Análise – Super Monkey Ball: Banana Blitz HD

Super Monkey Ball é uma série que existe há quase 20 anos e passou por inúmeras plataformas – começando no Arcade e GameCube e indo mais recentemente ao PS Vita e iOS. Porém, faz alguns anos que a SEGA deixou a série dormente. De surpresa, Super Monkey Ball: Banana Blitz HD chega aos consoles da geração atual. Há pontos positivos e negativos com essa novidade, porém os negativos predominam.

A primeira coisa que precisa ficar clara é que Super Monkey Ball: Banana Blitz HD é um remake em alta definição do jogo lançado para Wii em 2006. Ou seja, não estamos falando de um game completamente inédito.

Super Monkey Ball: Banana Blitz HD foi recriado na engine Unity pela equipe responsável pela série Yakuza (Ryu Ga Gotoku Studio). O maior problema desse remake é que temos uma adaptação de um jogo que foi pensado para o Wii em um modelo de controle tradicional. Isso gera inúmeras consequências.

Primeiramente, Super Monkey Ball: Banana Blitz HD possui basicamente dois modos de jogo principais: a campanha e os mini-games. O restante, como Time Attack e Decathlon, são apenas variações desses dois modos, com praticamente nenhuma novidade. Na campanha, que é dividida em oito mundos com chefes e mais outros dois secretos sem chefes, é preciso ajudar AiAi e seus amigos a recuperarem suas bananas de volta do rei pirata alienígena do espaço, o Capitão Crabuchin.

Cada mundo possui 10 fases, o que significa que temos 100 fases no total. Os primeiros mundos são simples, principalmente o primeiro em que é ensinado o básico. Porém acredite: os mundos finais são de arrancar os cabelos, principalmente se você estiver em busca das medalhas. Há duas medalhas a serem obtidas em cada mundo; a primeira consiste apenas em completar as fases, enquanto que a segunda é completar sem continue. Você aumenta suas vidas coletando 20 bananas.

O gameplay de Super Monkey Ball: Banana Blitz HD é intuitivo e simples: o analógico controla o personagem e X pula. É isso. Não há controle da câmera (o que torna muita coisa uma dor de cabeça). O objetivo é controlar seu macaco dentro de uma bola de plástico e levá-lo até o fim da fase, sem que você caia dela. Como dito, é algo simples na teoria. Mas as fases no final introduzem coisas como passagens extremamente estreitas e que qualquer movimento errado levará à sua queda. É algo que se torna chato e entendiante.

O controle também é algo que precisava de ajustes. Você vai se irritar muitas vezes com a imprecisão do que você aperta e o que realmente acontece. O analógico (L3), na prática, controla a direção e velocidade do seu personagem, mas no fundo, a ideia é que você está controlando o balanço de toda a fase em si. Isso, além de trazer resultados indesejados, causa um desconforto visual, podendo até causar enjoo dependendo do seu estômago.

Apesar desses problemas no gameplay, a curva de aprendizagem é boa e nada é realmente impossível. Só exige paciência, muito treino e dedicação do jogador. De qualquer forma, mesmo sendo 100 fases, são todas curtas que acabam em cerca de 1 a 3 minutos no máximo cada. Em outras palavras, a campanha é relativamente curta.

No jogo original, os mini-games eram o que realmente chamava a atenção. Entenda: estávamos em 2006 e o Wii tinha acabado de sair. Os mini-games de Super Monkey Ball: Banana Blitz eram um total de 50 e todos eles tiravam proveito do controle inovador do console da Nintendo. Ou seja, o verdadeiro charme do título eram os mini-games. Esqueça isso no remake.

Super Monkey Ball: Banana Blitz HD conta com apenas 10 mini-games (dos 50!) e, de acordo com a SEGA, são os 10 mais populares ou adorados pelos fãs.

Os mini-games possuem um gameplay completamente diferente do que é mostrado na campanha, sendo que cada um é basicamente único. Em um deles temos um snowboard, por exemplo, enquanto que em outro é preciso arremessar uma bola de ferro.

Novamente, são mini-games pensados para o controle do Wii. No PS4 e DualShock 4, utilizando controles convencionais, são mini-games que perdem completamente sua graça e pior, alguns bem estressantes. Por exemplo, há um em que você precisa pegar itens dentro de uma nave que possui duas turbinas. Usando os dois analógicos, você deve ir para frente ou virar, alternando para frente ou para trás em cada turbina. É confuso, chato e desnecessário.

Os mini-games são divertidos no modo multiplayer para até quatro jogadores. No entanto, como destacado, são apenas 10. Em menos de 30 minutos você e seus amigos já terão visto todos eles e não vão mais jogar. É muito decepcionante o original ter cinco vezes mais conteúdo que o seu remake.

Apesar da ausência dos mini-games, a SEGA trouxe Sonic ao jogo, que pode ser destravado ao realizar alguma coisa (que não revelaremos) na campanha. Temos também um ranking online para quem é competitivo, que abrange o novo modo Decathlon (basicamente é um modo que você joga os mini-games em sequência, nada mais que isso). Mas, de maneira geral, é isso que o título oferece.

Em relação aos gráficos, Super Monkey Ball: Banana Blitz HD apenas cumpre o seu papel. Algumas fases são bonitas, mesmo tendo poucos elementos na tela, enquanto que outras são pobres em seus visuais. A música, de maneira geral, agrada.

Super Monkey Ball: Banana Blitz HD é basicamente um remake que apenas os fãs da série vão apreciar. Os demais não enxergarão a magia que existe por trás dessa série que precisava retornar – mas não desta forma.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela SEGA.