nos subúrbios de Zaphias, a capital de Terca Lumireis.
Voltando à programação normal, é preciso introduzir para você, caro leitor, o mundos das blastias. Tudo em Tales of Vesperia é movido por essa tecnologia: fontes, luzes, robôs, pessoas, enfim. Além disso, elas também servem como barreiras para proteger as cidades dos monstros. Porém, há algumas especiais chamadas de Bodhi Blastias, e são elas as responsáveis pelos poderes de Yuri e seus amigos.
O caos começa quando uma blastia é roubada do subúrbio onde mora Yuri, fazendo com que uma fonte saia de controle e inunde o local. Como o personagem principal tem um grande senso de justiça e zela pelas pessoas que ali residem, acaba indo atrás do gatuno que causou o problema.
No caminho para encontrar o meliante, Yuri acaba conhecendo Estelle, uma princesa capaz de usar magias de cura e suporte. Além dela, Zagi, um assassino contratado para matar Flynn, cruza o olhar com nosso herói, tornando-o seu inimigo número 1.
A saída de Yuri dos subúrbios deveria ser rápida e objetiva, porém, acontecimentos fazem com que a narrativa sofra um verdadeiro plot twist, deixando o jogador cada vez mais entretido com tudo que está acontecendo.
Embora seja muito interessante ter todo o conteúdo do oriente em Tales of Vesperia, a forma de introduzir os personagens mostra-se falha já na abertura. A versão original tem um momento com Rita em cima de uma estátua, sendo substituída por Patty na Definitive Edition. Porém, os momentos anteriores àquela cena não batem, deixando a clara sensação de que foi colocada ali apenas para apresentar a nova integrante.
Durante o jogo, os novos personagens não fazem muita diferença. A introdução deles no enredo causa algumas mudanças nas cenas, mas você não sentiria falta se elas não existissem. Outro ponto negativo está nas Skits relacionadas a Flynn e Patty. Além do som ficar mais baixo, nota-se que a dublagem (em inglês) não foi feita pelo cast original. As novas Mystic Artes também sofrem com o mesmo problema.
Outro ponto a ser levantado está na falta de cuidado com a sincronização da dublagem. Em determinados momentos, os personagens ficam conversando sem movimentarem a boca, fazendo você se perguntar se eles têm algum tipo de pode telecinético ou algo parecido.
Embora Tales of Vesperia tenha seus problemas técnicos, o título consegue brilhar mais que a estrela Brave Vesperia, trazendo muitas novidades em relação a versão original.
Os comandos continuam fáceis e intuitivos, e o antigo modo de batalha da série está de volta. Nada de CC ou Souls, como visto em Graces e Berseria, respectivamente. Vesperia chega com os combos comuns e o bom e velho consumo de TP, fazendo com que você foque mais no padrão de ataques inimigos, e não na criação de uma estratégia.
E falando no sistema de batalhas de Tales of Vesperia, é possível considerá-lo o melhor e mais divertido de toda a saga. Os personagens podem utilizar as Bursts Artes, Altered Artes, Fatal Strikes e as conhecidas Mystic Artes. A grande quantidade de habilidades e toda essa diversidade, permite que cada luta seja única.
Para dar conta de um sistema tão amplo, você tem à disposição as skills. Elas são divididas em ataque, defesa, movimentação e suporte. Caso você combine várias de um único tipo, um elemento é adicionado à página (fogo, água, vento, entre outros), presenteando você com um efeito aleatório, como aumento de ataque ou defesa, por exemplo.
Para aprender as skills, é preciso equipar diferentes armas. Algumas delas são melhorias de equipamentos mais fracos, outras são completamente novas. Infelizmente, para aprender todas as habilidades será preciso equipar objetos infames, que mal causam dano aos inimigos. Porém, quando você estiver jogando o New Game +, não será preciso fazer novamente todo o processo, já que o Grade Shop oferece a opção de levar tudo da partida anterior.
Ao contrário dos Tales of mais recentes, aqui não é possível trocar de personagem dentro das batalhas. Pelo menos não no começo da aventura. É preciso forjar um item específico para isso, e ele só fica disponível após muitas horas de jogo. O fato pode ser ruim para quem quer diversificar os embates, porém, Vesperia não perde pontos por isso.
Como todo bom e longo JRPG, Tales of Vesperia faz você perder horas e horas com suas sidequests. Caso você tenha começado a jogar a série a partir de Zestiria ou Berseria, poderá ficar um pouco frustrado, pois as missões secundárias não são mostradas no mapa. É preciso ficar atento a uma boa parte delas, já que existem muitas quests misseable (que devem ser feitas naquele exato momento) que garantem novas artes, skills, roupas, títulos e Mystic Artes.
Caso você seja um veterano da série e tenha tido contato com Tales of Symphonia ou Tales of the Abyss, saiba que os puzzles das dungeons voltaram com tudo. Além delas, existem também diversas referências a esses títulos, como a presença da cidade de Yormgen, por exemplo.
Para intensificar a experiência com os puzzles e o ambiente em si, o título traz um visual cel-shading de ótima qualidade. Além dos calabouços possuírem suas particularidades, as cidades mostram-se enormes e, mesmo que você não tenha acesso a boa parte dela, consegue ver o cuidado e carinho que tiveram para trazer tudo isso em alta definição para a nova geração.
Há alguns bugs pequenos, como espadas e cabelos atravessando roupas. Quando a câmera se aproxima demais, é possível perceber leves borrões no design, mas nada que atrapalhe a experiência final. No geral, toda a ambientação, bem como as batalhas, são muito bonitas de serem vistas e vividas.
Embora haja alguns pequenos problemas, a remasterização de Tales of Vesperia pode ser vista como um colírio para os olhos dos fãs. Caso você tenha jogado a versão para Xbox 360, saiba que o investimento no título vale muito a pena. E se você é um novato no mundo das blastias, não pense duas vezes antes de adquirir este jogo que irá consumir mais de 100hrs do seu tempo.
Veredito
A remasterização de Tales of Vesperia consegue trazer de volta todo o carisma e diversão apresentados em 2008. Os conteúdos adicionais tornam o título uma aquisição obrigatória para os fãs do gênero.
Para ajudar você nessa empreitada que é Tales of Vesperia: Definitive Edition, colocamos aqui alguns links úteis (em inglês) para você não perder absolutamente nada dessa aventura.
Veredito
Veredict
Tales of Vesperia: Definitive Edition brings back the fun and immersion that you’ve seen before in 2008. With a lot of extra content, the title is a must-have in the collection of any fan.